Não
há condições técnicas — não ainda ao menos — de programar uma
publicidade para a vitória e outra para a derrota. E, é natural — não
estou censurando ninguém —, os produtos anunciados (cerveja, bancos,
carros etc.) vinham embalados por euforia e otimismo. Só que a realidade
era bem outra.
Ok,
meus caros, já aconteceu antes. A minha geração — estou com 52 — não
teve “Maracanaço”, mas teve a derrota para a Itália em 1982. Ocorre que
nós todos amávamos aquele time, mesmo com os seus defeitos.
Era
inequívoco que jogava com talento incomum — embora tivesse uma defesa
descuidada. Também naquele caso e em outros tantos, a propaganda
refletia uma realidade que já não nos pertencia mais.
Desta
feita, não foi a derrota em si que tornava a coisa toda meio
surrealista, mas a forma como se deu e, obviamente, o placar. Apesar da
euforia, é evidente que havia e que há certo clima desconfiança cercando
a realização do torneio no Brasil.
No
intervalo, lá estavam as mensagens ufanistas e insuportavelmente
alegres, quando perdíamos por 5 a zero. Terminado o jogo, voltaram os
comerciais. De novo, lá estávamos nós, os felizes imbatíveis da tela,
derrotados na vida real por sete a um.
No
futuro, e a tecnologia se encarrega do assunto, é o caso de pensar
alternativas para a vitória e para a derrota. Mas não se peça a ninguém,
nem acho que seja o caso, que se faça um anúncio para a humilhação.
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