sexta-feira, 7 de fevereiro de 2014

O PT pode ser homofóbico se precisar. O PT pode ser machista se precisar. O PT pode ser misógino se precisar. O PT pode ser até racista se precisar.

07/02/2014
às 5:32

Deputado José Geraldo: preconceito e perseguição ideológica
José Geraldo: a cara do preconceito e da misoginia


O PT combate a homofobia, certo? Depende! Na disputa municipal de 2008, Marta Suplicy perguntou se um adversário era casado e tinha filhos. Assim, se for para vencer uma eleição, o PT pode ser homofóbico. A homofobia petista é para garantir o bem maior: o poder do PT.


O PT defende os direitos das mulheres, certo? Depende! Se for para sair de uma enrascada, o partido passa a tratá-las como lixo. A misoginia petista é para garantir o bem maior: o poder do PT.


O PT defende a liberdade sexual, certo, especialmente a das mulheres? Depende. Se for para defender a sua turma, pode chamá-las de devassas. O moralismo rombudo petista é para garantir o bem maior: o poder do PT.


O PT combate o racismo, certo? Depende. Se for para proteger os seus condenados, pode espalhar por aí que Joaquim Barbosa é um negro ingrato e traidor. O racismo petista é para garantir o bem maior: o poder do PT.


Nesta quinta, teve lugar na Câmara dos Deputados uma cena asquerosa, de uma vileza espantosa. O deputado José Geraldo (PT-PA) foi à tribuna para atacar a reputação da médica cubana Ramona Rodríguez, que desertou do programa “Mais Médicos”. 

O sujeito não se contentou em atacá-la profissionalmente, em desmoralizá-la tecnicamente, em dispensar-lhe o tratamento de objeto, que se joga de um lado para outro, como coisa.  Eles fez chegar aos jornalistas uma carta que acusa a médica de, digamos, tendente à devassidão. Reproduzo o trecho de seu discurso que se refere a Ramona, extraído das notas taquigráficas. Volto depois. Segurem o estômago. Segue em vermelho, conforme o original.


Para terminar, eu quero dizer aos Deputados da oposição, Sr. Presidente, ao Mais Médicos, que podem levar a médica Ramona lá para o Goiás, para o Rio Grande do Sul; paguem um salário para ela, porque o Município do Pacajá não quer essa médica lá. 

Essa médica foi vista várias vezes totalmente embriagada, a ponto de que nem seus colegas cubanos querem ela mais lá. Eu estou falando porque é o Município de atuação parlamentar deste Deputado. São cinco médicos — três médicas e dois médicos —, e ela não se enquadra. A população quer médicos equilibrados. Infelizmente, numa leva de 10, 13, 15 mil médicos, aparece um ou outro que não tem como prestar um bom serviço à população.

E estou aqui com uma nota do Presidente do Conselho de Saúde do Município do Pacajá, esclarecendo que esta médica não faz falta nenhuma lá naquela cidade; muito pelo contrário, ela não era mais aceita nem pelos seus colegas, que vieram de Cuba.

Então, os Deputados de oposição, que a receberam em seu apartamento aqui em Brasília, podem fazer uma vaquinha, pagar um salário para ela, e podem levá-la para onde quiser, porque lá no Município do Pacajá nem o Prefeito nem Vereadores nem os seus colegas querem ela mais lá. É bom que ela volte para o seu país de origem, porque ela não tem condições prestar serviço médico aqui no Brasil.

Era esse esclarecimento. Estou aqui com a nota que o Presidente do Conselho Municipal de Saúde do Município do Pacajá me mandou, esclarecendo sobre o comportamento dessa médica, nos poucos dias que ela ficou no Município.


Retomo
 
E José Geraldo teve a indignidade de distribuir a tal carta da Presidente do Conselho de Saúde do Município de Pacajá, cujo prefeito é do PSB. Na carta, lê-se o seguinte (conforme o original):

“Ao chegar em Pacajá a Drª Ramona fez amizade com um comerciante local passando a frequentar a casa do mesmo, e por várias vezes ingeriu grande quantidade de bebida alcoólica ficando visivelmente embriagada. Recentemente ao retornar à noite para casa onde se hospeda, trouxe consigo um homem estranho, no intuito de levá-lo aos seus aposentos e foi impedida pelas colegas que não concordaram com a presença do estranho por ser essa uma conduta proibida pelas regras de convivência da casa. Tal fato arruinou de vez a convivência da Drª Ramona com suas colegas de trabalho chegado a se indispor com enfermeiros e demais funcionários do hospital onde trabalhava”.


Assassinato de reputação

Eis aí. Essa é uma prática corrente das tiranias, especialmente das comunistas. Aquele que incomoda ou que é dissente é tratado como louco, como bêbado ou como devasso. Aliás, a carta da tal presidente do Conselho deixa claro em que condições moram os cubanos: em espécie de alojamentos, submetidos a regras coletivas. 

As pessoas estão impedidas de levar uma vida normal. E nem seria possível, já que ganham um salário de fome. Releiam o trecho. Ainda que o que vai acima fosse verdade, do que a médica estaria sendo acusada: de fazer sexo?

Se Ramona tivesse ficado quieta, de boca fechada, então não seria bêbada, relapsa ou devassa. Em outras circunstâncias, ONGs que defendem os direitos das mulheres sairiam em defesa da cubana. Desta feita, como vocês verão, não vai acontecer nada. A ministra Eleonora Menicucci, das Mulheres, também vai se calar. E não se deve esperar que Maria do Rosário, dos Direitos Humanos, proteste.

Ora, como esquecer os espetáculos grotescos que esquerdistas protagonizaram no Brasil por ocasião da visita de Yoani Sánchez? Uma blogueira dissidente, que enfrenta uma ditadura, foi perseguida por uma malta em nosso país, e o Parlamento brasileiro abrigou discursos de pterodáctilos contra a sua presença. Ela não conseguiu participar de debates porque os vândalos não permitiam.

É nojento o que fez este deputado Zé Geraldo. Se as chamadas feministas do PT tiverem um mínimo de vergonha na cara, vão protestar com veemência contra a baixaria. Mas não farão isso.


O PT pode ser homofóbico se precisar. O PT pode ser machista se precisar. O PT pode ser misógino se precisar. O PT pode ser até racista se precisar.
 

Por Reinaldo Azevedo

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