15/11/2014
às 21:05PROTESTO – O Brasil não aceita mais ser um país de pessoas honradas molestadas por ladrões. Golpistas da Petrobras e de outras estatais na cadeia!!! Ou: “Fora, petralhas!”
Dez
mil pessoas pelo menos — segundo estima a Polícia Militar —
participaram de um ato de protesto contra os desmandos do governo Dilma,
que teve como epicentro a Paulista, em frente ao Masp, e se espalhou
depois pela avenida. Para quem viu a coisa a muitos andares do solo, o
cálculo parece modesto. Os organizadores falam em 50 mil, e, nesse caso,
certamente há exagero. Quem sabe a média… Mas isso, já escrevi aqui
ontem, importa menos: o protesto seria legítimo ainda que houvesse 10
pessoas. Mas havia, no mínimo, 10 mil. Assim, prova-se que o senhor
Guilherme Boulos, o chefão da esquerda barra-pesada, estava errado. Os
que cobram um governo decente, o que parece ofender o rapaz, são bem
mais do que meia dúzia. E também podem ocupar as ruas. E, como se sabe,
ninguém estava na Paulista para responder a uma lista de chamada do
MTST, sob o risco de punição.
A
esmagadora maioria das palavras de ordem se inscreve absolutamente
dentro do leque democrático. E nem poderia ser diferente. Quem está
saindo às ruas para protestar é gente decente e ordeira, que respeita as
regras do jogo democrático, que acata os fundamentos do Estado de
direito, que se subordina aos primados de uma sociedade plural.
Golpistas, como sabemos, são os ladrões que se apoderaram da Petrobras
em nome de um projeto de poder. Uns bobalhões pediram intervenção
militar (ler post anterior)? Pediram, sim! E foram repudiados pela
maioria, tanto é que sua caravana de ideias mambembes teve de marchar
sozinha.
A
imprensa, como destacou o senador Aloysio Nunes (PSDB-SP) — presente ao
ato como cidadão, sem subir em carro de som —, dá a essas pessoas um
peso que não têm. E o faz por viés ideológico. Parece ofender a
sensibilidade de certo jornalismo que alguém possa ocupar as ruas
portando a bandeira do Brasil e cartazes com as cores pátrias. Parece
que protesto sem bandeiras vermelhas já nasce ilegítimo.
Petralhas
A palavra “petralhas” já é um clássico nos protestos contra o PT e contra as esquerdas. É claro que isso se explica, não é? Criei o vocábulo, que foi parar em dicionário, e a história me dá razão. Chamei “petralhas”, desde o primeiro momento, os petistas que justificavam o roubo de dinheiro público em nome de um projeto de poder, como se avançar contra o erário em nome de uma suposta causa fosse moralmente superior a roubar para enriquecer. Não é! Eu diria que é até pior porque mais cínico.
A palavra “petralhas” já é um clássico nos protestos contra o PT e contra as esquerdas. É claro que isso se explica, não é? Criei o vocábulo, que foi parar em dicionário, e a história me dá razão. Chamei “petralhas”, desde o primeiro momento, os petistas que justificavam o roubo de dinheiro público em nome de um projeto de poder, como se avançar contra o erário em nome de uma suposta causa fosse moralmente superior a roubar para enriquecer. Não é! Eu diria que é até pior porque mais cínico.
Desde o
início, já lá se vão 12 anos (!!!), alertei que nem todo petista é
petralha, mas só petistas são petralhas. Há pessoas que levam a sério a,
digamos, metafísica partidária e não se contentam com o rumo que as
coisas tomaram? Há, sim! Mas não têm nem voz nem vez no partido. E por
que continuam? Não sou especialista em comportamento humano nem me
aventuro a especular sobre motivações subjetivas.
Há gente
que se torna dependente de uma causa e que não consegue pensar fora de
um enquadramento coletivo. Lamento muito por elas porque acho isso
triste. Vejo muitos jovens capazes — rapazes e moças — abduzidos por
seitas. Estou certo de que isso atende a alguma causa que é de fundo
psíquico. Quando tomo conhecimento de que até o Estado Islâmico abriga
hoje mais de dois mil ocidentais, oriundos, na maioria das vezes, de
países ricos da Europa, eu me dou conta do poder que têm os vigaristas
de vampirizar os sonhos de justiça dos jovens. Mas não vou me perder
nisso agora.
