quinta-feira, 10 de julho de 2014

Dilma agora quer estatizar o futebol! Sai pra lá!


Epa! Sinal vermelho no futebol. Mais propriamente, com uma estrela vermelha. Depois da derrota humilhante por 7 a 1 para a Alemanha, Dilma e o PT estão à caça de bodes expiatórios. 


A presidente tentou usar o torneio para faturar politicamente, como é sabido por todos. A simples menção de que havia um problema ou outro na Copa ou de que a nossa Seleção era, na verdade, medíocre, com um destaque positivo ou outro, a máquina de propaganda petista logo tachava o crítico de “pessimista”, de antipatriota. A verdade é que a propaganda tentou demonizar os que não aderiram ao patriotismo tosco.

Muito bem! A derrota acachapante está aí. Há o risco considerável de Dilma ter de entregar a taça a Lionel Messi, o capitão da Seleção Argentina. Ora, é claro que argentinos também podem vencer — até porque têm um time muito mais arrumado do que o nosso. Mas isso, para os brasileiros que gostam de futebol, têm um peso simbólico.

Como Dilma resolveu vestir chuteiras, embora os torcedores lhe tenham recomendado que ficasse longe da questão, receberá, sim, parte da carga negativa pela derrota. Muito bem! Um site ligado ao PT e à campanha (re)eleitoral da presidente, chamado “Muda Mais”, descobriu o verdadeiro culpado: a CBF. Escrevem lá: “A organização do futebol brasileiro está ultrapassada e presa ao nome de poucas figuras que revoltam o torcedor faz algumas décadas. Impera na CBF um sistema que em nada lembra uma instituição democrática e transparente. É preciso mudar”.

Num outro front, o ministro Aldo Revelo, dos Esportes, afirmou que o Estado tem de atuar mais na área. Aldo e o PT não pensam necessariamente a mesma coisa. E o ministro tem sido, até onde sei, uma pessoa correta. Mas vamos com calma com esse discurso! Se a CBF não é exatamente uma conspiração de anjos, não será atrelando a confederação ao Estado que vamos conseguir resolver os problemas. Nas grandes praças de futebol do mundo hoje — Espanha, Itália ou Alemanha —, o dinheiro estatal se mantém longe dos estádios.


Ao contrário: precisamos é limpar o futebol da influência política, isto sim. Quanto mais próximo da iniciativa privada estiver, melhor. A conversa mole do site petista lembra a pregação dos primeiros anos do PT, lá na década de 80, quando o partido prometia renovar a política. Deixem-me ver como se deu a renovação: hoje, os petistas estão aliados a Paulo Maluf, a José Sarney, a Jader Barbalho e a Fernando Collor, entre outros. Todos os vícios das velhas oligarquias foram preservados, aos quais se somaram os novos, da oligarquia sindical.


Em entrevista à rede de TV americana CNN, disse a presidente:

“O Brasil não pode mais ser apenas exportador de jogadores. Exportar jogadores significa que estamos abrindo mão de nossa principal atração, que pode ajudar a lotar os estádios. Até porque, qual é a maior atração que os estádios no Brasil podem oferecer? Deixar a torcida ver os craques. Há anos, muitos jogadores brasileiros têm ido jogar fora, então renovar o futebol no Brasil depende da iniciativa de um país que é tão apaixonado por futebol”.

É um raciocínio um tanto pedestre, e óbvio, para questão complexa. O que quer a nossa soberana? Estatizar os jogadores? Que a Petrobras, o Banco do Brasil e a Caixa Econômica Federal comecem a comprar passes de jogadores?

Qualquer que seja a solução, ela passa longe da canga estatal. Até porque a Fifa entregou ao Estado brasileiro a realização da Copa do Mundo. O torneio está na fase final, e o evento é, em si, um sucesso. Mas tudo aquilo que o governo prometeu aos cidadãos não foi entregue. E isso é apenas um fato. Precisamos é de mais mercado e menos estado no futebol, isto sim.

Por Reinaldo Azevedo

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