29/10/2014 17h23
- Atualizado em
29/10/2014 20h23
Segundo prefeitura da cidade, mangote da metalúrgica Novelis estourou.
Técnicos da Feam foram até o local para analisar a água do ribeirão.
Ribeirão
do Carmo, em Mariana, amanheceu nesta quarta-feira (29) com a coloração
avermelhada.
As águas do Ribeirão do Carmo, na altura de Passagem de Mariana,
distrito de Mariana, na Região Central de Minas Gerais, amanheceram
nesta quarta-feira (29) com a coloração alaranjada. Segundo a prefeitura
da cidade, houve um vazamento de 400 litros de rejeitos de bauxita em
um mangote da metalúrgica Novelis, instalada em Ouro Preto.O estouro aconteceu próximo ao Córrego do Funil, em Ouro Preto. O curso d'água segue até Mariana onde muda o nome para Ribeirão do Carmo. De acordo com a Secretaria Municipal do Meio Ambiente de Ouro Preto, a Novelis já corrigiu o problema. O Núcleo de Emergência Ambiental da Fundação Estadual do Meio Ambiente (Feam) foi acionado.
Já a Novelis divulgou nota informando que "não possui atividade de mineração em Minas Gerais não tendo, portanto, relação com o vazamento ocorrido no dia 29/10. As operações de alumínio primário da Novelis em Ouro Preto não possuem anormalidades".
Porém, a Prefeitura de Mariana reafirmou ao G1 que o caso aconteceu em área da empresa.
"Não é a primeira vez que isso acontece por aqui", denuncia o jornalista Leandro Henrique dos Santos, morador do distrito de Passagem de Mariana.
De acordo com assessoria da Feam, o material lançado na água não é tóxico. Uma amostra da água foi coletada para análise.
Encerramento das atividades
No dia 17 de outubro, a Novelis anunciou que iria sair da região até o fim do ano. De acordo com nota divulgada pela empresa, “a decisão de encerrar as atividades da fábrica de Ouro Preto é coerente com nossa estratégia global. A Novelis está construindo um futuro sustentável, transformando seu negócio em um modelo com alto conteúdo de material reciclado".
Ainda segundo o comunicado, "a decisão foi tomada em função de questões estruturais que afetam toda a indústria de alumínio primário no Brasil, impactando o custo da operação e sua competitividade”, acrescentou o vice-presidente sênior e presidente da Novelis América do Sul, Tadeu Nardocci.
De acordo com a empresa, um projeto de expansão de US$ 340 milhões que ampliou a capacidade de laminação para 600 mil toneladas/ano foi finalizado. Além disso, anunciou a conclusão de investimentos da ordem de US$ 106 milhões na expansão da reciclagem e em uma linha de pintura para chapas de alumínio. Os dois projetos entram em operação comercial neste mês.
No Brasil, a Novelis possui atividades de laminação em Pindamonhangaba e Santo André (SP), e de alumínio primário em Ouro Preto. Para suportar seu negócio de reciclagem, a companhia opera sete centros de coleta de sucata no país e conta com o maior centro de reciclagem da América do Sul. A fábrica em Ouro Preto foi inaugurada em 1934 e adquirida pela companhia em 1950. A unidade produz 18 mil toneladas/ano de tarugos.
Segundo o Sindicato dos Trabalhadores nas Indústrias, Metalúrgica, Mecânica e de Materiais Elétricos de São Julião, 350 trabalhadores vão perder o emprego.
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