quinta-feira, 15 de outubro de 2015

SERÁ?? Amigo do Pastor Silas Malafia, Eduardo Cunha nega acordo com governo para salvar seu mandato

15/10/2015


Presidente da Câmara classificou como 'baboseiras' as notícias de que estaria negociando com o Planalto um acordo que favoreceria a ele e Dilma

Embora tenha intensificado as negociações com o Palácio do Planalto para salvar seu mandato na Câmara dos Deputados, o presidente da Casa, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), negou nesta quinta-feira que tenha feito acordos com o governo e classificou como “baboseiras” e “ridículas” as informações de que ele estaria disposto a negociar para travar os pedidos de impeachment contra a presidente Dilma Rousseff em troca de garantias de que seria salvo no Conselho de Ética, onde tramita um pedido de cassação contra ele.



“Acho muito engraçado que vocês pegam as versões e publicam as versões, apesar de a gente desmentir. A mim só cabe desmentir. Não fiz acordo nem com o governo nem com a oposição”, disse. Eduardo Cunha confirmou encontros com os ministros da Casa Civil, Jaques Wagner, e da Secretaria de Comunicação, Edinho Silva, e com o vice-presidente Michel Temer nos últimos dias, mas disse que as conversas não significam qualquer acordo com o governo. 

 
“Eu almoçar com Michel Temer vira acordo? Isso é brincadeira. Conversei com Jaques Wagner semana passada e esta semana. [O governo] não propôs acordo nenhum. Eu conversar com ministro significa que tenho que ter proposta de acordo? Acho isso ridículo. Semana passada tomei café com o Edinho. Qual é o problema? Eu encontro com a oposição e tem que ter acordo? Eu tenho que dialogar com todo mundo, é o meu papel”, justificou.

 
Embora esteja acuado com as recentes denúncias de que teria contas secretas na Suíça, Cunha rejeitou que esteja trabalhando por um acordo e afirmou que tem exercido seu papel institucional e com “independência”. Ele disse atuar como um “juiz” na análise dos pedidos de impeachment contra a presidente Dilma Rousseff e declarou que “o governo não veio procurar para debater o texto do pedido de impeachment em nenhum momento”. “Tenho exercido meu papel institucional. Sempre disse que não ia agir nem como governo nem como oposição. Com independência. Isso significa dar curso a tudo”.

 
A despeito das negativas públicas, o Palácio do Planalto intensificou nesta quarta-feira as articulações para salvar o mandato de Eduardo Cunha no Conselho de Ética. A moeda de troca nesse jogo é a garantia de que Cunha não avançará nenhuma casa no tabuleiro rumo à abertura do processo de impeachment da presidente Dilma Rousseff. Na tarde desta quinta-feira, o ex-presidente Lula se reunirá com parlamentares do PT para analisar as negociações para barrar os pedidos de afastamento de Dilma e para garantir sobrevida a Eduardo Cunha. 


A meta de Lula, agora, é impedir que o Conselho de Ética, formado por 21 integrantes, vire as costas para o presidente da Câmara. O bloco comandado pelo PMDB no colegiado tem nove deputados e o liderado pelo PT, sete.
 

Reservadamente, o governo avalia que o impeachment perdeu força depois das liminares concedidas pela Justiça. Ministros dizem, porém, que Cunha é uma “fera ferida” e não se pode confiar nele, que tem o poder de dar o pontapé para a abertura da ação contra Dilma.

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