sábado, 20 de dezembro de 2014

Desemprego aumenta no DF e atinge 183 mil, diz pesquisa


  18/12/2014 19h33


Dados apontam que 12,2% da população ativa está sem trabalho.


Setores mais prejudicados são construção civil e emprego doméstico.

Do G1 DF
Representantes da Secretaria de Tranlho do DF, da Codeplan e do Dieese durante apresentação do estudo (Foto: Natalia Godoy/G1)Representantes da Secretaria de Tranlho do DF, da Codeplan e do Dieese durante apresentação do estudo (Foto: Natalia Godoy/G1)
 
 
O índice de desemprego no Distrito Federal teve aumento em novembro deste ano em comparação com o mesmo mês de 2012, último dado para comparação, de acordo com estudo da Companhia de Desenvolvimento e Planejamento (Codeplan) baseado em dados do Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Econômicos (Dieese).



Há dois anos, a taxa de desemprego era de 10,9% da população economicamente ativa, contra 12,2% em novembro deste ano, o equivalente a 183 mil pessoas sem ocupação.


O setor que mais perdeu vagas foi a construção civil. Em dois anos, foram 13 mil postos de trabalho fechados. O segundo setor com mais baixas foi o de emprego doméstico. “No emprego doméstico, por conta da nova legislação também, foram, nesses dois anos, sete mil postos de trabalho perdidos”, afirmou Julio Miragaya, presidente da Codeplan.


Outras áreas se mantiveram estagnadas, segundo a companhia. “O comércio cresceu pouco, setor público cresceu pouco e o setor de serviços cresceu pouco também”, disse.


A Pesquisa de Emprego e Desemprego (PED), que começou a ser feita na capital em 1992, teve a execução interrompida por 14 meses devido a “problemas no processo de licitação”, de acordo com a Secretaria de Trabalho do governo do Distrito Federal (GDF).


O último dado obtido foi em setembro de 2013, quando o desemprego correspondia a 12% da população ativa. Nessa comparação com lacuna de mais de um ano, o número de desempregados também cresceu.


Perfil do desempregado
A taxa de desemprego no Distrito Federal é maior no grupo de regiões administrativas com renda mais baixa, segundo a pesquisa. Brazlândia, Ceilândia, Samambaia, Paranoá, São Sebastião, Santa Maria e Recanto das Emas somam 15,8% dos desempregados em novembro de 2014.


Em Brasília, Lago Sul e Lago Norte a porcentagem dos sem emprego cai para 5,3%. E as regiões com renda intermediária (Gama, Taguatinga, Sobradinho, Planaltina, Núcleo Bandeirante, Guará, Cruzeiro, Candangolândia e Riacho Fundo) formam um grupo com 8,8% de taxa.


Quanto à qualificação dos desempregados, a maioria dos 12,2% do DF tem ensino fundamental incompleto e no máximo fundamental completo, segundo a Codeplan. Esse grupo de baixa qualificação busca, geralmente, renda de um a dois salários mínimos.

“Existe uma dualidade em Brasília [em relação aos desempregados]. Têm aqueles de renda alta que preferem ficar estudando e almejando um concurso público, e a mão de obra pouco qualificada, e com renda mais baixa, que é o principal agente que procura empregos nas agências do trabalhador”, afirmou o subsecretário de Atendimento ao Trabalhador do GDF, José Eduardo Corrêa.


As mulheres encontram maior dificuldade para conseguir uma ocupação – elas correspondem a 14,6% dos desempregados do mês passado, contra 10,1% dos homens. Em setembro de 2013, a taxa de mulheres sem emprego correspondia a 14,1%.


As pessoas negras também compõem um grupo maior de desempregados – 13%, contra 10,3% dos não negros. Segundo o Dieese, mulheres negras recebem metade do salário de um homem não negro. O desemprego atinge mais os jovens de 16 a 24 anos (26,8% do total).


No Distrito Federal a maior parcela de ocupados trabalha no setor de serviços: 70,1%. Os salários variam de R$ 2.741 para os assalariados e de R$ 1.665 para os trabalhadores autônomos. De acordo com a Codeplan, a projeção para 2015 é que o número de empregos não sofra uma “queda muito mais significativa”.


“Vai depender muito. Se a economia ficar mais estabilizada, não vai ter uma queda muito mais significativa do que a de 2014. É muito difícil essa projeção porque a gente está numa situação de que o mundo está querendo sair dessa crise, são várias interrogações. Se tivermos uma recuperação da economia nacional, a tendência é o DF seguir”, afirmou Miragaya.

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