segunda-feira, 17 de fevereiro de 2014

Ratinhos heroicos! (Vê se pode!)

Veja um esquadrão anti-bombas formado por ratos em ação


Para ver se uma área de cerca de 5 quilômetros quadrados está livre de bombas, um par de humanos treinados demora um dia. Com a ajuda de um par de ratos treinados, o tempo de procura diminui consideravelmente: para “limpar” a mesma área, demora apenas duas horas.

É por isso que a APOPO, uma organização holandesa que trabalha na Tanzânia, está treinando filhotes de ratos para detectar bombas através do olfato. 

E eles são tão eficientes quanto são fofos. Os resultados já mostram que eles são melhores no serviço do que cachorros e já “limparam” vários pátios com bombas escondidas em Moçambique.

Os ratos começam o treinamento quando estão com apenas quatro semanas de idade, quando estão velhos o suficiente para superar seu medo natural em relação aos humanos. 

Eles são treinados para distinguir o cheiro de TNT. 

E nos testes, quando eles identificam corretamente uma bomba, ouvem um estalo e recebem um pedaço de fruta como recompensa. Depois de nove meses dessa rotina, eles estão prontos para ir ao campo. 


Os ratos heróis de Moçambique, 2005.  Blog do Dimitri

A foto foi tirada em 2005 em Chimoio, Moçambique, e mostra um rato gigante africano farejando minas terrestres presentes na região desde a Guerra Civil.

Segundo a "Anti-Persoonsmijnen Ontmijnende Product Ontwikkeling", APOPO, organização não-governamental belga que tem ajudado os moçambicanos a treinarem os roedores, os ratos são heróis, pois já ajudaram a salvar milhares de vidas numa região que abriga um milhão de pessoas e ainda está repleta de minas terrestres provenientes da guerra.

A Guerra Civil Moçambicana aconteceu entre os anos de 1976 e 1992, tendo ficado conhecida como "Guerra de desestabilização de Moçambique", pois levou o país à falência.

Em 1975 Moçambique acabara de ganhar a independência e a Frente de Libertação de Moçambique (FRELIMO), de soldados portugueses que lutavam para a independência do país em relação a Portugal, subira ao poder instaurando um regime socialista. Um ano depois, grupos rebeldes em prol da libertação da vizinha Rodésia (atual Zimbabwe) receberam o apoio do governo moçambicano com o aval para a instalação de bases no país.

Como retaliação, entretanto, a Rodésia criou a Resistência Nacional Moçambicana (RENAMO) com o intuito de promover ataques ferozes em Moçambique para desestabilizar o governo através da instalação de minas terrestres por todo o território e destruir as bases de apoio aos rebeldes. A partir de então, dá-se início a uma Guerra Civil violenta entre a RENAMO e Moçambique. Mais de um milhão de pessoas foram mortas no conflito e mais de quatro milhões se deslocaram do território.

A guerra civil acabou em 1992, quando o governo moçambicano assinou um Acordo Geral de Paz em 4 de outubro com o líder da RENAMO.

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