13/02/2014
às 5:12O PT e a sua legião de Sininhos empenhadas em criar a Terra do Nunca.
Há certas
coisas que são de uma obviedade que chegam quase a dar preguiça — embora
sejam, sim, importantes porque podem estar na raiz de alguns dos males
brasileiros. Infelizmente, e torço para estar errado, eu não aposto R$
0,10 — R$ 1 milhão muito menos, até porque não tenho isso tudo, hehe… —,
que haverá empenho do governo federal para chegar a fundo na origem do
financiamento da baderna de rua. A denúncia de Jonas Tadeu, advogado dos
assassinos do cinegrafista Santiago Andrade, é muito séria. Ele acusa
políticos, partidos e grupos de financiar o que chamou de “terrorismo
social”.
Que há
militância organizada na rua, isso é inequívoco. Olhem Elisa de Quadros,
a tal Sininho. Percebe-se de longe o cheiro da militante profissional.
Não se conhece a sua ocupação, embora tenha dois endereços no Rio e dois
RGs. Vive de quê? De onde tira o dim-dim que paga o feijão? Atenção,
leitores! Nos regimes democráticos, alguém sempre está financiado alguma
causa. É parte do jogo. A questão é saber se esse financiamento se dá
nos limites da legalidade ou não; a questão é saber se a causa
patrocinada civiliza ou embrutece; contribui para uma sociedade mais
democrática e tolerante ou promove a violência, o caos e a morte.
Embora
essas confusões de rua sejam um incômodo para o PT e possam criar
severas dificuldades para a presidente Dilma durante a Copa do Mundo, o
partido vai querer passar longe da questão; vai dar um jeito de olhar
para o outro lado. Infelizmente, não vejo a Polícia Federal empenhada em
ir a fundo no tema. A razão é simples: OS PETISTAS FAZEM A MESMA COISA.
ESSE É O SEU MÉTODO DE AÇÃO. É PRÁTICA CORRENTE NO PT FINANCIAR OS
DITOS MOVIMENTOS SOCIAIS.
Querem
exemplos? Na eleição de 2012 para a Prefeitura, apareceu um troço
chamado “Existe Amor em São Paulo”. Parecia espontâneo, coisa da
sociedade. Descobriu-se depois que era uma criação do comitê de campanha
de Fernando Haddad. A turma ganhou até cargo na Prefeitura. O Movimento
Passe Livre, que promoveu as primeiras badernas na cidade, em junho,
sempre operou em parceria com os petistas. O MST, que botou pra quebrar
em Brasília, é parceiro histórico do PT.
O partido
não quer discutir o financiamento ilegal de movimentos de protesto
porque isso levantaria óbvias suspeitas sobre a sua própria maneira de
se organizar e sobre a sua própria conduta. Os movimentos de sem-teto
que infernizam São Paulo nasceram no petismo e têm sólidos vínculos com a
legenda até hoje. E é evidente que as outras organizações partidárias
sabem disso.
Pensemos
um pouquinho: quando o PT aparelha um sindicato e passa e submete uma
categoria profissional à agenda do partido e às suas necessidades,
estará fazendo algo muito diferente do que fazem os que financiam estes
que saem quebrando tudo por aí? O crime, evidentemente, é menos grave —
mas a ação é igualmente ilegal. Afinal, um sindicato deve pensar
primeiro nos interesses dos seus filiados.
Quando os
petistas usam dinheiro público, da administração direta e das estatais,
para financiar páginas na Internet que se dedicam à pistolagem política
contra a oposição e contra a imprensa livre, estarão atuando de modo
muito diverso dos que “contratam” a mão de obra de baderneiros? Talvez
seja até um pouco mais grave porque usam dinheiro público.
A advogado
Jonas Tadeu botou o dedo numa ferida importante. Ainda que corra riscos
em razão de movimentos que saem do seu controle, o PT não vai querer
fazer esse debate. Ao contrário: vai é fugir dele porque se a legenda X
ou Y têm uma Sininho, a Fadinha que acompanha Peter Pan, o petismo tem
umas 500, todas elas empenhadas em criar a Terra do Nunca.
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