Pessimo ensino no DF sob o PT:Não seria proposital?
Os 66 alunos da instituição que fizeram o exame se destacaram na disciplina de matemática com uma média de 793,5 pontos
22/12/2014 20:13 Correio Braziliense
Apenas
uma escola do Distrito Federal parece no ranking das 100 primeiras
instituições mais bem avaliadas de acordo com as notas do Exame Nacional
do Ensino Médio (Enem) de 2013. O levantamento foi divulgado na tarde
desta segunda-feira (22/12) pelo Instituto Nacional de Estudos e
Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep).
Um colégio
particular da Asa Sul alcançou o 16º lugar com uma média de 702,2 na
avaliação do Ministério da Educação. Os 66 alunos da instituição que
fizeram o exame se destacaram na disciplina de matemática com uma média
de 793,5 pontos.
A instituições de ensino da região Sudeste do
país se destacaram. Segundo os dados, 77 escolas estão entre as 100
melhores. Entre elas, 28 ficam em São Paulo, 23 no Rio de janeiro e 22
em Minas Gerais.
Quase 5 mil escolas tiraram menos de 500 na redação do Enem 2013
Para professora de português, baixo desempenho na redação se deve à falta de leitura e ao déficit no ensino da disciplina
Pouco
mais de um terço dos colégios (33,87%) tiveram nota inferior a 500
pontos na média de redação do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) de
2013. São 4,9 mil entre 14,7 mil instituições de ensino. Com a nota
abaixo de 500 na dissertação, elas são classificadas no nível 1 (o mais
baixo na prova) pelo Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas
Educacionais Anísio Teixeira (Inep).
A professora de português e
escritora Lucília Garcez especula que um dos motivos do baixo desempenho
dos jovens nas prova escrita seja a deficiência do ensino de redação.
“O ensino da disciplina ainda é inadequado. O processo de escrita
envolve releituras, reestruturações, revisões: você não entrega um texto
sem ler. Esse é o processo normal de escrita, mas nas escolas não é
assim. Os professores mandam escrever, o aluno e entrega a primeira
versão, o texto é corrido e fim”, critica. “Na prova, faltou o aluno
reler, revisar e reestruturar.”
Professora Lucília Garcez: Brasil não é um país leitor
Cada
brasileiro lê, em média, quatro livros por ano. Tirando os livros
didáticos, o número cai para um. Em países desenvolvidos, a média chega a
15. Segundo a ex-professora da Universidade de Brasília, isso
prejudica fortemente o domínio do português. “Para dominar a língua, é
preciso usá-la na fala, na leitura e na escrita. No quesito leitura,
estamos muito mal, e é na leitura que você adquire o domínio da
escrita”, observa.
A falta de estímulo também aparece. “Com
raras exceções, os professores também não são leitores. A sociedade não é
leitora e não gera um ambiente favorável. Para completar, os livros são
caros e 75% dos brasileiros nunca entrou numa biblioteca. Somos um país
novo, e a era da imagem chegou antes de o Brasil ter se tornado uma
nação leitora. Tudo isso contribui para um baixo desempenho na redação.”
Públicas x Particulares Questionada
sobre a diferença de desempenho entre colégios privados e os mantidos
pelo Governo, Lucília Garcez defendeu que a disparidade se deve ao
envolvimento dos pais. “Os pais das escolas particulares são mais
exigentes, afinal estão pagando e querem qualidade. A escola quer
garantir matrículas e precisa mostrar resultados. No entanto, nas
escolas públicas os pais acham que não estão pagando e não cobram tanto.
Também não há competitividade nos colégios públicos”, finaliza.
Lucília
Garcez é graduada em letras pela Universidade Federal de Sergipe, com
mestrado em literatura pela Universidade de Brasília (UnB) e doutorado
em linguística aplicada e estudos da linguagem pela Pontifícia
Universidade Católica de São Paulo (PUC-SP).
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