sábado, 26 de abril de 2014

Grella estuda bônus alternativo e tira 'roubos' da meta após alta de crimes


  26/04/2014 07h11


Grella diz que valor 'menor' será incentivo para distritos e companhias.


Governo ainda busca aprovar política de bônus na Assembleia Legislativa.

Roney Domingos Do G1 São Paulo

A Secretaria da Segurança Pública (SSP) estuda dar um bônus alternativo para policiais com bom desempenho local mas que atuam dentro de áreas regionais que não alcançaram a meta na redução de crimes. A pasta também anunciou que vai excluir uma das três primeiras metas estipuladas para civis e militares para obtenção de bônus por desempenho. Os anúncios foram feitos pelo secretário da Segurança, Fernando Grella, nesta sexta-feira (25) após a divulgação das estatísticas da criminalidade de março.

O governo estipulou, em janeiro, que as metas dos policiais no primeiro trimestre previam redução de roubos em geral, roubos e furtos de veículos e a diminuição da letalidade (assassinatos e latrocínios). A política de bônus ainda não foi votada na Assembleia Legislativa, mas o governo diz que ela será retroativa quando sancionada.

Os dados de março divulgados nesta sexta fecham o trimestre e apontam que os casos de "roubo em geral" ficaram acima da primeira meta divulgada em 20 de janeiro, durante evento no Palácio dos Bandeirantes. O governo previa 57.384 casos, mas foram 79.093 no estado durante o primeiro trimestre.

De acordo com as estatísticas, também foi maior que a meta o total de roubo e furtos de veículos. Ocorreram 58.431 casos (27.140 casos de roubos e 31.291 furtos de veículos), mas a meta estipulava o total de 50.710 no estado.

Já os casos de vítimas da letalidade somaram 1.253 ocorrências registradas em delegaciais (1.150 casos de homicídios dolosos e 103 de latrocínios), dentro da meta divulgada em janeiro, que era de 1.270. Entretanto, se considerado somente o total de vítimas, o número foi maior: 1.323 pessoas foram mortas.

Roubos em geral fora da meta

Grella disse nesta sexta que a pasta decidiu tirar do primeiro pacote de metas a redução dos "roubos em geral". "Nessa fase inicial, estamos excluindo aquela meta de roubo e estamos nos concentrando em roubo de veículo e letalidade para as áreas locais, para que isso sirva de estímulo. Essa é uma solução inicial. Essas metas vão ser fixadas a cada semestre ", disse o secretário.

Desde o começo do ano, o governo busca aprovar na Assembleia Legislativa o projeto de lei do programa de metas e bônus a policiais. A lei prevê o alcance de metas no estado e por região, mas, para poder aplicar o benefício em casos pontuais, a secretaria vai estabelecer metas para distritos policiais e companhias da Polícia Militar.

"As metas são flexíveis. Elas obedecem a um programa normal, geral, que tem o atingimento das três metas de estado, região e áreas locais. O que nós vamos fazer nesta fase inicial, neste primeiro trimestre, se a Assembleia Legislativa aprovar a lei, é criar uma alternativa para premiar, em um valor menor, de até R$ 500, os policiais da área do distrito policial e da companhia que atingirem essas metas de letalidade e roubo de veículos", disse. "Nós estamos excluindo aquela meta de roubo e estamos nos concentrando em roubo de veículo e letalidade para as áreas locais."

"Vamos ver qual era a meta da área e qual era a meta daquele distrito e companhia. Se eles atingiram, independentemente do estado e da área regional, que nós sabemos que não vai atingir, nós vamos pagar o bônus em um valor menor para aqueles policiais como forma de incentivo para demonstrar concretamente que o programa está sendo inaugurado", complementou o secretário.

Programa de metas

Os primeiros números do programa de metas e bônus a policiais foram divulgados em 20 de janeiro. Está previsto no projeto que os policiais podem receber até R$ 5 mil em bônus a cada trimestre. Nos primeiros três meses deste ano, a meta será reduzir em 7% os assassinatos (homícidos e latrocínios), além de interromper o crescimento dos casos de roubos e furtos de veículos e roubos em geral.

Na ocasião, os dados foram apresentados pelo governador Geraldo Alckmin (PSDB) e pelo secretário da Segurança Pública de São Paulo (SSP), Fernando Grella, em evento no Palácio dos Bandeirantes. A bonificação passa a ser contada a partir de janeiro, pois o projeto de lei está em tramitação na Assembleia Legislativa desde dezembro do ano passado. Se for aprovado, os efeitos serão retroativos.
Um escritório foi criado pela Secretaria de Segurança Pública (SSP) para acompanhar os resultados. O desempenho de policais das diversas forças, como Polícia Civil e Militar, será medido com ajuda do sistema chamado de 'Ragisp', organiza dados das estatísticas criminais.

De acordo com o governador Geraldo Alckmin, as cinco áreas de atuação - que podem ser delegacias e batalhões - que tiverem melhor resultados a cada trimestre poderão receber ainda R$ 12 mil adicionais em bônus por ano (R$ 3 mil a mais por trimestre).

Ou seja, haverá o bônus padrão de R$ 2 mil por trimestre para todas as áreas que atingirem a meta e o adicional de R$ 3 mil trimestral para os cinco melhores resultados.

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