14/02/2014 -
Da Redação
O senador Cristovam Buarque (PDT-DF)
aconselhou a presidente Dilma Rousseff a ouvir os alertas sobre os
riscos e dificuldades que estão atrapalhando a economia brasileira e
tomar providências imediatas para corrigir os rumos de seu governo.
No
discurso, em Plenário, nesta sexta-feira (14), ele destacou recente
estudo divulgado pelo Banco Central dos Estados Unidos no qual o Brasil é
situado na segunda pior posição em vulnerabilidade econômica dentro de
um conjunto de 15 países emergentes avaliados.
– Ainda dá para acordar, para ouvir os
alertas que estão sendo ditos pelo povo nas ruas, pelos documentos
escritos, pelas criticas feitas – alertou.
No estudo, informou o senador, o Brasil
só aparece em posição melhor que a Turquia.
Ele disse que os problemas
já são conhecidos, pois “todos sabiam”. Lembrou que ele próprio já havia
feito um pronunciamento tempos atrás, no qual dizia que “a economia vai
bem, porém vai mal”. O comportamento da inflação, os gastos públicos
crescendo mais que a receita e o declínio do saldo da balança comercial
já evidenciavam dificuldades que viriam mais adiante, observou.
– Quando me manifestei aqui, recebi críticas dizendo que era uma Cassandra, um pessimista.
Para Cristovam, o modelo econômico
baseado no estímulo ao consumo se esgotou. De acordo com ele, sem
investimentos em infraestrurtura, educação e inovação tecnológica, o
país não terá como “produzir infinitamente tantas coisas, cada vez
mais”. A seu ver, é possível melhorar o bem-estar das pessoas e não
obrigatoriamente pelo consumo.
– Todos sabiam que não dava para ter tanto consumo de energia e o apagão chegou – constatou.
A seu ver, o país fez “a opção pelo
presente, esquecendo o futuro”. Sem fazer poupança, salientou Cristovam,
não é possível investir, gerar renda e aumentar o consumo de forma
sólida. De acordo com ele, o relatório do BC dos EUA é apenas uma das
provas de “que todos sabemos, mas continuamos fazendo errado”.
Cristovam comparou a situação com o desenvolvimento de uma peça de teatro que termina em tragédia:
– Os personagens sabem do final trágico, mas o papel deles é fazer a peça avançar até a tragédia.
Mesmo assim, disse que ainda dá para o país mudar de rumos e renovou o apelo para que Dilma ouça as críticas.
– De repente, entre mil, uma terá razão
e, por causa dessa, a senhora vai errar porque não escutou no momento
certo. Ainda é tempo de evitar tragédias como aquelas das peças gregas –
pediu.
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