terça-feira, 22 de abril de 2014
Edição
do Alerta Total – www.alertatotal.net
A eleição
presidencial de 2014 só vai se decidir no segundo turno. Essa é a tendência
desenhada nas pesquisas de intenção de voto reservadas para os partidos, que
não são divulgadas ao público porque servem para definir estratégias de
campanha, por consultarem uma amostragem maior que o habitual nas enquetes
eleitorais. Marketeiros petistas consideram temerária uma disputa polarizada em
novembro. O risco de o governo sair derrotado aumenta muito com uma oposição
mais unida contra o bloco governista – com imagem cada vez mais desgastada.
Pela média da
numerologia, Dilma Rousseff não venceria de imediato. A Presidenta tem hoje 36%
de preferência para sua complicada reeleição. Aécio Neves aparece com 26 a 27%.
Eduardo Campos tem 21. Um fator preocupante para os partidos que sustentam o
governo é o crescente percentual de quem deseja mudanças, que varia de 70 a
84%, conforme diferentes pesquisas. Além disso, um percentual de 20 a 30%
ameaça usar a eleição como protesto contra a classe política, votando nulo, em
branco ou simplesmente não comparecendo para o pleito ou justificando o voto
fora do domicílio eleitoral original.
Nos bastidores
políticos e econômicos, o informe é que o inferno do desgoverno Dilma está
apenas começando. Os escândalos na Petrobras são apenas o começo. Grandes
broncas devem estourar, também, na Eletrobras (aparelhada na divisão PMDB-PT).
Operações policiais de grande envergadura, fisgando filhotes de tubarão, como a
“Lava Jato” tendem a desdobramentos surpreendentes. Além disso, o arsenal de
dossiês nas mãos da oposição nunca foi tão farto na mal contada História deste
País. A previsão é de muitas broncas estourando até junho e depois de julho.
Tudo isso joga
contra Dilma. O que tende a ser um divisor de água (ou de lama) é a Copa do
Mundo da Fifa (que começa dia 12 de junho, em São Paulo, e termina dia 13 de
julho, no Rio de Janeiro). A ufanista propaganda televisiva – principalmente da
Rede Globo, que tem interesses econômicos diretos no negócio – tende a fazer
com que o torneio de futebol jogue para escanteio os demais escândalos na pauta
marketeiramente manipulada do noticiário. O governo aposta que o clima de
torcida vai neutralizar os demais escândalos e problemas no noticiário – que será
providencialmente (auto) censurado pela mídia amestrada pela inundação de
dinheiro público.
Se a seleção
brasileira da CBF vencer o campeonato, o governo tende a tirar proveito,
ganhando pequeno fôlego. Se for derrotada – será o “Brasil” quem vai perder -,
tudo que foi prometido e não ficou pronto, ou foi mal terminado na base da corrupção
e superfaturamento, acabará providencialmente lembrado pela oposição. Os
problemas contra o governo serão exaltados na fase mais quente da campanha, até
a eleição de outubro – que tende a ser decidida apenas em novembro, no segundo
turno.
Além do fator Copa,
o fator político tira a graça do Palhaço do Planalto. Nunca a base governista
se mostrou tão sem coesão, com forte tendência a um racha, por causa das
questões regionalistas da eleição. O fato de o PT insistir em enfrentar os
governadores aliados ou seus candidatos abre espaço para pragmáticas traições.
A volúvel situação (sobretudo no PMDB) já dá sinais de migrar para a
candidatura de Aécio Neves. A tática é manter alguns ovos perto da Dilma, mas
botar outros no cesto da oposição. Independentemente de quem saia vencedor, uma
grande fatia do galinheiro peemedebista não vai para o abatedouro e, melhor
ainda, continua governista como sempre.
A prioridade máxima
do PT e de parte de sua base governista é conter os efeitos dos escândalos na
Petrobras. A crença imediata é que o caso Pasadena (aquela refinaria mal
comprada, de forma superfaturada, por decisão do conselhão da Petrobras, então
sob comando de Dilma, na gestão de Lula) acabe no esquecimento. A aposta
procede, já que os escândalos cada vez resistem menos ao tempo. Uma nova
denúncia – ou uma grande catástrofe social – tira a bronca antiga do
noticiário. O governo espera que se repita o costumeiro comportamento volúvel
do consumismo midiático por “novidades” (ruins, péssimas ou aparentemente boas).
Um fator
psicossocial ameaça impactar a eleição. A tendência de explosão da violência
urbana, com atos de terror e mortes, combinada com violentas invasões de
propriedades na área rural. Todo ano que antecede as eleições, sobretudo nos
meses de abril e, mais radicalmente, em maio, supostas facções criminosas, com
descaradas intenções de politicagem, promovem espetáculos de terrorismo. O
objetivo é colocar mais medo na já apavorada sociedade. O caos desvia o
noticiário das broncas políticas ou econômicas.
