terça-feira, 22 de abril de 2014

Desrespeito à propriedade privada!Atacados com rojões e pedras por moradores, invasores desocupam área em SC


Renan Antunes de Oliveira
Do UOL, em Florianópolis



Moradores tocam fogo em barricada montada por invasores de terreno público em Florianópolis


  • Moradores tocam fogo em barricada montada por invasores de terreno público em Florianópolis
As cerca de 100 famílias de invasores das terras da União no bairro Rio Vermelho, ocupada sábado (19), em Florianópolis, enfrentaram 24 horas de hostilidade e violência por parte de um grupo de moradores da região. Elas cederam à pressão e concordaram com as autoridades em deixar o lugar, voltando para Maciambu, em Palhoça. Durante a tarde, moradores atacaram os sem-terra com rojões e pedradas.

A PM conteve os moradores mais exaltados com bombas de gás e tiros de balas de borracha. Um homem foi detido. Três pessoas ficaram feridas. Às 17h10 o último ônibus com sem terra deixou a área sob escolta da PM. Os moradores comemoraram vitória.

O local invadido é próximo a um campo de golfe do resort Costão do Santinho. Os invasores são os mesmos da chamada ocupação Amarildo. Funcionários uniformizados do resort participaram do despejo, porque, segundo eles, os sem-terra ameaçavam invadir o campo de golfe.

A violência começou às 14h desta segunda (21), quando os moradores atacaram e incendiaram uma barricada que tinham as bandeiras da ocupação. No momento do ataque não havia policiamento suficiente para conter a briga. A tropa de choque foi chamada para separar os grupos. 


PM de Santa Catarina impede invasão de terrenos da União em Florianópolis

Renan Antunes de Oliveira
Do UOL, em Florianópolis


A Polícia Militar de Santa Catarina usou o Bope e a tropa de choque na tarde deste sábado (12) para impedir novas ocupações de terrenos da União no norte de Florianópolis por parte de 700 sem-terra acampados às margens da rodovia SC-401, na "ocupação Amarildo", à espera de assentamento. Não houve violência.

Os acampados ocuparam os 900 hectares da área batizada por eles de Amarildo em dezembro, erguendo 60 barracas para 200 famílias.

Durante a madrugada, sem aviso prévio, os acampados começaram a sair das barracas, em busca de áreas mais distantes daquela hoje disputada, entre mangues e ribeirões.

A mobilização deles foi notada por seguranças privados da empresa Kronos, contratados pelos supostos proprietários da terra, que alertaram as autoridades.

Segundo a coronel PM Claudete Lemhkuhlde, "o juiz agrário Rafael Sandi foi informado da movimentação dos sem-terra e pediu a ação policial para impedir novas ocupações".

As tropas da PM bloquearam a rodovia causando grande congestionamento, cercando os sem-terra. Jornalistas de vários órgãos reclamaram que a PM impediu o acesso ao acampamento. A coronel Claudete disse que "tomamos a medida para garantir a segurança deles" (jornalistas).

Por um acordo judicial feito em janeiro com os supostos proprietários, entre eles o ex-deputado estadual (da extinta Arena) Artêmio Paludo, 82, os sem-terra deveriam deixar a área na próxima terça-feira, dia 15.

Entretanto, os ocupantes da Amarildo querem revogar o acordo porque, em março, durante audiência pública na Assembleia Legislativa, a Superintendência de Patrimônio da União (SPU) revelou que as terras pertencem à União.

O acampamento Amarildo está situado na área mais valorizada de Florianópolis, no acesso às praias de Jurerê Internacional e Canasvieiras, dois dos destinos turísticos mais importantes de Santa Catarina.

O terreno foi reclamado na Justiça pela empresa Florianópolis Golf Club, uma associação entre Paludo e as empresas Habitasul (dona do Jurerê Internacional) e do resort de luxo Costão do Santinho. Os sócios planejavam erguer na área um condomínio com campo de golfe. A Justiça deu ganho de caso aos empresários, antes da descoberta da SPU. 

A superintendente em SC, Silvia de Luca, pediu à Advocacia Geral da União para investigar uma possível grilagem das terras. Paludo, fundador do frigorígico Seara, era secretário de Estado à época da titulação da terra.

Segundo o advogado Sérgio Gomes, genro de Paludo, não houve irregularidade na titulação, e a sociedade pode comprovar a posse, desde 1979, de 250 dos 900 hectares hoje contestados.

O acampamento Amarildo usa o nome em referência ao pedreiro desaparecido na UPP da Rocinha (RJ).

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