Justiça
Os que foram às ruas cobram justiça e punição para os ladrões que assaltam a República. Os desmandos e o cinismo tomaram tal proporção que é preciso dizer um “Basta!”. Nos dias que correm, um protesto que reúne 10 mil pessoas é, sim, muito bem-sucedido. E, reitero, à diferença da patuscada armada pelo MTST e pela CUT na quinta-feira, ali não havia relações de subordinação e de chefia. Eram pessoas que se juntavam espontaneamente, obedecendo apenas ao comando da própria vontade. Um dos cartazes me parece especialmente bom, exibido por um garoto. Este:
Os que foram às ruas cobram justiça e punição para os ladrões que assaltam a República. Os desmandos e o cinismo tomaram tal proporção que é preciso dizer um “Basta!”. Nos dias que correm, um protesto que reúne 10 mil pessoas é, sim, muito bem-sucedido. E, reitero, à diferença da patuscada armada pelo MTST e pela CUT na quinta-feira, ali não havia relações de subordinação e de chefia. Eram pessoas que se juntavam espontaneamente, obedecendo apenas ao comando da própria vontade. Um dos cartazes me parece especialmente bom, exibido por um garoto. Este:
É isto:
“Mais Brasil, menos PT”. A sociedade está começando a se cansar de ver
um partido tomar o seu lugar. O que é a roubalheira na Petrobras senão a
consequência de uma ação política que substituiu os interesses da
empresa, do Brasil e de seus acionistas — a esmagadora maioria formada
de trabalhadores — pelos interesses de uma legenda e de seus sócios no
poder?
É crescente o número de pessoas que não aceita mais trocar a eficiência e a dignidade pelas migalhas que o petismo se orgulha de distribuir para 50 milhões de miseráveis — sim, MISERÁVEIS — que dependem do Bolsa Família para, ao menos, comer. O país quer, sim, que o programa de assistência aos muito pobres se transforme numa política de Estado, não na suposta benesse de um partido.
É crescente o número de pessoas que não aceita mais trocar a eficiência e a dignidade pelas migalhas que o petismo se orgulha de distribuir para 50 milhões de miseráveis — sim, MISERÁVEIS — que dependem do Bolsa Família para, ao menos, comer. O país quer, sim, que o programa de assistência aos muito pobres se transforme numa política de Estado, não na suposta benesse de um partido.
Chega da
mentira escandalosa de que, para distribuir alguma renda — bem pouca! —,
é preciso conviver com os assaltantes do poder. Não é, não! Desde 2002,
os petistas vinham com a ladainha falsa de que seus adversários queriam
privatizar a Petrobras, o que sempre foi mentira. Eis aí: quem mesmo
tratou a Petrobras como se fosse o quintal de um lupanar?
Impeachment de Dilma
Os falsos democratas fingem se assustar
com a palavra de ordem “impeachment de Dilma”, como se fosse expressão
de um golpismo. É mesmo? Então quero ver a tese desenvolvida. Golpismo
por quê? Já escrevi aqui muitas vezes e reitero no ponto: IMPEACHMENT,
SIM, SE FICAR PROVADO QUE ELA SABIA DA ROUBALHEIRA EM CURSO NA
PETROBRAS. Mas, para que se chegue lá, é preciso que se investigue, que
se colham as provas e que se proceda ao devido processo legal. É
certamente esse o pressuposto dos que pedem a saída de Dilma.
Quando se
fala e se escreve a palavra “impeachment”, está-se falando de um
procedimento legal, previsto na ordem democrática brasileira e que
integra o conjunto de possibilidades de um Estado de Direito. A lei que
permite a deposição de um chefe de Estado por crime de responsabilidade,
a 1.079, não é nova; é de 1950, a mesma que afastou Collor do poder
quando a Câmara aceitou a denúncia.
Se ficar
provado que a presidente Dilma Rousseff sabia de tudo — ou, ao menos, de
parte da lambança —, ela terá de deixar o poder porque lhe faltará
autoridade para governar o país. “E se isso acontecer?” O vice assume,
ora! Não é inédito nem segredo para nós. E se a denúncia tragar também o
vice? Aí o presidente da Câmara assume interinamente e se marcam novas
eleições — se o duplo impedimento ocorrer nos dois primeiros anos —, ou o
Congresso indica o novo chefe do Executivo na hipótese de ocorrer no
biênio final. Em qualquer hipótese, esse mandato termina no dia 31 de
dezembro de 2018; em outubro desse ano, haverá eleições presidenciais,
com ou sem impeachment.
É isso
mesmo: notem que dou tratamento meramente burocrático a essa
possibilidade porque, afinal, o Estado de Direito prescreve as saídas
para o impedimento presidencial. Impeachment sem provas? Aí, obviamente,
não!
Na
manifestação deste sábado na Paulista, em São Paulo, houve caravanas de
pessoas de outras cidades e até de outros Estados. O Brasil não quer ser
mais um país de pessoas honradas submetidas à vontade de ladrões.
Golpistas na cadeia!
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