sábado, 22 de novembro de 2014

Conhecida como rota do tráfico internacional, na capital Porto Velho se instalou um braço do narcotráfico dentro do Brasil que financia parte da política e se mistura na corrupção com o dinheiro público. O governador Confúcio Moura está sendo responsabilizado pelo desvio de cerca de R$ 300 milhões.

Mino PEDROSA

Testemunha chave

Tudo podia ser diferente nas eleições de outubro passado para o Governo do Distrito Federal se o Ministério Público Federal tivesse inserido nos autos da operação Caixa de Pandora o depoimento revelador do técnico em informática Francinei Bezerra, que “trabalhou” todos os vídeos que serviram de base na denúncia do processo Caixa de Pandora, denunciado pela procuradora federal Raquel Dodge.


Agora, mais uma vez na presença do juiz da Segunda Vara de Fazenda Pública, Francinei Bezerra revelou que já havia prestado depoimento para a procuradora federal Raquel Dodge e para promotor Wilton Queiroz, chefe da Gaeco, relatando que os vídeos apresentados e revelados parte pela imprensa foram editados por ele a mando do delator Durval Barbosa (foto).


A edição foi feita de forma a preservar a parte interessada ao delator, eliminando sem deixar vestígios o restante do conteúdo sem interesse para divulgação. Francinei disse também em seu depoimento que havia entregue as mídias ao jornalista Edson Sombra e que estranhou a divulgação de somente parte do material que Durval mandou que entregasse. Francinei cita como exemplo a divulgação do vídeo em que aparece Jaqueline Roriz e seu marido recebendo dinheiro de Durval Barbosa, vídeo esse divulgado anos depois.


O ex-funcionário de Durval é técnico em informática e disse como foram usados os recursos para editar os vídeos a mando de Durval Barbosa e também que existem outras mídias em que “trabalhou” envolvendo outros políticos, mídias estas nunca divulgadas e que segundo os advogados que acompanhavam a audiência também não constam nos autos.


Francinei também prestou depoimento ao procurador criminal Ronaldo Albo há cerca de 40 dias e que o procurador entregou uma cópia do depoimento prestado, o que não aconteceu com Raquel Dodge e com o promotor da Gaeco, Wilton Queiroz.


Se este depoimento prestado há cerca de quatro anos estivesse nos autos, talvez a Caixa de Pandora estaria trancada até hoje. Agora o delator Durval Barbosa, que mantinha esse segredo com Francinei, corre o risco de perder o benefício da delação premiada. Leia na íntegra o depoimento prestado por Francinei. Disponível também no site QuidNovi.com.br



Leia o depoimento na íntegra.

Capítulo especial

Esta coluna revelou que parlamentares no Congresso Nacional estranharam a ausência da maior empreiteira do Brasil, Odebrecht, e seu presidente, Marcelo Odebrecht, sequer citada na operação Lava Jato da Polícia Federal, onde levou pela primeira vez outros executivos das reconhecidas maiores empreiteiras do Brasil. Agora a coluna revela que o juiz Sergio Moro  destinou um capítulo específico para a empreiteira, que detém as maiores obras nos governos estaduais e federal e contemplada pelo governo petista a fazer grandes obras no exterior, como exemplo Cuba e no continente africano. Este último com o custo de mais de U$ 500 milhões, pagos pelo BNDES. Vêm aí dois pontos fundamentais na operação Lava Jato, obras no exterior patrocinadas pelo BNDES e obras financiadas pelos fundos de pensão.

Cães ladram, caravanas passam

Enquanto as atenções de políticos e mídia estão voltadas para a operação Lava Jato da Polícia Federal, no extremo norte do País, em Rondônia, acontece uma megaoperação batizada pelo nome de Plateia. O Ministério Público Federal já tem fortes indícios que envolve o alto escalão do governo, chegando até a alcançar a fronteira. Conhecida como rota do tráfico internacional, na capital Porto Velho se instalou um braço do narcotráfico dentro do Brasil que financia parte da política e se mistura na corrupção com o dinheiro público. O governador Confúcio Moura está sendo responsabilizado pelo desvio de cerca de R$ 300 milhões. Vale a pena lembrar que Confúcio é peemedebista e foi reeleito nas últimas eleições. No Congresso Nacional só tem um interessado no caso, o peemedebista Valdir Raupp, fiel escudeiro do governador.

Chamada identificada

A farra das empresas de telemarketing e cobranças que importunam devedores ou compradores de serviços, principalmente TV a cabo e telefonia celular, vai chegou ao fim. Nesta terça-feira, o Projeto de Lei do Senado 433/2013, do senador Vital do Rêgo (PMDB-PB), será votado na Comissão de Ciência e Tecnologia. Com isso, a famosa chamada privativa vai sair do menu das operadoras, facilitando as reclamações à Anatel das empresas que prestam esse tipo de serviço.

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