Agentes da Polícia Federal marcam paralisação para a próxima terça-feira
07/02/2014 13h06
Brasília
Ivan Richard - Repórter da Agência Brasil
Agentes, escrivães e
papiloscopistas da Polícia Federal em Brasília penduraram as algemas
hoje (7), simbolicamente, em protesto por melhores salários e condições
de trabalho. Durante o ato, que reuniu cerca de 200 policiais, eles
criticaram o governo federal, em especial o Ministério da Justiça, e
marcaram uma paralisação de um dia para a próxima terça-feira (11).
Policiais federais penduram algemas em protesto por aumento salarial
De acordo com presidente do Sindicato dos
Policiais Federais do Distrito Federal, Flávio Werneck, está havendo um
“boicote” do Ministério da Justiça - ao qual a Polícia Federal é ligada -
a agentes, escrivães e papiloscopistas, porque outras carreiras do
órgão, como peritos e delegados, vêm recebendo aumentos maiores.
Por sua vez, o presidente da Federação Nacional dos Policiais
Federal, Jones Leal, disse que o trabalho da Polícia Federal no combate à
corrupção está incomodando. "Estamos querendo chamar a atenção da
sociedade [para isso]".
Procurada, a assessoria do Ministério da Justiça informou que
questões salariais são de responsabilidade do Ministério do
Planejamento. Já a assessoria da Polícia Federal informou que não se
pronunciaria.
“A verdadeira operação tartaruga está sendo feita pelo governo
federal. Há oito anos apresentamos propostas ao Ministério da Justiça
para recomposição inflacionária e definição das atribuições, e até hoje
não tivemos uma resposta”, disse Werneck à Agência Brasil. O sindicato reclama que os policiais federais não têm uma lei orgânica que reconheça as atribuições deles.
Werneck disse ainda que, restando quatro meses para o início da Copa
do Mundo, falta planejamento em relação à segurança. “Um exemplo são os
plantões no aeroporto de Brasília.
Apenas três agentes fazem os
plantões, enquanto a necessidade é 18 a 20 policiais”, criticou.
Jones Leal, que preside a federação, disse que, devido às más
condições de trabalho e às perdas salariais, a Polícia Federal se tornou
um “trampolim” para outras carreiras e perdeu a capacidade de fixar os
concursados. “Hoje, gasta-se cerca de R$ 100 mil para formar um policial
e, em três ou quarto anos, ele deixa o órgão em busca de melhores
condições”, frisou.
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