Por fim, tem o
fator econômico. Mas este não deve exercer tanta influência na eleição de
outubro/novembro – a não ser que a tal “oposição” consiga explicar direitinho o
caos que se desenha no horizonte. A inflação – que já assusta com o aumento do
custo de vida nas grandes cidades e periferia delas – pode sair do controle no
ano que vem. Os reajustes de energia (agora) e os aumentos de combustível
(certamente depois da eleição), junto com a quebra da safra agrícola por causa
da incomum super-seca deste ano, sinalizam um 2015 mais caro para quem continua
ganhando a mesma coisa. O eleitorado da bolsa família não percebe tal problema,
mas a classe média é atingida violentamente no bolso.
Eis o teatro de
operações para uma campanha tétrica. O grande capital transnacional, que teve
seus interesses prejudicados no Brasil, claramente não quer mais o PT e seus
aliados no poder. O problemão é que os substitutos operam em uma linha muito
próxima da política econômica petista. Aécio Neves (com Aloysio Nunes de provável
vice) e Eduardo Campos (com a marina Silva, ex-petista radical verde a
tiracolo) não simbolizam, exatamente, uma diferença ao atual modelo.
Enfim,
o Brasil
tende a mudar em 2014, com alto risco de continuar a mesma coisa em
2015. Até
porque não será fácil desaparelhar a máquina estatal infestada pela
petralhada.
O próximo governo – independentemente do presidente – ameaça ser de alta
instabilidade política e econômica. O que vem depois na República
Sindicalista do Brazil, sob sistema Capimunista, só Deus sabe.
Releia o grave post
de ontem: Arapongagem registra 359 chamadas e trocas de SMS entre Presídio da Papuda e Palácio do Planalto
Alto risco
Ira do Gabrielli
A maior ameaça
concreta atual ao poder de Dilma Rousseff se chama José Sérgio Gabrielli.
O ex-presidente da
Petrobras na gestão Lula, PT da vida com o que a turma de Dilma lhe fez –
ameaça dar o troco nesse episódio de Pasadena – que a Presidenta gostaria de
ver logo superado e esquecido.
O desgaste de Dilma
só aumenta no tiroteio midiático entre ela e Gabrielli (que insiste que Dilma
tem responsabilidade “como conselheira” na decisão de compra de Pasadena).
Ignorância
inaceitável
É um tiro técnico
no pé a “gerentona” vir a público evocar as atas de reunião do Conselhão da
Petrobras para alegar que desconhecia as cláusulas lesivas à empresa no
contrato de compra da velha refinaria texana.
Qualquer bebê de
colo sabe que é obrigação dos conselheiros de administração (ainda mais da “presidente”
do conselho) votar e tomar decisões gerenciais com base em informações seguras
e confiáveis.
Por isso, Gabrielli
(afilhado de Lula) está certíssimo quando ressalta que Dilma não “pode fugir da
responsabilidade dela”.
Numerologia Lava
Jato
Negociação de Pasadena
Um infográfico da
Folha de S. Paulo mostra, direitinho, a pisada na bola da gerentona Dilma
Rousseff, quando conselheira da Petrobras.
Achamento
Hoje se comemora o “descobrimento”
do Brasil – que já tinha sido achado pelos índios que aqui habitavam bem antes
de 1500.
Aproveitando a
data, vale lembrar que, até bem depois da “independência”, em 7 de setembro de
1822, o sentimento de brasilidade não existia: cada um dizia ser de alguma das “Províncias”
(os estados de então).
O sentimento de
nacionalidade só foi conquistado durante a gestão imperial de D. Pedro II e
fortalecido pela propaganda ufanista da República – um golpe contra o Imperador
de um país que corria o risco de se desenvolver – fato que não agradava à
Oligarquia Financeira Transnacional que sempre nos controlou, principalmente
desde que herdamos a dívida externa de Portugal, em 1823, para que a tal “independência”
fosse reconhecida.
Preso político do
regime petralha
Verso e reverso
Vida que segue... Ave
atque Vale! Fiquem com Deus.
O
Alerta Total tem a missão de praticar um Jornalismo Independente, analítico e
provocador de novos valores humanos, pela análise política e estratégica, com
conhecimento criativo, informação fidedigna e verdade objetiva. Jorge Serrão é
Jornalista, Radialista, Publicitário e Professor. Editor-chefe do blog Alerta
Total: www.alertatotal.net. Especialista em Política, Economia, Administração
Pública e Assuntos Estratégicos.
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