sábado, 20 de dezembro de 2014

Associações de moradores reclamam por estarem de fora da escolha de administradores

Rollemberg prometeu, durante a campanha, que ouviria a população para escolher os representantes de cada região

millena.lopes@jornaldebrasilia.com.br



Associações de moradores das regiões administrativas do DF se movimentam, à revelia da equipe de transição do novo governo, para indicar nomes que podem se viabilizar como  administradores regionais.


E reclamam da falta de atenção do governador eleito Rodrigo Rollemberg, que ainda não procurou - e, provavelmente, nem vai - as associações para a  indicação dos administradores.



Rollemberg prometeu, durante a campanha, que ouviria a população para escolher os representantes de cada região.





E, posteriormente, implementaria a eleição direta para administradores regionais. Nesta semana, durante o anúncio do secretariado, reafirmou seu compromisso, mas deixando claro que ele mesmo é quem escolheria os nomes.



"Nós não tínhamos como fazer, na transição, eleição para escolher os administradores regionais. Os primeiros administradores regionais serão indicados por mim, ouvindo as lideranças empresariais, as associações de moradores, as lideranças políticas, os parlamentares da cidade”, afirmou.


“Não fomos procurados”
“A cidade não está envolvida nisso”, disparou Valdemir Pereira Dias, presidente da Associação de Moradores de Planaltina. “Nós somos uma entidade bem antiga na cidade. Até então, não fomos procurados por ninguém”, disse.


Diferentemente de outras associações, que se anteciparam em mandar nomes para a equipe de transição e até para o gabinete de Rollemberg no Senado, a associação de Planaltina não está se movimentando para a indicação. “Para nós, não ficou claro quais  os critérios de escolha. E também não fomos procurados”, disse.


Segundo Dias, há dez “candidatos” na região. Mas, descrentes, alguns  já  desistiram. “As pessoas não estão acreditando. Eu  acho que o governo já tem uma carta na manga”, apostou.


A assessoria da transição deixou claro que as associações, por conta própria, é que estão enviando nomes. Há até  lista tríplice encaminhada por elas.


À espera da consulta
Presidente da Associação de Moradores de Taguatinga, Maria das Graças Maia ainda tem esperanças de que a entidade seja ouvida pela equipe do novo governo para escolha do administrador. E, por isso, não providenciou qualquer indicação: “Nós vamos aguardar o próximo governo nos procurar”.


A movimentação na região administrativa tem sido “muito grande”, segundo ela, mas a associação mesmo ainda não tem nenhuma aposta. “Trabalho com povão há 30 anos em Taguatinga e acho que tem que colocar alguém que conheça a cidade”, opinou.


Ela diz que não é possível ter sucesso com um administrador de fora. “Não adianta nada trazer um engravatado de Goiás ou de Minas Gerais, que não conheça os problemas da cidade”, argumentou.


 A equipe do governador, no entanto, já adiantou que, para ser administrador, o candidato precisa preencher três requisitos: ser morador da cidade; ter respaldo da população; e ser ficha limpa. Quem garante é o coordenador da equipe de transição e futuro chefe da Casa Civil, Hélio Doyle.


Em Águas Claras, disputa por indicação
Em Águas Claras, há até briga para a “indicação oficial”. A diretoria da Associação de Moradores e Amigos de Águas Claras (Amaac) se reuniu e decidiu que Ruben Costa, o Rubinho, é o nome ideal para o cargo. Mas uma candidata a  deputada distrital, que obteve 833 votos, tem movimentado um grupo que reúne mais de 15 mil mulheres no Facebook, pedindo para que a indiquem no perfil do governador eleito na rede social.


Os favoráveis à indicação da candidata dizem que a reunião da Amaac foi a portas fechadas. O encontro foi apenas entre a diretoria, justifica o tesoureiro Roman Dario Cuattrin, “porque não dava tempo de convocar a população”.
interesse na eleição


José Júlio de Oliveira, que já foi administrador da região,  e é presidente de outra associação: a dos Moradores de Águas Claras Vertical (Asmav), diz que não tem “interesse” em fazer indicação, já que “a promessa do governador é fazer eleição”. “Indicar a gente não quer não”, garante.

 A Asmav, assim como a Amaac, não foi procurada. “Tem grupos articulando indicações, mas, institucionalmente, não fomos procurados”, conta.


Fonte: Da redação do Jornal de Brasília

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