sexta-feira, 19 de dezembro de 2014
Foto histórica juntando Collor, Sarney, Lula, Dilma e FHC
Por Jorge Serrão - serrao@alertatotal.net
A politicagem no Brasil - o País da Piada Pronta e sem graça - consegue virar o mundo ao avesso. Quem poderia imaginar que o senador José Sarney, ex-Presidente da República e imortal da Academia Brasileira de Letras, fosse encerrar seus 60 anos de vida pública com um discurso combatendo a reeleição, pedindo o fim das Medidas Provisórias, cobrando reforma política e se indignando com a corrupção. Mais hilário ainda é que a Presidente Dilma deu uma de Sarney ao ser diplomada no Tribunal Superior Eleitoral:
"Chegou a hora de firmarmos um grande pacto nacional
contra a corrupção, envolvendo todos os setores da sociedade e todas as esferas
de governo. Esse pacto vai desaguar na grande reforma política que o Brasil
precisa promover a partir do próximo ano. A corrupção, como todos os pecados, está entranhada na alma humana. Não
é exclusividade de um ou outro partido, de uma ou de outra instituição.
Trata-se de um fenômeno muito mais complexo e resiliente. Estamos purgando,
hoje, males que carregamos há séculos".
Sarney fez a mesma promessa que Dilma: "Vamos
limpá-lo (o Brasil) das práticas dos malfeitos, e dos administradores
irresponsáveis".
Defensor de um mandato presidencial de cinco ou seis anos, em regime parlamentarista, Sarney fez um discurso digno da melhor oposição: "Temos que ter a coragem de acabar com as medidas provisórias. Elas deformam o regime democrático. O Executivo legisla, e o Parlamento fica no discurso. As leis são da pior qualidade, e as MPs recebem penduricalhos que nada têm a ver com elas para possibilitar negociações feitas por pequenos grupos a serviço de lobistas".
Defensor de um mandato presidencial de cinco ou seis anos, em regime parlamentarista, Sarney fez um discurso digno da melhor oposição: "Temos que ter a coragem de acabar com as medidas provisórias. Elas deformam o regime democrático. O Executivo legisla, e o Parlamento fica no discurso. As leis são da pior qualidade, e as MPs recebem penduricalhos que nada têm a ver com elas para possibilitar negociações feitas por pequenos grupos a serviço de lobistas".
Sarney atingiu seu ápice quando cobrou a tão esperada
reforma política. O senador colocou Dilma bem na fita: " Na área política,
nós regredimos. E é esse o grande entrave de que o país sofre até hoje. Então,
chegou um ponto em que não podemos tolerar mais esse impasse. Não podemos
tolerar mais o sistema político brasileiro, que é responsável por todo o resto
do que acontece no nosso país. Precisamos evitar a proliferação de partidos,
que hoje constituem verdadeiros registros eleitorais e só servem para
negociações materiais.
O financiamento também das campanhas tem de ser resolvido de maneira que não haja cooptação de vontades. É preciso ter regras claras para doações de empresas privadas. Estabelecer um teto. A presidente Dilma marcará a História do Brasil se fizer a mudança desse regime".
O financiamento também das campanhas tem de ser resolvido de maneira que não haja cooptação de vontades. É preciso ter regras claras para doações de empresas privadas. Estabelecer um teto. A presidente Dilma marcará a História do Brasil se fizer a mudança desse regime".
