Em abril de 2014, Roriz foi absolvido em primeira instância pelo juiz Jansen Fialho, que havia considerado improcedente a ação dos promotores de Justiça. Mas o Ministério Público do DF recorreu e o TJDFT reformou a primeira decisão que favorecia o ex-governador. Na mesma ação, o empresário Nenê Constantino também foi condenado.
Os desembargadores que julgaram o recurso do Grupo de Atuação Especial de Repressão ao Crime Organizado (Gaeco) foram Teófilo Caetano, Nídia Correa Lima e Simone Lucindo. O ex-governador pode tentar reverter a decisão no Superior Tribunal de Justiça (STJ) e até no Supremo Tribunal Federal (STF).
A ação que condenou Roriz diz respeito a um cheque do Banco do Brasil (BB) no valor de R$ 2,2 milhões, emitido pelo empresário Nenê Constantino. O caso foi revelado em 2007, no âmbito das investigações da Operação Aquarela, do MPDFT, e acabou provocando a sua renúncia ao mandato de senador em julho daquele ano.
Favorecimento
Interceptações telefônicas feitas pela Polícia Civil em conformidade com o Ministério Público do DF apontavam na época um acerto entre Roriz e o empresário Nenê Constantino sobre a partilha do cheque de R$ 2,2 milhões. Os promotores consideraram que houve favorecimento no processo que também envolveu o Banco de Brasília, já que os recursos foram sacados por essa instituição financeira, a partir de um comando do então presidente Tarcísio Franklim de Moura.
Roriz se defendia alegando que a transação envolvia um empréstimo no valor de R$ 300 mil que contraiu com Constantino para a compra do embrião de uma bezerra na Universidade de Marília. A defesa do ex-governador vai recorrer da decisão.Condenações
A absolvição em primeira instância no processo da Bezerra de Ouro sempre foi utilizada por Roriz para afirmar que ele nunca havia sido condenado em crimes contra a administração pública em toda a sua vida política.
Eu não sei o que é a Lei do Ficha Limpa, não tenho condenação."
De acordo com a denúncia elaborada pelos promotores do Gaeco, eles teriam participado de um esquema para concessão de empréstimos no total de R$ 6,7 milhões a uma construtora.
Em troca, a família teria recebido 12 imóveis no Residencial Monet, em Águas Claras. Como a discussão foi em primeira instância, ainda cabe recurso.
História
Depois de governar o Distrito Federal por 13 anos intercalados (1988/1990, 1991/1995, 1999/2006), Roriz foi eleito senador em 2006. Iniciou o mandato em 2007 e renunciou cinco meses depois. A decisão foi justamente para escapar de um eventual processo de cassação devido ao escândalo da Bezerra de Ouro.
Candidato nas eleições de 2010 ao Buriti, desistiu de concorrer em meio ao debate, no STF, sobre a validade da Lei da Ficha Limpa para aquele pleito. O ex-governador escalou a mulher Weslian Roriz para disputar em seu lugar. Ela perdeu no segundo turno para o petista Agnelo Queiroz.
Com a doença do ex-governador (ele diabético e doente renal crônico), o clã tem uma única representante na vida política local: a deputada distrital Liliane Roriz (PRTB).
A outra filha, Jaqueline, também foi enquadrada na Lei da Ficha Limpa e está inelegível pelo envolvimento na Operação Caixa de Pandora, porque foi condenada por receber dinheiro de propina para bancar a campanha eleitoral a deputada federal. O filho dela, Joaquim Roriz Neto, não conseguiu se eleger na campanha do ano passado à vaga de deputado federal. (Colaboraram Maria Eugênia e Manoela Alcântara)
Nenhum comentário:
Postar um comentário