quinta-feira, 9 de outubro de 2014

Ao contrário do que diz o partido, o PT reduziu operações contra a corrupção por parte da PF

Mais um mito petista cai por Terra: ao contrário do que diz o partido, o PT reduziu operações contra a corrupção por parte da PF

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Dia desses eu estava almoçando com amigos quando um deles afirmou, sobre os escândalos do PT: “Mas é que antes não investigava, né? Agora investiga, né?”. A coisa vai nesse nível de credulidade, tudo por causa da propaganda marota do PT, especialmente no primeiro turno.

Mas de onde os petistas tiraram a noção de que “antes a PF investigava, agora não investiga”? Um discurso propagado pelo militante petista Luís Nassif envolve dizer que “a PF executou 50 vezes mais operações na época do PT do que de FHC”.

Mas será que há algum traço de sentido neste tipo de desculpa? Se estamos avaliando a ação da Polícia Federal no que diz respeito especificamente à corrupção, pois que Luís Nassif traz um indicador falando da atuação da Polícia Federal em diversos outros casos que não tem a ver com corrupção governamental (que é exatamente o assunto sob discussão). Simplesmente os dados de Nassif não fazem o menor sentido.

Para piorar, existe uma prova em contrário do que Nassif afirma: em relação à corrupção, a PF reduziu as operações nos últimos anos, conforme o Globo, em matéria de Jaílton de Carvalho em dezembro de 2013:
BRASÍLIA — Relatório da Federação Nacional dos Policiais Federais (Fenapef) informa que a PF reduziu drasticamente as operações de combate à corrupção nos últimos anos. O documento aponta queda significativa em investigações dos crimes de peculato, concussão, emprego irregular de verba pública, formação de quadrilha e lavagem de dinheiro, entre outros crimes que, em linhas gerais, indicam malversação de recursos públicos. O total de indiciamentos nesses crimes caiu de 10.164, em 2007, para 1.472, em 2013 — uma redução de 86%.

— A PF não está fazendo o mínimo de operações e prisões que fazia há sete anos. A PF está passando por uma crise que pode levar até à sua extinção — criticou Jones Leal, presidente da Fenapef.

O relatório da entidade mostra queda acentuada das operações de combate à corrupção a partir de 2007, quando o delegado Luiz Fernando Corrêa assumiu a direção da PF em substituição a Paulo Lacerda. A baixa produção se prolongou na administração do atual diretor, Leandro Daiello, que está no cargo desde o início do governo Dilma.

Pelos dados da Fenapef, em 2010 a PF indiciou 3.874 pessoas por formação de quadrilha,771 por peculato, 9 por emprego irregular de verba pública, 99 por concussão (cobrança de propina), 367 por corrupção passiva, 1.201 por crime contra o sistema financeiro e 456 por lavagem. Naquele ano, a PF também indiciou 704 prefeitos por crime de responsabilidade.

O desempenho, que já não era dos melhores, piorou se comparado com as estatísticas deste ano. De janeiro até o fim de novembro, data do levantamento, a PF indiciou 759 pessoas por formação de quadrilha, 185 por peculato, uma por emprego irregular de verbas públicas, 14 por concussão, 78 por corrupção passiva e 123 por lavagem. Nestes 11 meses, 102 prefeitos foram indiciados por crime de responsabilidade.

A Fenapef fez o levantamento com base em dados do Sistema Nacional de Informações Criminais, abastecido com registros da própria polícia. São informações oficiais que servem de base a decisões judiciais e à emissão de certidão de antecedentes criminais. O GLOBO encaminhou os números à direção da PF, por intermédio da assessoria de imprensa, na segunda-feira. Mas a instituição não se manifestou.

Para a Fenapef, direção da PF tenta mascarar baixo desempenho.

Segundo a Fenapef, o governo e a direção da PF tentam mascarar o baixo desempenho com a deflagração precipitada de grandes operações. A manobra daria a falsa impressão de que a instituição está funcionando com toda sua capacidade operacional, e que as queixas contra a baixa produção seriam improcedentes. A precipitação das operações diminuiria o impacto político de algumas investigações.

— O governo diz que a PF está fazendo um trabalho de qualidade, com muitas operações. Mas não é verdade — lamentou Leal.

A Fenapef é formada por agentes, escrivães e papiloscopistas. O documento foi produzido em meio à guerra entre integrantes das três categorias, em campanha salarial, e a cúpula da PF. Os servidores querem reajustes na remuneração e ocupação de cargos que, hoje, são reservados a delegados e, em, menor número, a peritos. No mês passado, o governo chegou a repetir a oferta de reajuste escalonado de 15,8%. Mas a proposta foi rejeitada.

Os agentes dizem que o reajuste parcelado resultaria num aumento de pouco mais de R$ 200 por ano. Para eles, se aceitassem essa proposta, os policiais teriam poucas vantagens materiais. Leal diz que o clima na PF é péssimo, e que os agentes vão continuar fazendo protestos ao longo de 2014, ano da Copa do Mundo. A estratégia é promover paralisações pontuais e fazer manifestações em aeroportos.
Quer dizer, sempre que um petista vier dizendo que “antes não investigava”, você já tem em mãos mais dados para chamá-lo de mentiroso.

Na verdade a PF sempre investigou a corrupção, mas infelizmente no governo do PT tem sua atividade cerceada. Se hoje aparecem tantos casos de corrupção, é por que o Partido dos Trabalhadores simplesmente cometeu mais casos de corrupção.

Para que se tenha uma ideia do absurdo que é a corrupção petista, basta lembrar que ontem, 8/10, a ex-contadora do doleiro Youssef confessou ter repassado dinheiro ao jornalista Breno Altman (foto – lembram dele aqui, aqui e aqui?), que pertence ao grupo de José Dirceu, para pagar a multa dos mensaleiros, para que estes saíssem da prisão. Ou seja, aqui já falamos de meta-corrupção, onde casos de corrupção surgem para financiar multas por outros casos de corrupção. Se não falássemos de algo tão grave, com certeza isso seria digno de comédia…

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