13/02/2014
às 4:14Se Dilma aplaude o terrorismo “red bloc” do MST, por que acha que pode combater o dos black blocs?
Raramente
vivemos uma jornada tão interessante em tão pouco tempo como nesta
quarta-feira. O dia raiou com a notícia da prisão de Caio Silva de
Souza, que, em companhia de Fábio Raposo, matou o cinegrafista Santiago
Andrade. Passava um pouco das oito da manhã quando, em entrevista ao
vivo, concedida à rádio Jovem Pan — eu estava entre os entrevistadores —
o advogado Jonas Tadeu Nunes revelou que grupos e partidos políticos
financiam alguns desses que estão nas ruas promovendo a desordem;
financiam, em suma, o que ele chamou de “terrorismo social”.
Poucas
horas depois, militantes do MST promoveram um badernaço em Brasília;
tentaram invadir o Supremo Tribunal Federal, que teve de suspender a
sessão; derrubaram grades de proteção em frente ao Palácio do Planalto;
entraram em confronto com policiais militares do Distrito Federal com
uma violência até então desconhecida em manifestações assim e feriram 30
policiais, oito deles com gravidade.
Ao mesmo
tempo, no Senado, esquentava o debate sobre o Projeto de Lei nº 499 que
passa a definir o crime de terrorismo. Nossa Constituição considera esse
crime inafiançável e não passível de graça ou anistia, mas não existe
uma lei para punir ações terroristas, o que é um absurdo.
A íntegra do texto está aqui.
A proposta pune com até 30 anos de cadeia quem infunde terror na
população ou ameaça a segurança coletiva, atentando contra serviços
essências, como transporte púbico ou obras de infraestrutura. Como já
lembrei aqui, por que o país não tem até hoje uma lei como essa, vigente
nas melhores e mais tolerantes democracias do mundo?
Porque as
esquerdas, e o PT em particular, nunca permitiram. Sempre temeram que
uma lei com essas características acabasse tolhendo o arbítrio e a
truculência de aliados seus, como o MST por exemplo. E não deu outra: os
petistas não querem aprovar o texto como está; eles exigem que os ditos
movimentos sociais sejam excluídos do risco de punição.
Vocês
entenderam direito: os companheiros aceitam, sim, ter uma lei
antiterror, mas só se ela não alcançar os que se chamam a si mesmos de
“movimentos sociais”.
Ora, um
desses grupos ligados ao PT é justamente o MST, o dito Movimento dos
Sem-Terra, que invadiu Brasília nesta quarta-feira. Por onde passaram,
os ditos sem-terra promoveram o caos, a desordem. Argumentaram com paus,
pedras, porretes. O sangue correu na Praça dos Três Poderes,
especialmente o dos policiais militares.
E o que
fez o ministro Gilberto Carvalho, secretário-geral da Presidência e
homem encarregado de conversar com os movimentos sociais? Desceu para
dialogar com os baderneiros. Pior: a presidente Dilma Rousseff prometeu
receber as lideranças nesta quinta-feira.
Atenção,
leitores! Três dias depois da morte de Santiago Andrade em razão da ação
violenta de supostos manifestantes, a presidente decide levar para o
Palácio interlocutores que não recorrem a substantivos, mas a paus; que
não empregam adjetivos, mas pedras; que não formulam frases, mas usam
porretes.
É verdade!
Se o país tivesse uma lei antiterror, é bem possível que a ação do MST
desta quarta pudesse ser assim caracterizada. Mas pensemos um pouco: se
os movimentos sociais ficam livres para ameaçar a segurança coletiva,
como, então, punir estes que se dizem black blocs?
É
patético: um dia depois de o governo federal prometer combater com
severidade a violência nas ruas, Dilma aceita receber baderneiros em
palácio, que se impõem na base da porrada. Se o governo aplaude o “Red
blocs”, os terroristas de vermelho do MST, como é que vai combater os
black blocs, os terroristas de preto?
Ao fazê-lo, Dilma leva o terrorismo para dentro do Palácio.
Para encerrar
Já começou a gritaria dos “amigos do povo” contra a lei que pune o terrorismo. Por alguma razão, acham que ela pode tolher a liberdade. É mesmo? Eu queria saber o que há de libertário na ação de vagabundos que incendiam ônibus, que depredam prédios púbicos ou que põem em risco a segurança de milhares de pessoas infundindo terror em áreas públicas, como estações de metrô, por exemplo.
É grande o
risco de a lei antiterror no Brasil valer para quem, por exemplo, se
armar para defender a sua propriedade, mas não para quem se armar para
invadi-la. Fiquem atentos.
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