Leandro Prazeres
Do UOL, em Brasília
Do UOL, em Brasília
Usina nuclear Angra 3, da Eletronuclear, empresa que tem contratos com empreiteiras do caso Lava Jato
O sistema Eletrobras é formado por 12 subsidiárias espalhadas por todo o país e atua no ramo de geração e distribuição de energia. Em 2013, a estatal teve um prejuízo de R$ 4 bilhões.
De acordo com levantamento feito pelo UOL, quatro subsidiárias da Eletrobras mantêm contratos com empreiteiras do caso Lava Jato: Furnas, Eletronuclear (responsável pelas usinas de Angra 1, Angra 2 e Angra 3), Amazonas Energia e Eletronorte.
As empreiteiras que mantêm contratos com as estatais são: Camargo Corrêa, Odebrecht, UTC, Andrade Gutierrez, Engevix e Queiroz Galvão. Executivos de todas as empresas, exceto da Odebrecht, foram presos durante a sétima fase da operação Lava Jato, em novembro.
A estatal com os maiores contratos com empresas da Lava Jato é a Eletronuclear. Somados, os nove contratos que a empresa firmou com as empreiteiras chegam a R$ 4,6 bilhões.
A Andrade Gutierrez, sozinha, é dona de um contrato no valor de R$ 1,4 bilhão referente às obras civis da usina de Angra 3, que deveria ter estar pronta em 2016, mas cujo início de funcionamento está previsto para 2018.
Investigação
A tese de que o esquema de cartel que, segundo o MPF (Ministério Público Federal), atuou em licitações da Petrobras também operava junto a outros órgãos públicos ganhou força após declarações dadas pelo ex-diretor de Abastecimento da Petrobras Paulo Roberto Costa. Costa é um dos principais delatores do esquema.Em depoimento prestado à Justiça Federal do Paraná, o ex-diretor disse acreditar que o mesmo esquema de formação de cartel de empreiteiras que teria atuado junto à Petrobras também atuava em obras no setor energético. Costa citou Angra 3 como uma das obras nas quais ele disse acreditar que o sistema de cartelização ocorreu.
No início de dezembro, o presidente do Cade, Vinícius Marques de Carvalho, disse que o órgão analisa informações repassadas pela investigação da Lava Jato e investiga se as mesmas empresas acusadas de formação de cartel junto à Petrobras atuariam no setor de energia.
"Existem algumas investigações sobre o setor elétrico aqui no Cade envolvendo supostos cartéis em licitações. De posse do material que foi compartilhado da operação, vamos analisar se há uma coincidência com as investigações que já estávamos fazendo", afirmou.
O procurador federal Deltan Dallagnol, que investiga o esquema da Lava Jato, também disse, em entrevista coletiva há duas semanas, que havia "indicativos de que essas empresas não só corromperam Petrobras, mas estão envolvidas em corrupção com outros órgãos públicos".
Ampliar
O
presidente da construtora UTC, empresário Ricardo Pessoa, chega preso à
Superintendência da Polícia Federal no bairro da Lapa, na zona oeste de
São Paulo. Ele é um dos alvos da sétima fase da Operação Lava Jato, na
qual são cumpridos 27 mandados de prisão nos Estados do Paraná, São
Paulo, Rio de Janeiro, Minas Gerais, Pernambuco e Distrito Federal Leia mais Marcos Bezerra/Futura Press/Estadão Conteúdo
Nenhum comentário:
Postar um comentário