25/04/2014
às 15:47
Pois
é… O dançarino Douglas Rafael da Silva, o DG, já está morto e não pode
responder por aqueles que o homenageiam nem por nada mais. Isso não deve
nos impedir de pensar. O fato é que o narcotráfico decidiu fazer
pichações em sua homenagem, como informam Leslie Leitão e Pamela
Oliveira, na VEJA.com.
Vejam esta foto:
Uma
pichação em um muro da favela junta o nome de Douglas ao símbolo da
facção criminosa Comando Vermelho – que traz a tradicional referência ao
fundador da quadrilha, Rogério Lemgruber (RL). A inscrição surgiu no
dia seguinte à morte do dançarino. Não
se sabe o que seria o R.C. da pichação. O “22”, antigo artigo do Código
Penal que definia a inimputabilidade para os deficientes mentais, é uma
referência a “maluco”, irreverente, extrovertido.
Douglas
havia deixado, em sua página no Facebook, uma homenagem ao traficante
conhecido como Cachorrão, em janeiro. “PPG TA DE LUTO, E OS AMIGOS CHEIO
DE ODIO NA VEIA, MAS TARDE O BICO VAI FAZER BARULHO…. #?SAUDADES
ETERNAS CACHORRAO !”
Já escrevi
a respeito. Douglas podia sentir saudade de quem quisesse. Se era amigo
do chefe do tráfico, é compreensível que manifestasse a sua dor. O
problema é que a tradução da frase acima, como já se sabe, não é boa.
- “PPG” é a dita “comunidade” Pavão, Pavãozinho e Galo. - “Bicos” são fuzis de uso restrito das Forças Armadas, de grosso calibre. - “Os amigos” são os integrantes das quadrilhas de traficantes. - “Fazer barulho” é efetuar centenas de disparos, aterrorizando a população.
Todo cuidado é pouco nessa história cheia de estridência e com pouca informação.
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