Rodrigo Constantino
Análises de um liberal sem medo da polêmica
Sabemos que o PT joga sujo, encara a
mentira apenas como um instrumento normal para a conquista e manutenção
do poder. Sempre enxergou a ética como uma afetação burguesa. Com isso,
polui o debate no país, nivela por baixo, ataca pessoas em vez de
debater ideias, retira tudo de contexto com o único objetivo de difamar.
E o alvo dessa vez será Arminio Fraga.
É dessa forma que consegue pintar um dos responsáveis pela vitória sobre a inflação
como alguém que permitiu mais inflação do que hoje, ignorando
completamente o abacaxi que era preciso descascar naquela época.
Se um governo consegue pegar um país com
hiperinflação e entregá-lo com inflação perto de 10% ao ano, ainda por
cima plantando as sementes para sua continuada queda, isso é uma
conquista e tanto. Mas o marqueteiro de Dilma tenta comparar apenas
aquele índice com o de hoje, alegando que era maior a inflação, e
ignorando que Dilma deixou um quadro pior do que recebeu.
É mais ou menos como criticar o técnico que conseguiu levar o time da terceira divisão
para os seis melhores da primeira divisão, pois hoje o time está em
quinto lugar, à frente do que estava com o antigo técnico. Só mesmo o PT
tem a cara de pau de fazer exatamente isso.
Arminio Fraga já está ciente de que vem
chumbo grosso por aí, mas ainda tem alguma esperança de que o PT não
desça tanto na lama, ou que suas mentiras tenham perna curta. Foi o que disse em entrevista à Veja:
O PT já sinalizou que vai usar o desempenho da economia
durante o governo FHC para atingir Aécio. Trata-se de um período de
taxa de juros e de desemprego mais altas. Qual será a contra-artilharia?
Primeiramente, é preciso olhar as coisas em seu devido contexto. É muito natural que, passados 12 anos, muita coisa tenha melhorado no Brasil, como resultado do controle da inflação. É preciso ser cuidadoso na hora de comparar isso. O caso dos juros é um ótimo exemplo. No início de 1999, a taxa de câmbio flutuou aqui no Brasil e criou-se um grande receio de que a inflação voltaria. E fez parte do processo de estabilização lidar com a flutuação do câmbio. Sabia-se, no início, que o trabalho de estabilização não terminaria da noite para o dia. Sabia-se naquele momento que a expectativa de inflação estava desgovernada, entre 20% e 50% ao ano. Havia uma expectativa de que o PIB cairia 4%. Nós tomamos as providências que hoje são bem conhecidas e, no fim, houve crescimento positivo no PIB naquele ano. A inflação encerrou em 9%, bem abaixo das expectativas. Preservaram-se os ganhos do Plano Real e se evitou a indexação. Apresentadas fora de contexto, as informações não fazem jus ao desafio que se enfrentou anos atrás. Fernando Henrique assumiu o país com hiperinflação, moratória, onde um telefone custava o equivalente a 30 mil reais. E entregou a Lula um país com inflação controlada, um país estável. Eu acho sempre bom trazer o exemplo daquela época de maneira honesta. Isso enriquece o debate. Mas, mais importante que isso é se perguntar onde o país está, quais são as perspectivas e o que será feito no ano que vem pra melhorar um quadro econômico que já é bastante desolador. O investimento está travado, a inflação está alta, apesar de todos os controles. Há um quadro fiscal extremamente preocupante, um potencial de crescimento em tendência de queda, recessão técnica. Ou seja, a economia precisa ser debatida e entendida.
