sábado, 22 de novembro de 2014

Distrito Federal tem 86 assaltos por dia, atrás apenas do Pará.

20 de novembro de 2014
publicado às 18h17

Saulo Araújo, Correio Braziliense
 
 
O Distrito Federal é a segunda unidade da Federação onde mais acontecem roubos. Em 2013, foram registradas 31.679 ocorrências, um aumento de 21% em relação ao ano anterior, quando as delegacias computaram 26.149. O levantamento divulgado pelo Anuário Brasileiro de Segurança Pública mostra que, a cada dia, pelo menos 86 pessoas sofrem assaltos na rua, em residências, em comércios, dentro de coletivos, entre outros. Levando em consideração a taxa para cada grupo de 100 mil habitantes, a capital do país fica atrás somente do Pará.
 
 Nenhuma região administrativa está a salvo. Bandidos atuam a qualquer hora do dia, tanto nas regiões mais carentes como nas áreas mais nobres. Na 403 Norte, o medo dos comerciantes é constante — em fevereiro, o Correio denunciou que a quadra é uma das mais problemáticas do Plano Piloto. A loja de doces de Solange Carneiro Miranda, por exemplo, foi atacada duas vezes. Ela está no ponto há 20 anos e diz que a sensação de insegurança nunca se mostrou tão grande. “Sempre existiu esse tipo de crime, mas, agora, está mais frequente. Os clientes estão temerosos por aqui”, contou. “No meu prédio, os apartamentos estão vazios. As pessoas estão indo embora, os aluguéis diminuíram e os imóveis ficam cada vez mais desvalorizados.”


A posição ocupada pelo DF no ranking não condiz com a estrutura das polícias Civil e Militar. A falta de uma gestão mais eficiente é comprovada pelos números. O GDF gastou, segundo o Anuário, em 2013, mais de R$ 1 bilhão na área de segurança pública, um dos maiores orçamentos do Brasil. Com relação aos salários, os agentes da Polícia Civil são os mais bem pagos do território nacional, com remuneração de R$ 7.514 — nove estados, porém, não divulgaram os valores dos proventos. Os praças da Polícia Militar da capital recebem R$ 4.122, perdendo apenas para os colegas do Paraná.


Mas o investimento não se transformou em ações capazes de frear a criminalidade. O empresário Marcos André de Oliveira sofreu com a violência antes mesmo de inaugurar um estabelecimento na 403 Norte. Um dia antes de abrir um café, o estabelecimento foi furtado. Na tentativa de afastar os ladrões, ele decidiu investir dinheiro extra na instalação de câmeras. “Temos de estar prevenidos. Isso é também uma preocupação com o cliente”, afirmou.

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