Um artigo irônico e bem humorado de Luiz Felipe Pondé, publicado na Folha, anda causando um certo alvoroço pelaí porque a moçada resolveu levar a sério, como se tivesse cabimento uma suposta dificuldade dos jovens direitistas “pegarem mulher” ser coisa séria.
Luciano Henrique, por exemplo, no seu blog Ceticismo Político,
foi um deles:
“Luiz Felipe Pondé escreveu um texto que mistura tanto um
lapso de ironia como um amontoado inaceitável de ingenuidade e até estupidez. O
tema? O potencial de pegar mulher que discursos de direita e esquerda possuem. ‘Por
uma direita festiva’ foi publicado em 21 de abril na Folha de São Paulo. O
maior ponto de irritação por parte da direita se deve ao fato de Pondé usar
várias falácias para dizer algo como: ‘Meu oponente ideológico pega mais mulher
do que eu’.”
E segue fazendo uma análise interminável sobre as abobrinhas
de Pondé no artigo, que, diga-se de passagem, é irrelevante como conteúdo,
embora engraçado e agradável de ler - tanto que nem o reproduzi antes, como
costumo fazer com o que Pondé escreve, no meu outro blog reservado aos artigos
que considero importantes. E foi exatamente esse o objetivo do “filósofo” ao
escrevê-lo, embora não tenha perdido a viagem ao dar uma cutucadas na esquerda
festiva.
A título de curiosidade vai um trecho do comentário de Noemi
Jaffe, da esquerda alvoroçada, doutora em literatura brasileira pela USP, em
artigo também publicado na Folha:
“O colunista acredita se valer de falas pretensamente
engraçadas, que na sua cabeça reproduzem o discurso de uma esquerda
pasteurizada, para novamente ridicularizar quem se preocupa com a fome na
África. Seria desperdício exemplificar outras falas da suposta esquerda que o
colunista, cafona e infantilmente, procura reproduzir.
Gostaria de discutir a leviandade do tratamento jocoso às
ideias de ‘fazer o bem’ e ‘querer um mundo melhor’, tratadas como típicas de
uma esquerda cujo maior desejo é ‘pegar mulher’. Parece que esses pensamentos
nunca passariam de inocência ou demagogia disfarçada, em sua visão
pretensamente schopenhauriana, machadiana ou rodrigueana de alguém cuja
maturidade filosófica o levou a saber que nada nunca muda para melhor.”
Esses não têm jeito mesmo. Não sabem interpretar nem letra de funk.
Quem quiser ler o artigo em discussão, “Por uma direita festiva”,
é só clicar.
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