sábado, 22 de novembro de 2014
O líder do PT no Senado, Humberto Costa (PT-PE), recebeu R$ 1 milhão
do esquema de propinas e corrupção na Petrobrás para sua campanha em
2010, segundo afirmou o ex-diretor de Abastecimento da estatal Paulo
Roberto Costa em um dos seus depoimentos da delação premiada.
O petista integra uma extensa lista de políticos acusados pelo
ex-diretor da Petrobras na delação por meio da qual espera ter sua pena
reduzida. Dos depoimentos sigilosos, já vieram à tona outros nomes de
supostos beneficiários de dinheiro de propina dos contratos da
Petrobras, como o da ex-ministra da Casa Civil Gleisi Hoffmann, também
do PT, o do ex-senador, já morto, Sérgio Guerra, do PSDB, e o do
ex-governador de Pernambuco Eduardo Campos, do PSB, que também já
morreu.
Gleisi e Campos teriam recebido o dinheiro, por meio de
intermediários, para campanhas políticas. Guerra teria recebido o
dinheiro para abafar as investigações de uma CPI sobre a Petrobrás
instalada no Congresso Nacional no ano de 2009. Gleisi, o PSDB e o PSB
negam ter recebido propinas, assim como o líder do PT no Senado.
No caso de Humberto Costa, o ex-diretor da estatal disse que o
dinheiro foi solicitado pelo empresário Mário Barbosa Beltrão, amigo de
infância do petista e presidente da Associação das Empresas do Estado de
Pernambuco (Assimpra).
Paulo Roberto Costa afirmou que o dinheiro saiu da cota de 1% do PP – Partido Progressista que tinha o controle político da diretoria Abastecimento da estatal.
Paulo Roberto Costa afirmou que o dinheiro saiu da cota de 1% do PP – Partido Progressista que tinha o controle político da diretoria Abastecimento da estatal.
Ainda segundo o ex-diretor, outras unidades da companhia foram
loteadas para o PT (Serviços) e o PMDB (Internacional). Cada diretoria
arrecadava 1% de cada grande contrato. A Diretoria de Serviços, sob o
comando político do PT, realizava todas as licitações das demais
unidades e, por isso, o partido ficava com os outros 2% sobre os
contratos da estatal, segundo o ex-diretor de Abastecimento.
Paulo Roberto Costa assumiu o cargo em 2004, por indicação pessoal do
então deputado José Janene (PP-PR), que integrava a base aliada do
Palácio do Planalto na gestão do presidente Luiz Inácio Lula da Silva.
Janene, que foi réu no processo do mensalão, morreu em 2010. Segundo o
delator, o PP decidiu que tinha que ajudar na candidatura
de Humberto Costa, razão pela qual teria cedido parte de sua comissão.
Paulo Roberto Costa afirmou ainda que, se não ajudasse, seria demitido.
Humberto Costa foi eleito em 2010, o primeiro senador pelo PT de
Pernambuco. Antes, havia exercido cargo de secretário das Cidades de
Pernambuco (2007 a 2010) no governo Eduardo Campos e foi ministro da
Saúde no primeiro mandato de Lula, de janeiro de 2003 a julho de 2005.
O ex-diretor de Abastecimento da Petrobrás relatou que conheceu Humberto Costa ainda no Ministério da Saúde. Em sua delação, Paulo Roberto Costa disse que “um amigo” de Humberto Costa, o empresário Mário Beltrão, lhe pediu colaboração de R$ 1 milhão para a campanha do petista ao Senado, em 2010.
O ex-diretor de Abastecimento da Petrobrás relatou que conheceu Humberto Costa ainda no Ministério da Saúde. Em sua delação, Paulo Roberto Costa disse que “um amigo” de Humberto Costa, o empresário Mário Beltrão, lhe pediu colaboração de R$ 1 milhão para a campanha do petista ao Senado, em 2010.
Ele não soube informar como ocorreu o repasse do dinheiro, mas
declarou que o empresário lhe confirmou o pagamento.
Disse, também, que o seu contato era sempre com Mário Barbosa Beltrão, que dirige a Associação das Empresas do Estado de Pernambuco, “entidade sem fins lucrativos” e que anuncia como meta “a prestação de serviços aos seus associados e a defesa dos seus interesses legítimos junto aos órgãos governamentais”. Assimpra criou o “Grupo de Trabalho pelo Desenvolvimento de Pernambuco” que promove reuniões mensais “com a participação de empresários, políticos, formadores de opinião, com a finalidade de discutir os problemas de Pernambuco e apontar soluções”.
Disse, também, que o seu contato era sempre com Mário Barbosa Beltrão, que dirige a Associação das Empresas do Estado de Pernambuco, “entidade sem fins lucrativos” e que anuncia como meta “a prestação de serviços aos seus associados e a defesa dos seus interesses legítimos junto aos órgãos governamentais”. Assimpra criou o “Grupo de Trabalho pelo Desenvolvimento de Pernambuco” que promove reuniões mensais “com a participação de empresários, políticos, formadores de opinião, com a finalidade de discutir os problemas de Pernambuco e apontar soluções”.
A lista de parlamentares que teriam sido beneficiados pelo esquema da
Petrobras, segundo a delação de Paulo Roberto Costa, tem 32 nomes,
entre deputados e senadores. Parte das revelações do ex-diretor da
estatal petrolífera foi confirmada pelo doleiro Alberto Youssef, antigo
parceiro de José Janene – ambos apontados como mentores da Lava Jato. O
doleiro está preso na sede da Polícia Federal em Curitiba, base da Lava
Jato, desde 17 de março. Paulo Roberto Costa está em regime de prisão
domiciliar, em seu apartamento, no Rio. (Estadão)
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