Pilares entre as estações Tietê e
Carandiru do metrô de SP foram cercados de pedras irregulares. Intenção é
'evitar que sejam acesas fogueiras nesses locais'
Joseh Silva
São
Paulo –
A revitalização dos canteiros que ficam embaixo das estações da
linha azul do metrô de São Paulo, entre o Tietê e o Tucuruvi,
acompanhada da construção de uma ciclovia, ainda é modesta. As
alterações já realizadas em um dos trechos, entretanto, apresentam
estruturas com características “antimendigo” ao redor das pilastras que suspendem os trilhos do metrô. A obra entre a rua Coronel Antônio de Carvalho e a avenida General Ataliba Leonel foi iniciada em novembro de 2013 e é realizada pela prefeitura de São Paulo.
A estrutura montada pela
gestão de Fernando Haddad (PT) em volta dos pilares é composta por
pedras semelhantes a paralelepípedos, entre 10 e 20 centímetros de
altura, dispostas de maneira irregular em volta de cada pilar de
suspensão da via elevada por onde passa o metrô.
Por meio de nota, a
Subprefeitura de Santana informou que "está realizando obras de
revitalização na região, que envolve a Avenida Cruzeiro do Sul, entre a
Rua Coronel Antonio de Carvalho e a Avenida General Ataliba Leonel.
A
obra prevê melhorias no canteiro central e nas calçadas, e reforço na
iluminação, totalizando mais de 12 mil m² de reforma. A estrutura em
questão é obra prevista em projeto e tem a finalidade de proteger as
pilastras de sustentação do metrô, a fim de evitar que sejam acesas
fogueiras nesses locais, o que abala a estrutura da edificação".
Em 2012, durante a gestão Kassab,
haviam sido colocadas grades de ferro de cerca de dois metros de altura
cercando todo canteiro central – estruturas que estão sendo retiradas
agora pela gestão Haddad.
Em 2005, a gestão José
Serra (PSDB) foi duramente criticada pelo PT ao erguer rampas íngremes
na parte de baixo de viadutos de acesso da avenida Paulista. O então
subprefeito da Sé, Andrea Matarazzo, defendeu a medida e afirmou que era
para evitar o uso de drogas na região.
O padre Júlio Lancelotti, da
Pastoral do Povo da Rua, afirmou que a intenção era "dar a falsa impressão de que o problema não existe".
Em 2007 o sucessor de
Serra, Gilberto Kassab (PSD) prosseguiu com a política "antimendigo",
instalando na praça da República e em outros pontos da cidade bancos com
um apoio de braço no centro, impedindo que qualquer pessoa se deite
neles.
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