A cinco dias do primeiro turno das eleições, a candidata do PSB ao Palácio do Planalto, Marina Silva, fez nesta terça-feira (30) um dos discursos mais inflamados de sua campanha, em que chamou a presidente Dilma Rousseff (PT) de mentirosa e, ainda em referência à adversária petista, disse que "não quer parecer com essa gente".
"Não me venha chamar de mentirosa. Mentira é quem diz que não sabe que tinha roubo na Petrobras, mentira é quem diz que não sabe o que está acontecendo na corrupção deste país, mentira é quem diz que ia fazer 6 mil creches e só fez 400", afirmou Marina durante evento com apoiadores em São Paulo. "O que estou dizendo aqui não é nenhuma mentira contra a nossa presidente", completou.
Segundo a ex-senadora, a "pior fraqueza" é aquela em que "você fere e, depois, diz: 'engula o choro'". Em entrevista à Folha, Marina chorou ao falar dos ataques que vem sofrendo do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva e, desde então, a campanha de Dilma explora a imagem de que a pessebista é frágil e não teria firmeza para governar.
"Amanhã vão dizer que 'ela é fraca', 'ela se emociona', 'ela não serve para governar o Brasil'. Mas a pior fraqueza é fazer o jogo do dominador e se integrar a ele para parecer com ele. Eu não quero me parecer essa gente", disse Marina bastante emocionada.
A pessebista lembrou que, mesmo após sua derrota em 2010 –quando foi candidata à Presidência pelo PV e teve cerca de 20 milhões de votos– "celebrou" o país ter elegido a primeira mulher presidente. No entanto, acusou Dilma de agora ajudar a "destruir" sua "biografia honrada".
"Nunca pensei que uma mulher pudesse permitir fazer o que estão fazendo para destruir a biografia honrada de uma outra mulher". Marina se diz vítima de uma "campanha de boatos e mentiras" do PT, partido ao qual foi filiada por 24 anos.
CPMF
O pronunciamento da candidata é reação à propaganda petista na TV. A peça que circula desde domingo (28) diz que "Marina mente" em relação à sua postura diante da CPMF.
A pessebista tem dito publicamente que foi a favor do chamado "imposto do cheque". Documentos do Senado, porém, mostram que ela votou contra a criação e a prorrogação do tributo no plenário quando era senadora pelo PT.
Sem citar diretamente o tema, Marina afirmou nesta terça que ficou sabendo que há uma "CPI paralela para vasculhar" sua vida no Senado e que Dilma "não entende" o funcionamento do legislativo.
"O processo legislativo para um projeto ser votado passa por muitas etapas. Tem coisa que a gente vota no principal e depois não vota com as emendas, ou vota com as emendas, mas não vota no principal. Quem não foi nem vereadora e vira presidente do Brasil não entende isso", declarou Marina.
O evento da candidatura do PSB reuniu diversas lideranças políticas e de diversos setores da sociedade, como antropólogos, educadores, uma pastora evangélica, um índio, entre outros. Imagens foram captadas para os últimos programas de Marina na TV.
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