Primeiramente, é preciso olhar as coisas em seu devido contexto. É muito natural que, passados 12 anos, muita coisa tenha melhorado no Brasil, como resultado do controle da inflação. É preciso ser cuidadoso na hora de comparar isso. O caso dos juros é um ótimo exemplo. No início de 1999, a taxa de câmbio flutuou aqui no Brasil e criou-se um grande receio de que a inflação voltaria. E fez parte do processo de estabilização lidar com a flutuação do câmbio. Sabia-se, no início, que o trabalho de estabilização não terminaria da noite para o dia. Sabia-se naquele momento que a expectativa de inflação estava desgovernada, entre 20% e 50% ao ano. Havia uma expectativa de que o PIB cairia 4%. Nós tomamos as providências que hoje são bem conhecidas e, no fim, houve crescimento positivo no PIB naquele ano. A inflação encerrou em 9%, bem abaixo das expectativas. Preservaram-se os ganhos do Plano Real e se evitou a indexação. Apresentadas fora de contexto, as informações não fazem jus ao desafio que se enfrentou anos atrás. Fernando Henrique assumiu o país com hiperinflação, moratória, onde um telefone custava o equivalente a 30 mil reais. E entregou a Lula um país com inflação controlada, um país estável. Eu acho sempre bom trazer o exemplo daquela época de maneira honesta. Isso enriquece o debate. Mas, mais importante que isso é se perguntar onde o país está, quais são as perspectivas e o que será feito no ano que vem pra melhorar um quadro econômico que já é bastante desolador. O investimento está travado, a inflação está alta, apesar de todos os controles. Há um quadro fiscal extremamente preocupante, um potencial de crescimento em tendência de queda, recessão técnica. Ou seja, a economia precisa ser debatida e entendida.
Em campanha, o governo insiste que a culpa é da crise internacional.
Fica difícil provar isso quando se analisa as perspectivas mais recentes. O Fundo Monetário Internacional (FMI) prevê que o crescimento global este ano será de 3%, e o do Brasil, quase zero. Na América Latina, durante os últimos quatro anos, o crescimento está dois pontos porcentuais acima do Brasil. E olha que na região há Venezuela e Argentina, o que não é exatamente um parâmetro muito exigente. E o Brasil está parado.
Fica difícil provar isso quando se analisa as perspectivas mais recentes. O Fundo Monetário Internacional (FMI) prevê que o crescimento global este ano será de 3%, e o do Brasil, quase zero. Na América Latina, durante os últimos quatro anos, o crescimento está dois pontos porcentuais acima do Brasil. E olha que na região há Venezuela e Argentina, o que não é exatamente um parâmetro muito exigente. E o Brasil está parado.
O senhor está preparado para ser alvo da campanha adversária?
Eu acho que é do jogo, desde que as declarações sejam verdadeiras. O que tem acontecido comigo é que eles têm citado declarações que eu não fiz. Aí já acho uma coisa mais complicada. E a outra coisa que precisa ser esclarecida é o contexto das comparações. É obrigação de qualquer governo deixar as coisas melhores do que ele encontrou. Então, a comparação com 12 anos atrás precisa ser feita com certo cuidado. Mas já se espera que a discussão descambe para o lado contrário ao debate. A esperança é que, no fim, como dizem os antigos, a mentira tem perna curta.
Eu acho que é do jogo, desde que as declarações sejam verdadeiras. O que tem acontecido comigo é que eles têm citado declarações que eu não fiz. Aí já acho uma coisa mais complicada. E a outra coisa que precisa ser esclarecida é o contexto das comparações. É obrigação de qualquer governo deixar as coisas melhores do que ele encontrou. Então, a comparação com 12 anos atrás precisa ser feita com certo cuidado. Mas já se espera que a discussão descambe para o lado contrário ao debate. A esperança é que, no fim, como dizem os antigos, a mentira tem perna curta.
Espero que esteja certo. De fato, é
preciso ser muito alienado para ainda cair nas mentiras do PT.
Infelizmente, há muita gente alienada por aí, e o PT tem um exército de
militantes pagos justamente para espalhar mentiras. Resta-nos torcer
pela vitória do bom senso, e arregaçar as mangas para reagir,
demonstrando uma a uma as mentiras da campanha de Dilma.
O PSDB já está se preparando. Criou um site chamado Aécio de Verdade,
que pretende justamente rebater as falácias criadas pelo PT. “Quanto
mais mentiras disserem sobre nós, mais verdades diremos sobre eles”, diz
o comunicado. O PT precisa apelar para mentiras para enganar trouxas e
ganhar votos; para derrotar os petistas, por outro lado, basta dizer e
mostrar a verdade.
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