Sim,
foi a maior humilhação da história do futebol brasileiro sob qualquer
ponto de vista. Ainda voltarei a esse aspecto. A Seleção da Alemanha
honrou o futebol de várias maneiras — e de uma particularmente
vexaminosa para os brasileiros.
Em
primeiro lugar, os alemães jogaram limpo, com pouquíssimas faltas. Em
segundo lugar, já foi o tempo em que se dizia que eles praticavam em
campo algo muito parecido com o futebol, mas que era outra coisa, dada a
seca objetividade.
Continuam objetivos, mas agora têm um belíssimo
toque de bola e craques capazes de lances espetaculares. Em terceiro
lugar e mais importante: os alemães estavam visivelmente felizes e
excitados por estar jogando com o Brasil, a Seleção pentacampeã do
mundo. E convidou os nossos atletas para jogar… futebol!!!
Sim, eles,
os alemães, se zangaram duas vezes ao menos: quando os brasileiros
tentavam cavar pênaltis. Houve ao menos quatro simulações descaradas —
ou sem caráter: de Fred (acreditem!), de Marcelo, de Oscar e de um
quarto cujo nome não anotei (mas houve).
Um jogador
alemão passou uma verdadeira e merecida descompostura em Marcelo.
Depois da cena patética protagonizada por Fred no jogo contra a Croácia,
é evidente que Felipão deveria ter dito nos bastidores, se é que diz
alguma coisa além de tautologias: “O primeiro cai-cai que simular um
pênalti está fora do jogo! Só é para cair quando não der mesmo para
ficar de pé. Se o outro não fez nada, evite o tombo espetacularmente
ridículo”. Mas parece que isso não foi dito.
Na Europa,
esse tipo de comportamento é severamente punido; é considerado, e é
mesmo!, uma das fraudes mais graves que se podem cometer em campo. Não
obstante, lá estava a grande Seleção Brasileira, tão esperada pela da
Alemanha, a tentar dar truque em quem jogava limpo. Confesso que, nessas
horas, não consegui sentir nem pena nem raiva. Só me sobrava mesmo a
vergonha. Parecia que os alemães estavam a dizer: “Levante-se daí,
rapaz! Jogue com dignidade! Esteja à altura da Seleção pentacampeã do
mundo!”.
Não posso
jurar, mas me pareceu que, num dado momento, a Seleção Alemã desistiu do
jogo. Recuou, esperou o avanço dos brasileiros, que não veio, e evitou
ir adiante, ou os 7 gols poderiam ter sido oito, nove, dez… Quando Oscar
fez o gol de honra do Brasil, os alemães aplaudiram — e não pareceu
haver ironia naquilo.
Nenhum comentário:
Postar um comentário