Presidente por acidente - era vice de Tancredo Neves, que
morreu antes de tomar posse em 1985, quando o então Ministro do Exército,
Leônidas Pires Gonçalves lhe garantiu a posse nos bastidores -, Sarney chamou a
atenção da mídia ideológica de esquerda, por ter se referido a 1964 como
"revolução" e não como a historiografia da Omissão da Verdade exige,
usando o termo "golpe". Sarney aproveitou para fazer média política,
cobrando o fim da reeleição - que já beneficiou os petistas duas vezes, embora
eles sempre recordem que FHC montou algo como o mensalão para aprová-la no
Congresso. Sarney criticou:
"Talvez o pior que a revolução tenha feito, no
Brasil, tenha sido acabar com os partidos políticos. O financiamento também das
campanhas tem de ser resolvido de maneira que não haja cooptação de vontades. É
preciso ter regras claras para doações de empresas privadas; estabelecer-se um
teto.Estabeleceu-se também uma promiscuidade entre cargos, empresas e setores
da Administração que apodreceu o sistema em vigor. A solução desse problema não
pode ser abordada tímida e isoladamente, mas deve ser feita em conjunto com o
sistema partidário. Precisamos levar a sério o problema da reeleição, que
precisa acabar, estabelecendo-se um mandato maior.
Por fim, a magistral e muito comemorada saideira de Sarney: "Quero
dizer que esta é a última vez que ocupo a tribuna parlamentar, que frequentei
desde 1955. Também tenho um arrependimento – até fazendo um mea-culpa –: penso
que é preciso proibir que os ex-presidentes ocupem qualquer cargo público,
mesmo que seja cargo eletivo. Nos Estados Unidos, é assim, e eles passam a ter
uma função que serve ao País. Então, eu me arrependo. Acho que foi um erro que
eu cometi ter voltado, depois de Presidente, à vida pública.
Esse arrependimento me trouxe a convicção de que isso é uma das coisas necessárias. Assim como o dia se despede da noite, eu me despeço de ti. Deixo no Senado uma palavra: gratidão. Saio feliz, sem nenhum ressentimento. Ai, meu Senado, tenho saudades do futuro".
Esse arrependimento me trouxe a convicção de que isso é uma das coisas necessárias. Assim como o dia se despede da noite, eu me despeço de ti. Deixo no Senado uma palavra: gratidão. Saio feliz, sem nenhum ressentimento. Ai, meu Senado, tenho saudades do futuro".
Laços de famíglia
No emocionado último discurso no Senado, José Sarney fez
elogios ao seu amado Maranhão, que apontou estar na vanguarda do Brasil, ao
contrário do que afirmam os críticos.
O que será que papai Sarney achou do fato de o Governo do
Estado do Maranhão ter baixado no Diário Oficial do último dia 12, um ato
concedendo pensão vitalícia de R$ 24 mil a sua filha Roseana, que foi forçada a
renunciar ao governo, em meio a tantos problemas:
“O governador do estado do Maranhão, nas suas atribuições
legais, resolve: conceder a Roseana Sarney Murad, ex-governadora do estado do
Maranhão, subsídio mensal vitalício, nos termos do art. 45, do Ato de
Disposições Constitucionais Transitórias, da Constituição Estadual, conforme
consta no Processo 0237470/2014 da Casa Civil”.
Onde já se viu?
Diva do Sarney
Já a Presidenta Dilma, cantada em prosa por Sarney no
Senado, aproveitou sua diplomação no TSE para defender-se do Petrolão:
"Alguns funcionários da Petrobras, que tem sido e vai
continuar sendo o nosso ícone de eficiência, brasilidade e superação, foram
atingidos no processo de combate à corrupção. Estamos enfrentando essa situação
com destemor e vamos converter a renovação da Petrobras em energia
transformadora do nosso País. A Petrobras já vinha passando por um vigoroso
processo de aprimoramento de sua gestão. A realidade atual só faz reforçar
nossa determinação de implantar na Petrobras a mais eficiente estrutura de
governança e controle que uma empresa estatal já teve no Brasil".
Dilma voltou a fazer elogios ao processo da Lava Jato,
embora saiba que tudo pode respingar nela e em Luiz Inácio Lula da Silva, se o
doleiro Alberto Yousseff e Paulo Roberto Costa resolverem realmente contar o
que sabem:
"O saudável empenho de justiça deve também nos permitir reconhecer que a Petrobras é a empresa mais estratégica para o Brasil e que mais contrata e investe no país. Temos que saber apurar e saber punir, sem enfraquecer a Petrobras, sem diminuir sua importância para o presente e para o futuro. Temos que continuar apostando na melhoria da governança da Petrobras, no modelo de partilha para o pré-sal e na vitoriosa política de conteúdo local. Temos que punir as pessoas, não destruir as empresas. Temos que saber punir o crime, não prejudicar o país ou sua economia".
