Se você ainda estiver preocupado com a condução econômica do governo Dilma, esperando que ela vai buscar essas melhoras, como se fosse um “desafio” para os próximos meses, sinto lhe dizer: você ainda não entendeu o que está acontecendo!
Mas não fique tão chateado. Você não está sozinho.
Veja o trecho de um texto da Veja:
[...] Dilma pode confirmar a tradição segundo a qual os segundos mandatos são sempre mais árduos que os primeiros. A conjuntura não lhe traz facilidades. É notório que ela terá de lidar como problemas como a inevitável alta das tarifas de energia e do preço da gasolina, represadas pelo governo. A inflação dos preços controlados vai voltar com força em 2015 e deve superar a alta dos preços livres, o que não ocorria desde 2009.Agora veja o que acha o economista Júlio Cesar Gomes de Almeida, em um texto do Ultimo Segundo:
Júlio Cesar Gomes de Almeida acha que o governo terá de cortar despesas e rever a política de renúncia fiscal em determinados setores – como as dadas ao Programa de Sustentação de Investimentos (PSI) e em alguns itens de bens de consumo. Descendo aos detalhes da economia, o governo deve também, conforme sugere fiscalizar uma série de gastos, com o salário desemprego, uma vez que os indicadores de desemprego baixo sugerem que pode estar havendo “vazamento” ou uso indevido do benefício.Em uma análise do UOL, ambos os blogueiros Mário Magalhães e Josias de Souza concluíram ontem, dia 27/10, que 2015 será um ano “duro de roer” para Dilma.
Enfim, enquanto todos esses articulistas nos dizem que os próximos meses serão “de amargar” para Dilma, por causa da crise econômica, pergunto:
- Os meses atuais estão sendo “de amargar” para Nicolas Maduro?
- Os meses atuais estão sendo “de amargar” para Cristina Kirchner?
Hora de entendermos o framework bolivariano.
O Brasil foi levado à crise de maneira intencional pelo PT, assim como ocorreu na Venezuela e na Argentina. Ponto.
A crise é um pretexto para acirrar os ânimos, já contaminados pela retórica populista de guerra de classes.
Que eu saiba, por exemplo, ninguém que recebe o Bolsa Família deixou de receber o benefício na crise. Ou deixou? (Nada contra o benefício, mas como a forma com que ele foi usado, para terrorismo político)
Com a crise e os ânimos já exaltados, o PT tentará cada vez mais capitalizar com as reações da oposição, rotulada por eles de “golpista”. Da mesma forma, a mídia será tachada de “golpista” após ser culpada pelas reclamações contra a crise.
Com uma série de embustes, o PT tentará a animação de sua tropa com a vitória da eleição buscando impor a censura de mídia, assim como solidificar o decreto 8243 (derrubado pela Câmara hoje, e a ser derrubado no Senado) e meter a mão na Constituição (através do que chamam de plebiscito constituinte).
Hoje estamos no dia 28/10, dois dias após as eleições, e o PT não pára de falar nisso.
Aliás, em um mundo ideal (não pela cosmovisão bolivariana), deveriam ser as prioridades de Dilma:
- melhorar radicalmente os índices da educação (não adianta vir com PRONATEC)
- fazer o PIB crescer no nível dos melhores países da América Latina (competir com o pessoal da Aliança do Pacífico, no mínimo)
- reduzir o número de homicídios para 40.000 por ano (só para começar como meta inicial)
- colocar a mão boba na constituição via assembléia constituinte
- implementar a censura de mídia
- tentar manter o Decreto 8243 (isso já complicou para ela)
Se um desastre econômico não ocorrer, não será por causa de Dilma, mas apesar dela.
Mais um motivo para uma atenção redobrada.
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