Abaixo-assinado pedindo cercamento do espaço, fim dos eventos e ação policial divide moradores da cidade
O debate para restringir o uso do Calçadão da Asa Norte gera reações acaloradas tanto de quem é a favor como de quem é contra a normatização.Para o presidente da Aplol (Associação dos Proprietários e Moradores da Orla do Lago Norte), Benedito de Sousa, o barulho que os frequentadores de eventos no local fazem durante a madrugada é enlouquecedor.
Na contramão, o organizador do maior evento do local, o Picnik no Calçadão, Miguel Galvão, nega as acusações e diz que os moradores estão tendo uma posição elitista e preconceituosa em relação ao píer. “Eles já privatizaram boa parte dos acessos ao lago e agora querem cercar o pouco do que restou de público”, afirma Thiago Muzzi, organizador do Deguste!, outro evento realizado no local.
| ANDRESSA ANHOLETE/METRO BRASÍLIA
Sousa diz que sua causa não é a do silêncio, mas a da ordem. Para ele, só o cercamento do Calçadão poderia garantir o sossego e a manutenção do espaço. “O Calçadão é frequentado durante a madrugada por pessoas que fazem verdadeiras algazarras nos estacionamentos. O que queremos é um bom uso do espaço”, sustenta.
Ele organizou um abaixo-assinado que já conta com cerca de 2 mil assinaturas para regulamentar o uso do local. No documento, além do cercamento, ele pede a instalação de um posto policial e a proibição de eventos no local.
Cerca de dois mil moradores pedem a proibição de qualquer evento no local “O Calçadão deveria ser um espaço de prática esportiva, contemplação da natureza, não uma arena de shows.”
Falta infraestrutura
Os organizadores concordam com apenas um dos pontos do abaixo-assinado, o que pede maior presença policial na região. O locador de pedalinhos Romero de Oliveira preferiu não defender nenhuma das causas, mas reclama da ausência de infraestrutura. “Antes de cercar seria muito melhor investir na iluminação pública, na instalação de banheiros, quiosques. Isso aqui está um abandono! Se não fossem os comerciantes para fazer a manutenção, já estava tudo detonado”, afirma.