quarta-feira, 29 de janeiro de 2014

Secretário apura se ônibus são alvo de protestos ou grupos criminosos

29/01/2014 13h31 - Atualizado em 29/01/2014 15h04

 

Grella diz que prisões feitas na terça são resultado de nova estratégia.


Ataques a ônibus já prejudicaram 200 mil pessoas em SP, diz SPTrans.

Ardilhes Moreira Do G1 São Paulo




O secretário da Segurança Pública de São Paulo, Fernando Grella, afirmou nesta quarta-feira (29) ao G1 que a sequência de ônibus queimados em São Paulo virou estratégia de grupos para dar visibilidade a protestos com diferentes motivações.

"São motivações variadas. Ora por causa de enchente, ora porque uma pessoa foi morta, ora porque falta algum serviço público. São motivos diferentes", explica o secretário. "Nós estamos, evidentemente, preocupados com essa situação."
Grella disse também que apura se as ocorrências são provocadas pela ação de manifestantes ou se há ligação com grupos criminosos organizados.

Os ataques já prejudicaram 200 mil pessoas de acordo com levantamento feito pela Secretaria Municipal de Transportes (SMT).  Neste ano, 58 ônibus foram incendiados ou depredados na região metropolitana. O prejuízo das empresas é de cerca de R$ 500 mil por cada ônibus, que eleva o custo do sistema financiado pelas passagens pagas pelos passageiros e pelos subsídios da Prefeitura.

O secretário ressaltou que se reuniu, por iniciativa da própria Secretaria da Segurança, com representantes das empresas de ônibus na sexta-feira (24) e definiu ações que já teriam resultado na prisões de oito pessoas envolvidas em um dos incêndios.

Fernando Grella Vieira, secretário de Segurança de SP (GloboNews) (Foto: Reprodução Globo News) 
Fernando Grella Vieira, secretário da
Segurança (Foto: Reprodução Globo News)
O secretário diz que as regiões com maior incidência dos ataques foram a Zona Sul e a Zona Leste. "Já há uma orientação, desde o início da semana, para intensificar o policiamento e tratar esse tema com prioridade", disse o secretário.

O secretário disse ainda que apura se há ação de organizações criminosas nos ataques aos veículos.

"Nós não temos ainda uma definição. Acompanhamos as duas hipóteses. O setor de inteligência está procurando diagnosticar, mas nós não temos elementos para formar uma convicção: se é mero movimento ou se é manifestação de elementos criminosos", afirmou o secretário.

O secretário diz que não descarta ainda que a expectativa da realização de eleições tenha contribuído para que os ataques aos ônibus tenham sido intensificados. "Tudo é possível. A gente não pode descartar porque estamos vivendo um período novo. Os movimentos e os atos de violência do ano passado foram algo que não tínhamos vivido. Torcemos para que não, evidentemente, mas estamos acompanhando", disse.

Reunião e estratégia

Grella detalhou que, na reunião com o presidente do indicato das Empresas de Transporte Coletivo Urbano de Passageiros de São Paulo (SPUrbanuss), foram definidas medidas de apoio às investigações e também de prevenção.

O secretário preferiu não adiantar se a polícia vai repetir estratégia de colocar policiais dentro dos ônibus, para não revelar a estratégia policial adotada. "Ontem, por exemplo, houve prisão de oito pessoas. Três menores e cinco maiores, o que já foi uma consequência do que vem sendo implementado", disse.

Apesar de não ter o relatório final do caso, Grella apontou que os detidos vivem na própria região onde foram presos e que o ato teria relação com uma morte ocorrida em outro bairro. "São pessoas moradoras da própria periferia", disse.

"Até a semana passada, os casos ocorriam no final da tarde, exatamente para ter bastante visibilidade. Ontem já tivemos um às 14h, o que não era normal. E hoje estamos tendo outro que está acontecendo agora. E os motivos, as próprias empresas, revelaram que são variados. E colocar fogo é para dar visibilidade ao motivo da manifestação", disse.

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