Cardeal afirmou que igreja não toma posição partidária, mas orienta fiéis.
Conferência promove debate com oito presidenciáveis em 16 de setembro.
O presidente da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) e
cardeal arcebispo de Aparecida (SP), Dom Raymundo Damasceno, disse nesta
sexta-feira (29) que a igreja Católica deve orientar fiéis no período
de eleições, mas não deve fazer dos templos “curral eleitoral”. Segundo o
arcebispo, a igreja não deve fazer “discriminação a nenhum candidato”.
"Não fazemos nos nossos templos nenhum curral eleitoral. Nós orientamos, falamos, mas não fazemos comitês eleitorais nos nossos templos", disse Damasceno, sem detalhar que tipo de orientação é feita pela igreja. A declaração foi dada em entrevista coletiva na sede da CNBB, em Brasília.
"O eleitor é livre de escolher o seu candidato e ele deve, ao fazer a sua escolha, fundamentá-la no sentido de que ele está exercendo o seu direito de uma maneira consciente, conhecendo o candidato, sua experiência, seu passado, seu projeto de governo [...]. O cristão é como qualquer cidadão e, como tal, tem direitos e obrigações e deve também participar da vida política", sugeriu o arcebispo de Aparecida.
Debate e reforma política
A CNBB vai promover debate entre candidatos à Presidência da República no dia 16 de setembro, no Santuário Nacional de Aparecida - maior templo católico do país. "[A intenção] É proporcionar aos eleitores que nos acompanharem a oportunidade de conhecer melhor os candidatos para que possam exercer com liberdade, responsabilidade, consciência a escolha. A CNBB não toma posição político partidária", afirmou o presidente da CNBB.
O presidente da CNBB também falou sobre a reforma política no Brasil. Segundo Dom Raymundo Damasceno, a conferência apoia um projeto de lei de iniciativa popular que prevê a reforma política e que já conta com quase 500 mil assinaturas.
O projeto, apoiado por centenas de entidades, como a Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) e o Movimento Contra a Corrupção Eleitoral (MCCE), prevê a reforma em quatro eixos: a proibição do financiamento privado de campanhas; a eleição divida em duas etapas, nas quais o eleitor votaria primeiro em um programa partidário e depois no candidato; o aumento de candidaturas femininas nas eleições; e uma maior participação popular por meio de plebiscitos e referendos, mesclando a democracia representativa e a democracia participativa.
"Esse é o projeto apoiado pela CNBB e que está em andamento coletando assinaturas através das paróquias, entidades. Já temos de 400 a 500 mil assinaturas, e queremos chegar a um milhão e meio de assinaturas para levar para o Congresso Nacional [...]. Nós sabemos as consequências que isso [campanha financiada por empresas] gera após as eleições", ressaltou Damasceno.
Revista íntima em presídios
Durante a entrevista coletiva, a CNBB também divulgou nota na qual se posiciona pelo fim da revista íntima para visitantes em presídios, classificada pela conferência como "vexatória". A entidade se refere à prática das prisões de solicitar aos visitantes que fiquem nus durante a revista.
No último dia 19, o governador de São Paulo, Geraldo Alckmin (PSDB-SP), promulgou a lei que proíbe revistas íntimas nas unidades prisionais. Com isso, fica proibido obrigar o visitante a se despir, fazer agachamentos, dar saltos ou se submeter a exames clínicos invasivos.
"O Conselho Episcopal Pastoral da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) vem manifestar seu repúdio à inaceitável prática da revista vexatória aplicada na maioria dos presídios brasileiros. Esse procedimento desumano submete as pessoas que visitam os encarcerados à humilhação do desnudamento, da manipulação de suas partes íntimas por agentes do Estado e a outras práticas degradantes", diz trecho da nota.
Para a CNBB, a prática deve ser substituída por artefatos "mais eficientes e compatíveis com a dignidade humana", como scanners corporais e detectores de metais.
"Não fazemos nos nossos templos nenhum curral eleitoral. Nós orientamos, falamos, mas não fazemos comitês eleitorais nos nossos templos", disse Damasceno, sem detalhar que tipo de orientação é feita pela igreja. A declaração foi dada em entrevista coletiva na sede da CNBB, em Brasília.
saiba mais
Questionado sobre a participação de dois evangélicos nas eleições para
presidente da República (Marina Silva, do PSB, e Pastor Everaldo, do
PSC), Dom Damasceno afirmou que o eleitor é livre para escolher seu
candidato e que deve analisar o projeto de governo cada um. Apesar
disso, ele defendeu a participação de cristãos na política."O eleitor é livre de escolher o seu candidato e ele deve, ao fazer a sua escolha, fundamentá-la no sentido de que ele está exercendo o seu direito de uma maneira consciente, conhecendo o candidato, sua experiência, seu passado, seu projeto de governo [...]. O cristão é como qualquer cidadão e, como tal, tem direitos e obrigações e deve também participar da vida política", sugeriu o arcebispo de Aparecida.
Debate e reforma política
A CNBB vai promover debate entre candidatos à Presidência da República no dia 16 de setembro, no Santuário Nacional de Aparecida - maior templo católico do país. "[A intenção] É proporcionar aos eleitores que nos acompanharem a oportunidade de conhecer melhor os candidatos para que possam exercer com liberdade, responsabilidade, consciência a escolha. A CNBB não toma posição político partidária", afirmou o presidente da CNBB.
O presidente da CNBB também falou sobre a reforma política no Brasil. Segundo Dom Raymundo Damasceno, a conferência apoia um projeto de lei de iniciativa popular que prevê a reforma política e que já conta com quase 500 mil assinaturas.
O projeto, apoiado por centenas de entidades, como a Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) e o Movimento Contra a Corrupção Eleitoral (MCCE), prevê a reforma em quatro eixos: a proibição do financiamento privado de campanhas; a eleição divida em duas etapas, nas quais o eleitor votaria primeiro em um programa partidário e depois no candidato; o aumento de candidaturas femininas nas eleições; e uma maior participação popular por meio de plebiscitos e referendos, mesclando a democracia representativa e a democracia participativa.
"Esse é o projeto apoiado pela CNBB e que está em andamento coletando assinaturas através das paróquias, entidades. Já temos de 400 a 500 mil assinaturas, e queremos chegar a um milhão e meio de assinaturas para levar para o Congresso Nacional [...]. Nós sabemos as consequências que isso [campanha financiada por empresas] gera após as eleições", ressaltou Damasceno.
Revista íntima em presídios
Durante a entrevista coletiva, a CNBB também divulgou nota na qual se posiciona pelo fim da revista íntima para visitantes em presídios, classificada pela conferência como "vexatória". A entidade se refere à prática das prisões de solicitar aos visitantes que fiquem nus durante a revista.
No último dia 19, o governador de São Paulo, Geraldo Alckmin (PSDB-SP), promulgou a lei que proíbe revistas íntimas nas unidades prisionais. Com isso, fica proibido obrigar o visitante a se despir, fazer agachamentos, dar saltos ou se submeter a exames clínicos invasivos.
"O Conselho Episcopal Pastoral da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) vem manifestar seu repúdio à inaceitável prática da revista vexatória aplicada na maioria dos presídios brasileiros. Esse procedimento desumano submete as pessoas que visitam os encarcerados à humilhação do desnudamento, da manipulação de suas partes íntimas por agentes do Estado e a outras práticas degradantes", diz trecho da nota.
Para a CNBB, a prática deve ser substituída por artefatos "mais eficientes e compatíveis com a dignidade humana", como scanners corporais e detectores de metais.
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