RENATO RIELLA
Quem acompanha o BLOG lembra que fui o primeiro a reclamar que a Polícia Militar do DF estava parada. Trata-se de um movimento que destrói a corporação há mais de três anos.
No primeiro comentário, já informei que era um movimento inútil, autodestrutivo, pois a presidente Dilma Rousseff não é maluca de autorizar aumento salarial para a PM que paga melhor no Brasil.
Depois disso, de forma confusa, diversas intervenções de policiais no BLOG indicaram que há dois estados com salário melhor. No entanto, toda a carga de informações desse movimento dos PMs é desorganizada.
O certo é que as polícias dos estados mais críticos, como Rio e São Paulo, vão se rebelar se os brasilienses ganharem ainda mais.
Foi este o início da discussão. Brasília vive um estado artificial de coisas desde 2002, quando foi aprovado pelo Congresso Nacional o Fundo Constitucional do DF, que deve despejar na Capital Federal cerca de R$ 13 bilhões este ano.
Era para o DF ter a melhor polícia, a melhor saúde e a melhor educação, mas não é o que acontece na prática. Parece que o Fundo Constitucional acomodou os governantes, que optam por obras caríssimas e deixam esses serviços a desejar.
O certo é que a Polícia Militar está virando vilã e isso torna ainda mais difícil o investimento nessa corporação.
Nesse momento, a presidente Dilma já sabe que terá de usar a Força Nacional na Copa do Mundo, pois em Brasília não pode contar com a PM. E a PM também não pode contar com ela.
Quem trabalha na Polícia Militar deve aprender com antigos e experientes sindicalistas. Estes sabem quando perderam uma greve. E a maior prova de que o movimento dos PMs fracassou é o tempo da sua duração. Além do mais, em ano eleitoral, deputados e senadores não vão autorizar aumento para a polícia de Brasília, quando os policiais dos seus estados vivem a pão e água.
Se o DF resiste há mais de três anos diante das reivindicações dos PMs, é porque essas reivindicações são impossíveis de atender. Devem ser buscados outros caminhos. A impossibilidade não vem somente da dificuldade financeira, mas também de questões políticas.
Se o governador Agnelo Queiroz reabriu negociações com os PMs, todos devem saber que serão atendidas questões pontuais, nada a ver com as grandes reivindicações. Pedir equiparação à Polícia Civil e ao Detran é adotar o caminho da derrota.
Os estados (e o DF) estão estruturados em carreiras, diferenciadas pela origem e pela função. Há corporações intensivas, como Polícia Civil e Detran, às quais o Estado decidiu pagar mais, exigindo maior nível de escolaridade e desempenho melhor nos concursos públicos.
E há corporações extensivas, com maior número de integrantes, com salário compatível com a capacidade financeira do Estado. A PM é uma entidade desse tipo.
Quando o PM entra na corporação, aceita na origem a regra do jogo. Por que não passou no concurso da Polícia Civil ou do Detran?
Um PM que se chama Papel (não pode usar o próprio nome por segurança pessoal), escreve no BLOG com ótima redação, de forma inteligente, usando ótimos argumentos. Mas a realidade é que o Estado não está apto a dobrar-se à operação tartaruga.
O resultado disso tudo é trágico, pois a população vai acumulando mágoa da PM e isso pode se desdobrar em algum tipo de revolta.
Tecnicamente, o certo seria a PM dar seu movimento como encerrado, começando tudo de novo.
E tudo de novo é um trabalho feito com as diversas forças políticas de Brasília, com equilíbrio. Como já escrevi aqui muitas vezes, em outubro a PM vai eleger novamente um cabo ou um sargento, que meses depois será o vilão da categoria.
E assim, passamos mais uma semana tartarugada.
Quem acompanha o BLOG lembra que fui o primeiro a reclamar que a Polícia Militar do DF estava parada. Trata-se de um movimento que destrói a corporação há mais de três anos.
No primeiro comentário, já informei que era um movimento inútil, autodestrutivo, pois a presidente Dilma Rousseff não é maluca de autorizar aumento salarial para a PM que paga melhor no Brasil.
Depois disso, de forma confusa, diversas intervenções de policiais no BLOG indicaram que há dois estados com salário melhor. No entanto, toda a carga de informações desse movimento dos PMs é desorganizada.
O certo é que as polícias dos estados mais críticos, como Rio e São Paulo, vão se rebelar se os brasilienses ganharem ainda mais.
Foi este o início da discussão. Brasília vive um estado artificial de coisas desde 2002, quando foi aprovado pelo Congresso Nacional o Fundo Constitucional do DF, que deve despejar na Capital Federal cerca de R$ 13 bilhões este ano.
Era para o DF ter a melhor polícia, a melhor saúde e a melhor educação, mas não é o que acontece na prática. Parece que o Fundo Constitucional acomodou os governantes, que optam por obras caríssimas e deixam esses serviços a desejar.
O certo é que a Polícia Militar está virando vilã e isso torna ainda mais difícil o investimento nessa corporação.
Nesse momento, a presidente Dilma já sabe que terá de usar a Força Nacional na Copa do Mundo, pois em Brasília não pode contar com a PM. E a PM também não pode contar com ela.
Quem trabalha na Polícia Militar deve aprender com antigos e experientes sindicalistas. Estes sabem quando perderam uma greve. E a maior prova de que o movimento dos PMs fracassou é o tempo da sua duração. Além do mais, em ano eleitoral, deputados e senadores não vão autorizar aumento para a polícia de Brasília, quando os policiais dos seus estados vivem a pão e água.
Se o DF resiste há mais de três anos diante das reivindicações dos PMs, é porque essas reivindicações são impossíveis de atender. Devem ser buscados outros caminhos. A impossibilidade não vem somente da dificuldade financeira, mas também de questões políticas.
Se o governador Agnelo Queiroz reabriu negociações com os PMs, todos devem saber que serão atendidas questões pontuais, nada a ver com as grandes reivindicações. Pedir equiparação à Polícia Civil e ao Detran é adotar o caminho da derrota.
Os estados (e o DF) estão estruturados em carreiras, diferenciadas pela origem e pela função. Há corporações intensivas, como Polícia Civil e Detran, às quais o Estado decidiu pagar mais, exigindo maior nível de escolaridade e desempenho melhor nos concursos públicos.
E há corporações extensivas, com maior número de integrantes, com salário compatível com a capacidade financeira do Estado. A PM é uma entidade desse tipo.
Quando o PM entra na corporação, aceita na origem a regra do jogo. Por que não passou no concurso da Polícia Civil ou do Detran?
Um PM que se chama Papel (não pode usar o próprio nome por segurança pessoal), escreve no BLOG com ótima redação, de forma inteligente, usando ótimos argumentos. Mas a realidade é que o Estado não está apto a dobrar-se à operação tartaruga.
O resultado disso tudo é trágico, pois a população vai acumulando mágoa da PM e isso pode se desdobrar em algum tipo de revolta.
Tecnicamente, o certo seria a PM dar seu movimento como encerrado, começando tudo de novo.
E tudo de novo é um trabalho feito com as diversas forças políticas de Brasília, com equilíbrio. Como já escrevi aqui muitas vezes, em outubro a PM vai eleger novamente um cabo ou um sargento, que meses depois será o vilão da categoria.
E assim, passamos mais uma semana tartarugada.
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