G1
SÃO PAULO e BRASÍLIA — O mau desempenho da seleção
brasileira em campo, ontem, poderá interferir no humor nacional a curto prazo,
mas não no resultado da campanha eleitoral que se inicia, na avaliação de
especialistas ouvidos pelo GLOBO.
— A Copa tirou o foco nos problemas econômicos e políticos
do país. O governo ficou um mês em estado de graça e isso criou um clima de
otimismo — disse o cientista político da UFSCar, Fernando Antônio Farias de
Azevedo, lembrando a leve recuperação de Dilma na última pesquisa Datafolha.
No entanto, em sua avaliação, para o bem ou para o mal,
tratava-se de um “efeito passageiro”. Ele lembra da memória das últimas cinco
eleições, que provaria não haver “qualquer conexão” entre o resultado do Brasil
na Copa e o das urnas.
Para o cientista político Roberto Romano, da Unicamp, a
continuidade do sentimento de otimismo poderia ter beneficiado Dilma.
— Ela vai perder um pouco. Quando o Lula trouxe a Copa,
imaginou que seria um passeio, com uma grande vitória brasileira, o que
ajudaria o PT a vencer as eleições de 2014. Como isso não aconteceu, algum
prejuízo ela terá e isso será usado por seus adversários na campanha, que tudo
indica será bastante violenta — disse Romano.
O especialista lembra, no entanto, que problemas reais como
a crise econômica e o retorno dos índices de inflação independem do resultado
da Copa. E estes, sim, poderiam interferir no debate eleitoral.
— O que salva Dilma de efeitos mais negativos será a ação
dos marqueteiros. A sorte é que ela tem o João Santana, que é um mágico e
poderá fazer refluir, durante a campanha eleitoral, o pessimismo que
permanecerá durante certo tempo — diz Romano.
O sociólogo Luiz Werneck Vianna acredita que o fracasso no
futebol tem potencial para dar novo impulso ao desejo de mudança que atinge
patamares elevados na população desde o ano passado. Para ele, entretanto, é
“irresponsável e oportunista" qualquer análise sobre o impacto disso nas
próximas eleições.
— O sentimento de mudança agora em relação à seleção vai se
espalhar para outras dimensões e poderá ser um impulso novo para aquele desejo
de mudança na população, que apareceu forte nas últimas pesquisas — afirmou
Vianna.
Para Fernando Azevedo, “o jogo das eleições é
diferente" e “se dá em outro campo":
— Se a seleção fosse campeã, isso não ajudaria a Dilma,
assim como a derrota do Brasil não favorece a oposição. O eleitor ficou mais
maduro, não mistura os canais. Eleição está de um lado, o esporte, do outro —
acredita Azevedo.
Comentario
Anonimo
O resultado do Copa das Copas é que a população acabou ficando sem hospitais, sem escolas, sem urbanização, sem estradas, sem portos, enfim, sem uma infraestrutura apta a propiciar o desenvolvimento do país e, devido ao fato da nossa seleção não ter sido treinada eficientemente, nos tornamos os palhaços da Copa do Mundo.Gastamos 30 bilhões para sermos ridicularizados?!
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