07/02/2014
às 15:39
Ô
profissão malvada esta! Chega a hora em que a gente é obrigado a
elogiar uma ação, UMA SÓ!, até deste incrível Agnelo Queiroz (PT),
governador do Distrito Federal.
Vejam bem: Agnelo é o tipo de político
que não poderia ter sido criado pela ficção. Ele supera qualquer delírio
criativo. Leio na VEJA.com que ele pressionou as empresas de outdoors a
suspender a veiculação de peças publicitárias encomendadas pelo
associação de policiais — que, na prática, comanda a carnificina no
Distrito Federal — em defesa da indecente, da indecorosa, da absurda, da escandalosa, da criminosa “Operação Tartaruga”. Atenção! Moradores do DF contam-me que, na prática, ela continua.
O erro de
Agnelo — afinal, ele não poderia acertar inteiramente, nem que fosse uma
única fez — foi tentar fazer isso à socapa, à sorrelfa, como é do seu
estilo, como é do estilo do seu partido, como costuma fazer essa gente,
que é truculenta até quando está cumprindo um dever.
A operação
já tinha sido considerada ilegal pela Justiça. A esta altura, homens
armados com equipamentos do estado e que cruzam os braços deveriam
estar presos. Sindicalismo é uma coisa, terrorismo é outra. Páginas da
Internet de apoio ao movimento chegaram a comemorar o aumento do número
de homicídios. E isso na unidade da Federação que tem o salário mais
alto do país.
É
inacreditável que a situação tenha chegado a esse ponto. A mobilização
deletéria dos policiais militares data do fim do ano passado. Agnelo
permaneceu inerte. O governo federal, que é quem paga o salário dos
policiais, também não se mexeu. José Eduardo Cardozo, ministro da
Justiça, gosta é de ficar difamando, ainda que por vias oblíquas, a
polícia de São Paulo.
Então é o
seguinte: a gestão Agnelo é uma piada macabra, contada com a ajuda do
governo federal. Mas é inaceitável que um sindicato de policiais faça
publicidade de uma ação considerada ilegal pela Justiça, que está, na
prática, matando pessoas. Mais: os outdoors estavam sendo postos em
áreas públicas. O governo, neste caso específico, fez bem em mandar
tirar — dentro de todo mal que faz à população do DF.
Que o sr.
José Eduardo Cardozo não tenha ainda dado um murro na mesa, por ordem da
senhora Dilma Rousseff, para pôr ordem na bagunça, eis omissões que são
a cara dessa gente.
A Polícia
Militar, está na Constituição, é uma força auxiliar de defesa. Está
envolvida também com a segurança de estado. Gente que usa armas como
instrumento de luta tem é de ir em cana — e há leis para isso. Se
preciso, Dona Dilma que chame o Exército para pôr ordem no DF. No caso,
não é preciso nem decretar a intervenção. O Distrito Federal já é uma
área de segurança nacional de responsabilidade do governo federal.
Acorda, soberana!
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