Mino PEDROSA
Testemunha chave
Tudo podia ser diferente nas eleições de outubro passado para o
Governo do Distrito Federal se o Ministério Público Federal tivesse
inserido nos autos da operação Caixa de Pandora o depoimento revelador
do técnico em informática Francinei Bezerra, que “trabalhou” todos os
vídeos que serviram de base na denúncia do processo Caixa de Pandora,
denunciado pela procuradora federal Raquel Dodge.
Agora, mais uma vez na
presença do juiz da Segunda Vara de Fazenda Pública, Francinei Bezerra
revelou que já havia prestado depoimento para a procuradora federal
Raquel Dodge e para promotor Wilton Queiroz, chefe da Gaeco, relatando
que os vídeos apresentados e revelados parte pela imprensa foram
editados por ele a mando do delator Durval Barbosa (foto).
A edição foi
feita de forma a preservar a parte interessada ao delator, eliminando
sem deixar vestígios o restante do conteúdo sem interesse para
divulgação. Francinei disse também em seu depoimento que havia entregue
as mídias ao jornalista Edson Sombra e que estranhou a divulgação de
somente parte do material que Durval mandou que entregasse. Francinei
cita como exemplo a divulgação do vídeo em que aparece Jaqueline Roriz e
seu marido recebendo dinheiro de Durval Barbosa, vídeo esse divulgado
anos depois.
O ex-funcionário de Durval é técnico em informática e disse
como foram usados os recursos para editar os vídeos a mando de Durval
Barbosa e também que existem outras mídias em que “trabalhou” envolvendo
outros políticos, mídias estas nunca divulgadas e que segundo os
advogados que acompanhavam a audiência também não constam nos autos.
Francinei também prestou depoimento ao procurador criminal Ronaldo Albo
há cerca de 40 dias e que o procurador entregou uma cópia do depoimento
prestado, o que não aconteceu com Raquel Dodge e com o promotor da
Gaeco, Wilton Queiroz.
Se este depoimento prestado há cerca de quatro
anos estivesse nos autos, talvez a Caixa de Pandora estaria trancada até
hoje. Agora o delator Durval Barbosa, que mantinha esse segredo com
Francinei, corre o risco de perder o benefício da delação premiada. Leia
na íntegra o depoimento prestado por Francinei. Disponível também no
site QuidNovi.com.br
Leia o depoimento na íntegra.
Capítulo especial
Esta coluna revelou que parlamentares no Congresso Nacional
estranharam a ausência da maior empreiteira do Brasil, Odebrecht, e seu
presidente, Marcelo Odebrecht, sequer citada na operação Lava Jato da
Polícia Federal, onde levou pela primeira vez outros executivos das
reconhecidas maiores empreiteiras do Brasil. Agora a coluna revela que o
juiz Sergio Moro destinou um capítulo específico para a empreiteira,
que detém as maiores obras nos governos estaduais e federal e
contemplada pelo governo petista a fazer grandes obras no exterior, como
exemplo Cuba e no continente africano. Este último com o custo de mais
de U$ 500 milhões, pagos pelo BNDES. Vêm aí dois pontos fundamentais na
operação Lava Jato, obras no exterior patrocinadas pelo BNDES e obras
financiadas pelos fundos de pensão.
Cães ladram, caravanas passam
Enquanto as atenções de políticos e mídia estão voltadas para a
operação Lava Jato da Polícia Federal, no extremo norte do País, em
Rondônia, acontece uma megaoperação batizada pelo nome de Plateia. O
Ministério Público Federal já tem fortes indícios que envolve o alto
escalão do governo, chegando até a alcançar a fronteira. Conhecida como
rota do tráfico internacional, na capital Porto Velho se instalou um
braço do narcotráfico dentro do Brasil que financia parte da política e
se mistura na corrupção com o dinheiro público. O governador Confúcio
Moura está sendo responsabilizado pelo desvio de cerca de R$ 300
milhões. Vale a pena lembrar que Confúcio é peemedebista e foi reeleito
nas últimas eleições. No Congresso Nacional só tem um interessado no
caso, o peemedebista Valdir Raupp, fiel escudeiro do governador.
Chamada identificada
A farra das empresas de telemarketing e cobranças que importunam
devedores ou compradores de serviços, principalmente TV a cabo e
telefonia celular, vai chegou ao fim. Nesta terça-feira, o Projeto de
Lei do Senado 433/2013, do senador Vital do Rêgo (PMDB-PB), será votado
na Comissão de Ciência e Tecnologia. Com isso, a famosa chamada
privativa vai sair do menu das operadoras, facilitando as reclamações à
Anatel das empresas que prestam esse tipo de serviço.
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