segunda-feira, 22 de dezembro de 2014

Marido da Graciosa faturou R$ 614 milhões na Petrobrás


Jorge Oliveira

Brasília – Não adianta só tirar o sofá da sala, exigir a expulsão de toda diretoria da Petrobrás e botar um monte de gente na cadeia. O Brasil vai continuar sendo dilapidado enquanto o governo petista estiver no poder. A Dilma está cada dia mais atolada nos escândalos. Criar factoides como o da Comissão da Verdade na tentativa de tirar a corrupção das manchetes, agora que a lama chegou na sala principal do Planalto, também é paliativo. A presidente não pode negar, por exemplo, que não é da sua responsabilidade a nomeação de Graça Foster para a Petrobrás, uma dirigente que se mostrou incompetente e desastrada no comando da empresa. No período de dezembro de 2010 a dezembro deste ano, Foster conseguiu até então o inimaginável:  desvalorizou a Petrobrás em 80,4%. Além disso, ainda mentiu cinicamente na CPI quando disse desconhecer as falcatruas na empresa, agora desmascarada pela ex-gerente Venina Velosa da Fonseca que diz que ela foi informada de tudo por mensagens na internet.

Graça, que é chamada carinhosamente de Graciosa pela presidente, conheceu a Dilma quando ela exercia o cargo de secretária de Energia do Rio Grande do Sul, quando ambas cuidaram do gasoduto Bolívia/Brasil (Gasbol), parceria que envolveu a BP e a Shell. De lá pra cá viraram amigas e confidentes.  Dilma também é amiga de Colin Vaughan Foster, marido de Graciosa, de quem herdou o sobrenome. Colin é figura carimbada  na Petrobrás. Frequenta com  intimidade e desenvoltura os gabinetes dos diretores no suntuoso prédio da Avenida Chile, no Rio. Só nos últimos três anos, a C. Foster assinou 43 contratos com a estatal, dos quais 20 sem licitação para fornecer componentes eletrônicos para a área de tecnologia, exploração e produção.

Graça Foster, se sair amanhã da Petrobrás por causa dos escândalos, não tem do que se queixar. Além de gozar de todos os benefícios de uma rica aposentadoria com direito a bônus e salário integral, ainda terá uma vida confortável ao lado de Foster. A empresa do maridão, a C. Foster Serviços e Equipamentos faturou 614 milhões com a Petrobrás nos 43 contratos assinados.

Colin circula livremente pelos corredores da empresa apresentando-se como marido de Graciosa. Faz lobby em todos os setores e a sua empresa alimenta uma série de outras que formam um cartel no fornecimento de equipamentos. O casal é íntimo da presidente. Ao nomeá-la, Dilma sabia dos interesses de Colin dentro da Petrobrás e dos contratos da sua empresa. Mas nada disso pesou na escolha. Não pesou, inclusive, que se tratava de uma imoralidade, uma vergonha, uma aberração que só acontece numa republiqueta de bananas como a nossa.

Por isso, minhas senhoras e meus senhores, não adianta tirar apenas o sofá da sala. Precisamos, isso sim, extirpar o câncer da corrupção que corrói as nossas estatais, hoje ocupadas por sindicalistas incompetentes e despreparados fincados em cargos estratégicos do governo.

Os depoimentos na Justiça já apontam indícios do envolvimento da Dilma nos escândalos da refinaria de Pasadena, no Texas, quando esteve à frente do Conselho da Petrobrás. Agora, mostra sua conivência com a Graciosa e com toda patifaria na Petrobrás, como acusou o doleiro Youssef. Portanto, diante de tanto descalabro, não podemos continuar varrendo mais a sujeira para debaixo do tapete. Precisamos tirar o tapete, o sofá e descontaminar a sala. E o caminho, depois, é um só: o impeachment da Dilma.

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