segunda-feira, 22 de dezembro de 2014

Alberto Goldman, vice-presidente do PSDB, reage às declarações de Dias Toffoli


22/12/2014
às 12:25 \ Opinião

Augusto Nunes--VEJA

Em seu blog, o ex-governador paulista Alberto Goldman, vice-presidente nacional do PSDB, reagiu às declarações feitas na cerimônia de diplomação de Dilma Rousseff pelo ministro Dias Toffoli, presidente do TSE. Entre outras afirmações, Toffoli considerou ‘página virada’ a eleição de outubro e avisou: ‘Não haverá terceiro turno’. 


O ministro Dias Toffoli, membro do Supremo Tribunal Federal e, atualmente, presidente do Tribunal Superior Eleitoral, chegou ao STF por ser ativo militante do PT, sem cumprir o dispositivo constitucional que determina que para chegar a esse posto do Judiciário tem que ter “notável saber jurídico”. Não tem em seu curriculum nada que o credencie. Foi indicado por Dilma Rousseff e aprovado pela maioria governista do Senado Federal. Um acinte.


No mínimo deveria ter compostura e mostrar a isenção de um magistrado na mais alta Corte do País.

Na quinta-feira passada, dia 18,o PSDB ingressou com uma ação no TSE questionando a candidatura de Dilma por suposto uso da máquina pública e abuso de poder político e econômico. Um direito que lhe cabe. É a lei. O processo está sob a relatoria de João Otávio Noronha. Dias Toffoli, ex-advogado do PT, afirmou na mesma quinta-feira que não haverá terceiro turno no país. A declaração endereçada à oposição foi feita na cerimônia de diplomação da presidente Dilma Rousseff, como reação à ação do PSDB


Segundo Dias Toffoli, as eleições são uma página virada e esta é posição dos membros da Corte e do próprio corregedor Eleitoral, ministro João Otávio Noronha. “Eleições concluídas são, para o poder Judiciário Eleitoral, uma página virada”, disse. “Não haverá terceiro turno na Justiça Eleitoral. Que os especuladores se calem. Não há espaço. Já conversei com a corte e é esta a posição inclusive de nosso corregedor geral eleitoral. Não há espaço para terceiro turno que possa vir a cassar o voto destes 54.501.118 eleitores”.


O ministro, travestido de militante, não esperou a reunião da Corte, não falou no corpo do processo com as arguições das partes, defesa e acusação, não esperou pelas opiniões, formalmente expostas no momento adequado, dos demais ministros. Já decretou: “É página virada…já conversei com a corte e essa é a posição do nosso corregedor geral eleitoral…os especuladores que se calem”.


Esse hitlerzinho, que ganhou uma batina de juiz pelos serviços prestados ao PT, não considera o direito democrático de outros, ainda que representem a voz de mais de 51 milhões de eleitores, que estão usando o direito que a lei lhes confere de contestar a forma pela qual Dilma se reelegeu. Não se dispõe a esperar a decisão normal no processo e já divulga o que seria a decisão da Corte.


Fôssemos uma democracia pra valer ele perderia o seu lugar no STF, no mínimo, por abuso de poder ou por falta de decoro. Ainda não somos mas, um dia, haveremos de ser. E seres como esse cidadão não terão mais espaço na vida democrática da Nação. Não para ser juiz da Suprema Corte.

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