sexta-feira, 7 de fevereiro de 2014

Policiais federais fazem ato em São Paulo por reestruturação da carreira


  • 07/02/2014 13h54
  • São Paulo
Camila Maciel - Repórter da Agência Brasil Edição: Talita Cavalcante
 
 
Policiais federais fizeram hoje (7) um ato em frente à superintendência do órgão em São Paulo para reivindicar melhores condições de trabalho. 

Ao meio-dia, agentes, escrivães e papiloscopistas penduraram as algemas em um painel, em alusão ao jargão “pendurar as chuteiras”, representando a desmotivação dos profissionais. O algemaço, como a mobilização foi chamada, é a primeira atividade após ter sido o decretado o estado de greve da categoria, na quarta-feira (5). No dia 11, haverá uma paralisação de 24 horas das atividades.

O presidente do Sindicato dos Servidores da Polícia Federal em São Paulo (Sindpolf), Alexandre Santana Sally, avalia que a falta de investimentos do governo federal faz com que os profissionais trabalhem de forma inadequada. “É comum a Polícia Militar fazer uma apreensão de droga, mas a Polícia Federal [PF] lavra o flagrante por ser competência dela”, exemplificou. Ele avalia que, se forem avaliadas as operações exclusivas da PF, as estatísticas vão apontar que houve redução de pelo menos 80% das atividades.

Ele destaca que o ambiente interno da PF é formado por profissionais desmotivados. “A gestão do órgão é ruim. Não se prioriza a meritocracia [atuação baseada no mérito]”, lamentou. Eles reivindicam a reestruturação da carreira com a adequação das funções exercidas pelos agentes. 


“Somos um cargo de nível superior, mas nossas atribuições são de nível médio”, explicou. Ele cita o exemplo das atividades de interceptação telefônica e análise de dados. “Isso é extremamente complexo, uma atividade de nível superior, mas que não tem previsão legal. Já fazemos isso há anos."

Na paralisação nacional da próxima terça-feira, segundo o presidente do sindicato, estima-se que 50% do efetivo deva continuar trabalhando para, além de garantir o patamar mínimo de 30%, não interferir nos serviços à população. A mobilização, no entanto, deve se intensificar ao longo do ano. “Serviços emergenciais não vão ser interrompidos”, declarou. Entre eles, estão as investigações complexas, a escolta de presos e o serviço de imigração.  


Procurada, a assessoria da Superintendência da PF em Brasília disse que não vai se pronunciar.

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