Edição
do dia 28/11/2014
Alexandre Garcia: 'É preciso apurar quem tentou impedir investigações'
Para analista, investigação é necessária 'para que no futuro, Ibama tenha consigo o mesmo rigor que trata alguns casos'
Um
relatório da Controladoria-Geral da União apontou
irregularidades de todo tipo nos contratos firmados
pelo Ibama.
Onde foi parar todo esse dinheiro?
Pode
ter sido queimado, mas de uma forma diferente com que
queimam a Floresta Amazônica. Queimado por uma nova
moda brasileira: a ausência de licitação, a
concorrência pública que dá transparência e lisura no
uso do dinheiro dos contribuintes.
Outra
mania nacional com o dinheiro do público é faturar
serviços e materiais que nunca foram entregues. É bom
que se diga que é o próprio governo que faz essa
constatação, através da Controladoria-Geral da União,
mas, antes disso, a investigação começou na própria
auditoria do Ibama, onde trilhou um caminho de pedras,
com omissões, pressões e coações para desestimular a
apuração, o que retardou o trabalho e permitiu mais
pagamentos ilegais.
Isso
faz a gente imaginar que quando uma irregularidade
chega ao conhecimento dos contribuintes, seja apenas a
pontinha do iceberg. No caso, em Brasília, o Ibama
vinha pintando o sete e se enrolando em cabos
elétricos e pelo país afora, cuidando mal do seu
próprio meio ambiente.
Agora
é preciso apurar as responsabilidades: quem planejou
mal, quem autorizou, quem fez, quem tentou impedir as
investigações e quem se omitiu, pelo que se depreende
do relatório. Para que no futuro, o Ibama tenha
consigo mesmo o mesmo rigor com que trata alguns
casos, hidrelétricas e estradas, e não a fiscalização
rarefeita que permite a destruição de mananciais e
florestas.
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