Com 99,99% das urnas apuradas, Dilma tinha 41,59% e Aécio, 33,55%.
No próximo dia 26, PT e PSDB disputarão 2º turno pela 4ª vez consecutiva.
Dilma Rousseff e Aécio Neves durante seus pronunciamentos
O resultado ficou matematicamente confirmado às 19h56, segundo o TSE – até a última atualização desta reportagem, faltava somente a contabilização dos votos de duas seções eleitorais no Amazonas.
Após a confirmação de que haverá segundo turno, Dilma e Aécio fizeram pronunciamentos em Brasília e em Belo Horizonte, respectivamente.
A petista aproveitou a fala, para uma plateia de militantes do partido, e atacou o PSDB: "O povo brasileiro não quer de volta aqueles que viraram as costas para o povo, que acabaram com as escolas técnicas, esvaziaram o crédito educativo e elitizaram as nossas universidades federais, sucateando-as". Aécio afirmou que "o sentimento de mudança em todo o Brasil foi uma coisa surpreendente em todos os estados".
A candidata do PSB declarou que decidirá com o partido quem apoiará no segundo turno e que não se considera uma "derrotada" por ficar fora da etapa decisiva da disputa pelo Palácio do Planalto.
O ministro Gilberto Carvalho afirmou que o PT está disposto a convencer Marina Silva a apoiar Dilma no segundo turno, e que, para isso, o partido pode incorporar propostas do programa de candidata derrotada. Aécio, que no pronunciamento reverenciou Eduardo Campos, morto em agosto e de quem Marina era vice, declarou que aceitará o apoio de "todos os que tiverem contribuições a dar". Ele disse ter "enorme respeito" por Marina, mas que aguardará a decisão "sobre o caminho que ela achar mais adequado".
Será a quarta vez consecutiva que candidatos de PT e PSDB disputarão o segundo turno – em 2002, Luiz Inácio Lula da Silva (PT) venceu José Serra (PSDB); em 2006, Lula se reelegeu contra Geraldo Alckmin (PSDB); em 2010, Dilma superou Serra.
Nesta eleição, Dilma venceu em 15 estados, Aécio em nove e no Distrito Federal, e Marina em dois. Veja o mapa e uma comparação com o desempenho dos candidatos de 2010.
Segundo a apuração parcial, Luciana Genro tinha 1.612.186 votos (1,55%), seguida de Pastor Everaldo (PSC), com 780.505 (0,75%); Eduardo Jorge (PV), com 630.099 (0,61%); Levy Fidelix (PRTB), com 446,878 (0,43%); Zé Maria (PSTU), com 91.209 (0,09%); Eymael (PSDC), com 61.250 (0,06%); Mauro Iasi (PCB), com 47.847 (0,05%); e Rui Costa Pimenta (PCO), com 12.324 (0,01%).
A campanha eleitoral passou por uma reviravolta após a morte em acidente aéreo, em 13 de agosto, de Eduardo Campos, de quem Marina era vice.
Até então, as pesquisas indicavam uma situação de estabilidade, com Dilma à frente e Aécio em segundo. O tucano já havia enfrentado denúncias de suposta concessão irregular para um tio de um aeroporto na cidade de Cláudio (MG), mas a candidatura dele começou a perder fôlego após a morte de Campos.
Após o acidente que matou o ex-governador de Pernambuco, Marina Silva assumiu a condição de candidata e chegou a aparecer em situação de empate técnico com Dilma, deixando Aécio para trás. Mas, na última semana da campanha, ela começou a perder intenções de voto, e o tucano recuperou o segundo lugar nas pesquisas divulgadas na véspera do segundo turno.
A campanha foi marcada pela troca de ataques entre os candidatos. A ascensão de Marina, logo após a comoção provocada pela morte de Campos, fez com que se tornassem mais duros os discursos dos adversários. Em eventos de campanha e na propaganda da TV, Dilma pedia com frequência aos eleitores que votassem contra o "retrocesso" e a favor das "conquistas sociais", ao que a campanha de Marina respondia dizendo que rival adotava “discurso do medo” e fazia “terrorismo eleitoral”.
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Uma das principais polêmicas se deu em torno da divulgação dos
programas de governo. Primeira a apresentar suas propostas, Marina Silva
foi alvo de críticas por ter alterado, no dia seguinte à divulgação do
programa, o capítulo de políticas para a população LGBT, retirando o apoio à criminalização da homofobia. Ela também foi objeto de críticas de Dilma por defender a autonomia do Banco Central. Aécio também disparou contra a candidata do PSB, acusando-a de mudar frequentemente de posição.Os embates também envolveram Dilma e Aécio. O tucano explorou durante a campanha o tema "corrupção" na Petrobras, responsabilizando o atual governo pelos escândalos que envolveram a estatal e culminaram na prisão, pela Polícia Federal (PF), de um ex-diretor acusado de desviar dinheiro da empresa. Dilma se defendeu dizendo que a PF teve autonomia para investigar e os casos de corrupção não eram escondidos "debaixo do tapete".
No campo da economia, a petista acusou os tucanos de terem "quebrado" o Brasil três vezes durante o governo de Fernando Henrique Cardoso e de terem intenção de privatizar a Petrobras. Aécio, por sua vez, repetia que o governo perdeu o controle da inflação e que o país parou de crescer na gestão Dilma.
Os candidatos
Formada em economia, foi secretária de estado no Rio Grande do Sul. Entre 2003 e 2005, ocupou o posto de ministra de Minas e Energia, durante o primeiro mandato do Lula. Em 2005, deixou a pasta e sucedeu José Dirceu na Casa Civil, que deixava o cargo após denúncia de envolvimento no escândalo do mensalão.
Em 2010, elegeu-se presidente no segundo turno com 56,05% dos votos válidos (55.752.483 votos), contra 43,95% (ou 43.711.162) do seu adversário, José Serra (PSDB). No início da campanha deste ano, sofreu pressão interna de parte do partido, que pretendia trocar a candidatura dela pela do ex-presidente Lula, no chamado movimento "Volta, Lula".
Elegeu-se deputado federal pela primeira vez em 1986, reelegendo-se por mais três vezes. Entre 2001 e 2002, presidiu a Câmara dos Deputados. Ainda em 2002, foi eleito governador de Minas Gerais, cargo que exerceu por dois mandatos, até 2010.
Em 2010, o tucano elegeu-se senador por Minas Gerais. Em 2013, ganhou a disputa interna com José Serra pela candidatura a presidente da República e foi eleito presidente nacional do PSDB.
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