12/02/2014
às 19:35
Os
sem-terra, que não existem — são um mero aparelho de produzir ideologia,
chefiado pelo sr. João Pedro Stedile (qual é a ocupação e a fonte de
renda dele?) — decidiram invadir Brasília. Estima-se que estavam lá umas
15 mil pessoas. Aí o leitor, que é um ser lógico, se pergunta: “Mas
Reinaldo, como e que algo que não existe pode promover uma invasão?” Eu
explico: o MST, como movimento, existe; os sem-terra, como categoria, é
que entraram em extinção.
O MST é um grupo político, alimentado, na
prática, com dinheiro público, saído dos programas de agricultura
familiar. As pessoas mobilizadas por Stédile, em grande parte, não eram
originalmente agricultores; não sabem plantar um pé de milho, um pé de
feijão, um pé de mandioca.
Não conseguiriam distinguir o alho, que é um
alimento, do bugalho, que é uma praga. Essas pessoas eram trabalhadores
urbanos, recrutados nas periferias das cidades médias do interior. Ou
são desempregadas ou, o que é mais curioso, trabalham na cidade e voltam
à noite para os acampamentos do MST à espera de um pedaço de terra.
E por que é assim?
Porque a o
modelo de distribuição de terra já deu o que tinha de dar. Vejam a
tabela abaixo com o número de famílias assentadas ano a ano a partir de
1995.
Em números
oficiais, do Incra, o governo FHC assentou 570.704 famílias; o de Lula,
614.088; o de Dilma, em três anos, apenas 75.335. E olhem que as coisas
podem não ser bem assim. O governo Lula, mistificador como sempre,
incluiu como obra sua, de reforma agrária, simples realocação de pessoas
e regularização de posse de agricultores já instalados em áreas rurais,
muitas vezes públicas.
Um estudo rigoroso vai demonstrar que, na
verdade, Lula assentou pouco mais de 211 mil famílias, não mais de 614
mil. Quando se considera a extensão de terra efetivamente desapropriada,
FHC ganha de longe: 10,2 milhões de hectares contra 4,5 milhões. Ou
seja, aquele que as extremas esquerdas consideram o grande satã do
neoliberalismo, FHC, foi o mais generoso com os sem-terra.
Os
sem-terra estão em declínio — embora possam promover bagunça em
Brasília. Basta ver a queda no número de invasões de propriedades: em
1999, no auge, foram 502; em 2013, foram 107 (vejam tabela publicada
pelo Estadão).
Ainda bem
que é assim. Essa causa já acabou. O que o Brasil precisa agora é
cuidar dos muitos milhões de hectares que estão, direta ou
indiretamente, sob o controle do MST e que contam com financiamento
público. Qual é a produtividade dessa terra? Por que a esmagadora
maioria dos assentamentos conta com Bolsa Família e cesta básica? Então o
país ainda torra uma fábula de dinheiro público com reforma agrária e
depois precisa tornar as famílias dependentes do Estado? Que fique
claro: como houve uma queda importante do desemprego nos últimos anos no
país e com o alastramento do Bolsa Família, a mão de obra disponível
para promover a causa do MST diminuiu drasticamente.
Em
Brasília, violentos como sempre, arruaceiros, tendentes a ações
similares ao terrorismo, os partidários do MST tentaram nada mais nada
menos do que invadir o Supremo Tribunal Federal, a sede do Poder
Judiciário. Houve confronto com a Polícia, e foi preciso recorrer a
bombas de gás lacrimogênio e balas de borracha para conter os valentes
de Stedile. A sessão teve de ser suspensa — foi retomada mais tarde.
Quem é o interlocutor do governo federal junto aos chamados “movimentos
sociais”? Chama-se Gilberto Carvalho, o segundo homem mais influente do
PT.
É só
incompetência ou é cálculo? Carvalho também é o homem responsável pela
interlocução com movimentos indígenas. Aliás, numa área da Bahia,
agricultores ligados ao MST estão em pé de guerra com índios tupinambás,
acusados de matar um trabalhador rural — todos eles, em tese, estão sob
a responsabilidade de Carvalho. Ele não vai se demitir?
Dilma,
claro, decidiu se encontrar com os sem-terra depois das manifestações
explícitas de truculência. É assim mesmo, Soberana, que Vossa Excelência
estimula a desordem e a violência. Parabéns!
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