"O saudável empenho de justiça deve também nos permitir reconhecer que a Petrobras é a empresa mais estratégica para o Brasil e que mais contrata e investe no país. Temos que saber apurar e saber punir, sem enfraquecer a Petrobras, sem diminuir sua importância para o presente e para o futuro. Temos que continuar apostando na melhoria da governança da Petrobras, no modelo de partilha para o pré-sal e na vitoriosa política de conteúdo local. Temos que punir as pessoas, não destruir as empresas. Temos que saber punir o crime, não prejudicar o país ou sua economia".
Sem chance
O ministro de DNA petista José Dias Toffoli detonou o PSDB
por ter entrado ontem com ação no TSE pedindo a cassação do mandato da
presidenta Dilma por abuso de poder político e econômico:
"As eleições de 2014 são uma página virada. Não haverá terceiro turno na Justiça Eleitoral. Que os especuladores se calem, não há espaço para terceiro turno que possa a vir a cassar os votos dos 54 milhões de eleitores".
"As eleições de 2014 são uma página virada. Não haverá terceiro turno na Justiça Eleitoral. Que os especuladores se calem, não há espaço para terceiro turno que possa a vir a cassar os votos dos 54 milhões de eleitores".
Além de abusar nos gastos, os tucanos denunciam que a
presidenta e o vice-presidente da República "também abusaram do poder
econômico — gastando acima do limite inicialmente informado e recebendo doações
oficiais de empreiteiras contratadas pela Petrobras como parte da distribuição
de propinas".
Palhaçada Política
Do irado Kamarada Carlos I. S. Azambuja, pt da vida com as
idas e vindas dos petistas no Congresso:
"O Congresso Nacional é um circo! Na terça-feira o
presidente da CPMI da Petrobras, deputado Marco Maia, deu por encerrada a
comissão com um relatório sem indiciar nenhuma pessoa. Como a Oposição
insurgiu-se e ameaçou apresentar um outro relatório, Marco Maia, com
maior cara de pau, no dia seguinte, ontem, apresentou um outro relatório
indiciando 52 pessoas e deu a CPMI por encerrada! E ou não é um circo?"
Caro Azamba, chamar de Circo é maldade com os bons
palhaços e tantos outros profissionais, que fazem a alegria de tanta gente: o
Congresso é uma piada de mau gosto e sem graça, para dizer o mínimo...
Direito e Justiça em Foco
O desembargador Lárcio Laurelli recebe,m no domingo, às 22
horas, na Rede Gospel, Silvio Sanzone.
Que Papai Noel traga seu presentinho...
Mensagem natalina de nosso bravo médico Humberto de Luna
Freire Filho:
"Aos parentes, ao amigos pessoais, aos colegas de trabalho,
aos amigos virtuais: comunico que a partir de 19 de dezembro, até o dia 10 de
janeiro estarei fora de minha "base", portanto, impossibilitado
de responder aos mais de trezentos e-mails que recebo diariamente. Desejo a
todos um Feliz Natal e um Feliz Ano Novo. Torço que para o
bem de todos e felicidade geral da nação, essa MEGAQUADRILHA que tomou conta do
poder seja pulverizada o mais rapidamente possível e passe a ser hóspede
da PAPUDA".
Paulinho Liberado...
Neste fim de ano, o esquema de bastidores dos petistas
conseguiu salvar Maluf, poupar Daniel Dantas e ainda anular a fase inicial do
processo contra o Sérgio Sombra - acusado de matar Celso Daniel, o cadáver
politicamente insepulto da República Sindicalista do PT.
Difícil procura
Vou de Busão
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