terça-feira, 16 de dezembro de 2014
General pede que Dilma dê explicações sobre atentado em 68
O atentado em questão foi registrado no dia 26 de junho de 1968 contra um quartel do Exército em São Paulo
Da EFE
Rio de Janeiro - O General de Divisão na Reserva do Exército Luiz
Eduardo Rocha Paiva assegura que a comissão que averiguará as violações
dos direitos humanos durante a ditadura (1964-1985) também deve
investigar os atentados terroristas e, inclusive, convocar a presidente Dilma Rousseff.
'Dilma integrava o VAR-Palmares, que lançou o carro bomba que matou o
soldado Mario Kozel Filho. A comissão não vai convocá-la. Por quê?',
perguntou o general em entrevista publicada nesta sexta-feira pelo
jornal 'O Globo'.
O atentado em questão foi registrado no dia 26 de junho de 1968 contra um quartel do Exército em São Paulo.
Na mesma entrevista, Rocha Paiva também duvida que a atual presidente
brasileira tenha sido torturada enquanto esteve presa por sua militância
política.
Segundo o general, para não ser 'parcial e maniqueísta', a comissão
deveria investigar também as pessoas que participaram direta ou
indiretamente de ações armadas contra o regime militar.
A Comissão da Verdade, cuja criação foi sancionada em novembro pela
própria presidente Dilma, será instalada em abril para investigar as
violações dos direitos humanos que foram registrados durante a ditadura,
principalmente as desaparições e as torturas.
Apesar de traçar novas investigações, a comissão não poderá determinar
responsabilidades penais, já que o Supremo Tribunal Federal (STF)
ratificou em 2010 a anistia que em 1979 amparou os torturadores e
aqueles que pegaram em armas contra o regime militar.
'Não vejo porque eles (os torturadores) têm que aparecer agora se estão
anistiados. E por que não convocarão quem sequestrou e quem planejou
(atentados terroristas)?', indaga o general.
Diante do argumento que Dilma foi detida e torturada por sua militância,
o general reformado questionou a veracidade dessas torturas.
'Ela diz que foi submetida a torturas. O Senhor tem certeza disso? Eu não sei', afirmou o general.
Dilma, que passou mais de dois anos presa durante sua juventude, já
confimou ter sido torturada na época de sua militância contra a
ditadura.
Rocha Paiva concedeu essa entrevista após toda a polêmica gerada na
última semana, quando um grupo de militares aposentados do Exército, da
Marinha e da Força Aérea questionaram a criação da Comissão da Verdade e
também criticaram as posições de alguns membros do gabinete de Dilma,
como o Ministro de Defesa, Celso Amorim.
A reação do Governo às críticas apresentada pelos militares foi
respondida de maneira rígida. Segundo versões da imprensa, o Governo
pediu aos comandantes das Forças Armadas que enviem advertências aos
militares envolvidos com os comunicados, já que ainda possuem relações
hierárquicas.
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