segunda-feira, 6 de outubro de 2014

Economista vê 'mercados animados', mas pede cautela

Os mercados financeiros brasileiros estão bastante animados com o bom desempenho de Aécio Neves (PSDB) no primeiro turno da eleição presidencial, mas é preciso certa cautela com essa euforia, segundo comenta o economista-chefe da Lopes Filho & Associados, Júlio Hegedus Netto. "É preciso tomar uma canja de galinha. Parte do eleitorado que votou em Marina Silva (PSB) não vai necessariamente para Aécio", diz.
 
Segundo ele, o desempenho dos mercados nos próximos dias vai depender das alianças políticas costuradas para o segundo turno. "É muito difícil estimar um patamar para a Bolsa e o dólar, porque tudo depende da eleição", afirma Hegedus. Para ele, o dólar ainda pode cair um pouco em relação ao nível atual, perto de R$ 2,40, mas por enquanto a projeção para o fim do ano continua sendo de aproximadamente R$ 2,45.

"É claro que, se o Aécio ganhar, o real pode se valorizar mais. Mesmo assim, não deve se distanciar muito de R$ 2,40, porque existe uma pressão de alta do dólar em função da normalização da política monetária nos EUA", explica.

O analista lembra que a confiança é um fator muito importante para os mercados financeiros e diz que um bom desempenho de Aécio nas pesquisas das próximas semanas pode fazer com que o fluxo de investimentos estrangeiros para o Brasil aumente já durante a disputa.

"Mesmo que as medidas que Aécio teria de tomar se fosse eleito sejam recessivas, afetassem a economia, elas elevariam a confiança e fariam o fluxo aumentar", comenta. Ele lembra que o tucano já indicou que nomearia Armínio Fraga para comandar o Ministério da Fazenda, nome que tem uma ótima relação com os investidores.

"Se de fato essa onda Aécio se mantiver, isso será positivo para os mercados, especialmente se Dilma não conseguir desconstruí-lo. Existem pontos positivos e negativos para os dois. Por um lado, Dilma está estagnada na casa dos 40% das intenções de voto, por outro, Aécio perdeu em Minas Gerais, o que é um sinal ruim", comenta.

Fonte: Estadão Conteúdo  Jornal de Brasília

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