Considerado um dos principais
inimigos da presidente Dilma Rousseff na campanha eleitoral deste ano, o índice
de inflação é tratado sob uma ótica mais otimista no site oficial da candidata
petista à reeleição. Enquanto o mercado e o próprio
Banco Central preveem uma inflação de no mínimo 6,4% em 2014, a página de Dilma
na internet cita uma previsão de "especialistas" de que o IPCA,
índice oficial do sistema de metas, pode fechar o ano em 5,5%.
Confirmada a visão otimista
desses especialistas ouvidos pela equipe da petista --cujos os nomes não são
citados--, os assessores presidenciais escreveram que "a taxa média [de
inflação] do governo Dilma será de 5,95% [abaixo do teto da meta, que é de
6,5%] e bem menor que a média dos oito anos de governo FHC (9,24%)".
Ao considerar estimativa que não
é respaldada nem mesmo pelo BC, a equipe de campanha faz um esforço para
diminuir a inflação média dos quatro anos do mandato. Pela conta da campanha, a
variação média do índice de preços ficará abaixo de 6%. Se confirmada as previsões do BC
de Dilma, esta taxa pode alcançar 6,16%, perto do teto. Pelas contas do
Ministério da Fazenda, a alta dos preços neste ano deve ser de 6%.
Lançado no domingo, primeiro dia
oficial de campanha, o site de Dilma lista programas e ações nos quais a
presidente teria tido sucesso. Entre eles, o "controle da inflação, dentro
da meta há dez anos consecutivos", ilustrado com a imagem de um dragão
sentindo dor na cabeça provocada por uma estrela vermelha, símbolo do PT.
O texto diz que "os governos
Dilma e Lula têm um feito a comemorar: há dez anos a inflação do Brasil está
dentro da meta fixada para o ano. Nunca o país viveu um período tão longo de estabilidade
econômica". Meta que, neste ano, está ameaçada. O estouro pode ser evitado por
manobras do governo, que tem segurado o reajuste dos preços dos combustíveis e
empurrado para 2015 o que pode de aumento das contas de energia elétrica.
Em seu último relatório de
inflação, o BC prevê que o IPCA fechará o ano em 6,4%. Já o relatório de
mercado divulgado pelo mesmo BC, chamado de Focus e que ouve opinião de
economistas, estima a inflação em 6,46%.
Procurada, a assessoria da
campanha de Dilma disse que a projeção de 5,5% está no relatório do Ministério
do Planejamento de avaliação de receitas e despesas do 2º bimestre de 2014. No
documento, a estimativa é de 5,60%, taxa desacreditada no próprio governo. (Folha de São Paulo)
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