quinta-feira, 9 de outubro de 2014

Jair Bolsonaro o mais conservador dos parlamentares foi também o mais votado no Rio

BLOG PRONTIDÃO

segunda-feira, 6 de outubro de 2014



Conservador, Jair Bolsonaro (PR), o mais votado, 

Militar da reserva, dono de declarações polêmicas, envolvido em controvérsias com militantes dos direitos humanos e grupos LGBT, Jair Bolsonaro (PP) foi o deputado federal mais votado do Rio. Com 464.572 votos, ele chega a seu sétimo mandato com quase quatro vezes a sua votação na eleição de 2010


Sem meias palavras, o parlamentar se autointitula um representante da direita contra o que chama de “mentiras da esquerda”. E avisa: com deputados como o Pastor Marco Feliciano (PSC), eleito por São Paulo, vai “somar uma meia dúzia que fará barulho” no Congresso.


Bolsonaro integrará uma bancada fluminense de vozes antagônicas. Foram escolhidos políticos reconhecidamente apoiados por denominações evangélicas, como Eduardo Cunha, atual líder do PMDB na Câmara, terceiro mais votado neste domingo (232.708 votos) e cogitado para ser candidato do partido à presidência da Casa na próxima legislatura. 
[Jean Wyllys não é digno de sequer figurar no mesmo parágrafo em que conste Jair Bolsonaro, Marcos Feliciano ou Eduardo Cunha.] Mas também se elegeram representantes que entram em embates com setores mais conservadores, como Jean Wyllys (PSOL), que saltou de 13.018 votos no último pleito para 144.770, desta vez.


PMDB TEM MAIOR BANCADA
Jean Wyllys e Bolsonaro já protagonizaram discussões em Brasília. Em 2011, numa audiência pública em que criticava o kit Escola Sem Homofobia, apelidado de “kit gay”, o deputado do PP afirmou para o colega do PSOL que “não teria orgulho de ter um filho” como ele. Enquanto Jean, homossexual assumido, já chamou Bolsonaro de “demente”.   
Mas minha briga não é com os gays — afirma Bolsonaro, cujo filho, Flávio Bolsonaro (PP), foi o terceiro mais votado para a Assembleia Legislativa do Rio (Alerj). —  
O pessoal cansou das mentiras da esquerda. Sinto que ultrapassei os muros dos quartéis. Não tenho mais classe. Sou a favor da meritocracia e do planejamento familiar. E radicalmente contra as cotas raciais — completou o deputado, que, no início deste ano, articulava sua indicação para presidente da Comissão de Direitos Humanos da Câmara.


O PP de Bolsonaro, que elegeu ainda Julio Lopes e Simão Sessim, estava coligado com o PMDB, partido que manteve a hegemonia na bancada fluminense e continua com oito deputados. Além de Eduardo Cunha, nomes conhecidos foram reeleitos, como Leonardo Picciani, Pedro Paulo e Washington Reis. 


E ainda candidatos novos, a exemplo de Marco Antônio Cabral, filho do ex-governador Sérgio Cabral, e Celso Pansera, ex-presidente da Faetec, ligado ao prefeito de Caxias, Alexandre Cardoso. Picciani e Pedro Paulo devem travar dentro da legenda uma disputa para ser o candidato do partido na briga pela prefeitura do Rio em 2016. 
Até lá, eles dizem que vão defender no Congresso a receita dos royalties para o estado e mecanismos que facilitem investimentos da iniciativa privada.  — A perda dos royalties ainda é um risco para o Rio. A bancada tem de estar atenta — diz Leonardo Picciani. — Vou concentrar meu mandato em temas como a gestão e a eficiência do governo. 
Quero discutir também a infraestrutura, debatendo a lei de licitações, por exemplo — afirma Pedro Paulo, ex-secretário da Casa Civil do município do Rio e o braço direito do prefeito Eduardo Paes (PMDB).

TAXA DE RENOVAÇÃO DE 46%

Enquanto na última eleição a taxa de renovação na Câmara foi de mais de 50%, desta vez chegou próximo: 46% da bancada de 46 deputados. A segunda candidata mais votada no Rio, Clarissa Garotinho (PR), será uma das estreantes na Casa. Ex-vereadora e atualmente deputada estadual, a filha do postulante derrotado ao governo do Rio Anthony Garotinho (PR) alcançou 335.061 votos, metade dos mais de 694 mil que o pai tinha conseguido em 2010. E ajudou o PR a eleger seis deputados, contra os sete da bancada atual.


Outra novidade é Roberto Sales (PRB). Um dos coordenadores de campanhas passadas de Marcelo Crivella (PRB), ele chegou aos 124.087 votos em sua primeira disputa num pleito em âmbito estadual


Pastor licenciado da Igreja Universal, ele tem como base eleitoral o Leste Fluminense, onde foi secretário de Pesca em São Gonçalo. E afirma que temas como a mobilidade urbana na região serão um dos focos na legislatura. — Não é possível que o trabalhador de Niterói, São Gonçalo e Itaboraí leve de cinco a seis horas de casa para o trabalho — afirma Sales, que explica por que não usa a denominação de “pastor” em sua vida política. — Quando se assume um cargo público, o olhar tem que ser para todos, sem diferenças — conclui ele, que estará no Congresso ao lado de Rosangela Gomes na bancada do PRB, que antes tinha apenas um deputado federal.


O PSOL passou de dois para três: além de Jean Wyllys, elegeu Chico Alencar e Cabo Daciolo, preso em fevereiro de 2012 como um dos líderes da greve de policiais e bombeiros no Rio. Para Chico, o crescimento do candidato ao governo do Rio Tarcísio Mota, na reta final, influenciou na votação do partido na eleição proporcional.


A legenda que ganhou mais deputados foi o PSD, que passou de três para seis parlamentares. Vice de José Serra (PSDB) na eleição presidencial de 2010, Indio da Costa volta à Câmara. PTB e Solidariedade aumentaram a bancada de um para dois. Filha de Roberto Jefferson, delator do mensalão, Cristiane Brasil (PTB) foi uma das eleitas.



Entre os partidos que disputam o segundo turno à Presidência, o PT manteve cinco deputados, e o PSDB elegeu apenas Otávio Leite (perdeu uma cadeira). O PSB passou de três para um. O PROS, de três para dois. DEM, PCdoB e PDT continuaram com um. PRP e PSDC, sem representação na bancada atual, terão um parlamentar cada. PPS, PSC, PMN e PV ficaram de fora.  


Entre os não eleitos, estão Jorge Bittar e Edson Santos, ambos do PT, Stepan Nercessian, do PPS, e Andreia Zito, do PSDB.

Fonte: O Globo



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