quinta-feira, 10 de julho de 2014

Exemplo da Alemanha serve para o Brasil mudar gestão do futebol nacional após fracasso


Algoz da Canarinho europeus mudaram visão após eliminação em 2000




09/07/2014 16:13





Jefferson Bernardes/VIPCOMM
O Brasil pode chorar. E tratar a goleada para a Alemanha como uma fatalidade. Mas pode levantar a cabeça. E aprender que, antes de tudo, é preciso baixar a bola. A camisa verde e amarela já não é vestida pelos melhores jogadores do mundo. Nem eles são comandados pelos melhores técnicos. O Campeonato Brasileiro está longe de ser exemplo técnico e de organização. Os exemplos negativos são vários. O “país do futebol” é arcaico. Parou no tempo. Escorar-se nos talentos naturais de Garrincha, Pelé, Romário, Ronaldo e Neymar já não rende estrelas no peito. É preciso planejar. Trabalhar. Deixar de depender do acaso. Deixar o orgulho de lado.

Exemplo de soberba…

A história do futebol mostra o quanto é preciso descer do salto para não se viver tragédias como a do Mineirão. Não cabe soberba dentro das quatro linhas.

Inventores do jogo, os ingleses se vestiam de arrogância. Recusavam-se a jogar o Mundial por serem superiores. Foram para o torneio apenas em 1950 e acabaram derrotados até para os Estados Unidos, que ainda hoje luta por espaço na modalidade. Mas as páginas da história não precisam voltar tanto para que o Brasil aprenda. Os autores desses sete dolorosos gols podem virar professores, e não fantasmas.

organização…O ano era 2000 quando o país que já teve o talento de Beckenbauer caiu na primeira fase da Eurocopa, com um ponto e um gol marcado. A humilhação não gerou “Barbosas”. Pelo contrário. A Associação de Futebol Alemã decidiu se reinventar. Não bastava vencer com força física e gols de cabeça. Era preciso também ter talento. Assim, foram investidos mais de 1 bilhão de dólares em academias. Esses 366 centros de treinamentos públicos pincelam jovens sem vínculo algum com clubes e começam a tratar do futebol pelo lado técnico.

…e sucesso Enquanto os times passaram a substituir os jogadores estrangeiros pelos criados em casa, o campeonato local começou a crescer naturalmente. A Bundesliga virou a competição nacional com a maior média de público do mundo, levando uma média de 45 mil pessoas por jogo. A nova geração da Alemanha cresceu nesse cenário e, mesmo após perder uma Copa em casa, em 2006, manteve-se junta até virar favorita a vencer o torneio no Brasil.

A Confederação Brasileira de Futebol segue o caminho oposto. Não tem projeto de categoria de base. Apenas pincela os jogadores, muitos com empresários fortes, para participar dos torneios antes de chegarem aos profissionais. Os milhões dos contratos publicitários não voltam para o campo. Com mentalidade atrasada, os comandantes também se fecham para o novo. 


Felipão decidiu resumir a derrota a um ‘apagão’ no primeiro tempo. José Maria Marín disse que a Seleção não precisaria de Guardiola e que todos estariam no ‘inferno’ se a Copa não fosse vencida no Brasil.  


Desde já, fica a certeza que o céu só aparecerá no horizonte com trabalho.

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