sábado, 26 de abril de 2014

1)Padilha continua "prestigiado" pelo PT.2)Jogo de cena: Padilha ameaça processar Vargas por ter sido usado na negociata da Labogen.


Sabem aquela expressão usada para técnicos de futebol, quando o presidente do clube diz que ele está "prestigiado" depois da derrota? Ela cai como uma luva para Alexandre Padilha (PT-SP), envolvido até o pescoço na negociata da Labogen com o doleiro Youssef e André Vargas, segundo a Polícia Federal. Padilha segue "prestigiado", até manchete em contrário. E, ao que parece, ela não demorará a chegar. A matéria abaixo é da Folha de São Paulo.

Apesar de comentarem nos bastidores que a ligação do nome de Alexandre Padilha às investigações da Operação Lava Jato representam um baque ao ex-ministro, petistas afirmam que a ordem é evitar declarações que sinalizem que o partido pretenda ªrifarº seu candidato ao governo de São Paulo.

Na conversas internas do partido, o discurso é que a situação é contornável caso não surja nenhum dado novo que possa atingir a imagem de Padilha. No Planalto, assessores avaliam que as suspeitas da Polícia Federal são fracas, sem nenhum indício concreto que possa inviabilizar a candidatura do petista em São Paulo.

Em outra frente, a ordem é afastar a presidente Dilma de qualquer debate e polêmica relacionados aos escândalos envolvendo o doleiro Alberto Youssef e suas conexões com petistas. Segundo assessores presidenciais, a estratégia é manter o caso longe do Planalto e passar a imagem de que o governo segue seu ritmo normal de administração.

Desse objetivo decorre a orientação interna de manter o atual ritmo intenso de viagens da presidente, visitando entre dois e três Estados por semana, uma recomendação do ex-presidente Lula para Dilma sair do noticiário negativo relacionado à Petrobras, uma crise que teve origem no próprio Planalto.

O debate com a oposição, segundo assessores presidenciais, deve ser travado por líderes petistas e, quando envolver diretamente o governo, por ministros. A presidente, do seu lado, pode até tocar nesses assuntos em suas viagens, mas sempre buscando mostrar que não atingem nem paralisam o governo.


Padilha ameaça processar Vargas por ter sido usado na negociata da Labogen.

Pré-candidato do PT ao governo de São Paulo, Alexandre Padilha disse ontem que seu nome foi usado indevidamente pelo deputado federal André Vargas (PT-PR) durante negociação com o doleiro Alberto Youssef e que está mentindo quem aponta seu envolvimento com supostas irregularidades no Ministério da Saúde.

"Se o senhor André Vargas usou meu nome em vão, se as pessoas citadas [no relatório da PF] usaram meu nome em vão, vou interpelar e esclarecer judicialmente isso. Não admito que meu nome seja usado em vão por qualquer pessoa", disse o petista em entrevista coletiva.

Um novo relatório da Polícia Federal sugere que o ex-ministro da Saúde indicou no ano passado um ex-assessor da pasta, Marcus Cezar Ferreira de Moura, para dirigir o laboratório Labogen, controlado por Youssef, que está preso desde 17 de março. A suspeita da PF é baseada numa mensagem enviada por Vargas ao doleiro, na qual o deputado dá o nome e o número do assessor e escreve: "Foi Padilha que indicou".

O ex-ministro disse que seus advogados pedirão acesso integral ao relatório da PF que cita seu nome e negou que tenha relações com Youssef ou feito indicações para o laboratório do doleiro. "Mente quem diz que indiquei Marcus Cezar de Moura para qualquer laboratório privado. Mente quem diz que existia ou existiria qualquer contrato do Ministério da Saúde com o Labogen durante minha gestão. Mente quem estabelece qualquer envolvimento meu com o doleiro."

O pré-candidato disse conhecer Moura, mas negou que o tenha indicado para qualquer função. Segundo Padilha, o assessor trabalhou "por três ou quatro meses" na assessoria de comunicação do Ministério da Saúde, na área de coordenação de eventos.

Em dezembro do ano passado, o Ministério da Saúde recebeu projeto de parceria entre o Labogen, o laboratório da Marinha e outro laboratório privado, o EMS, para a produção de medicamentos. O projeto foi aprovado em dezembro e cancelado em março, antes que fosse assinado o contrato, após a Folha revelar a ligação do doleiro com o Labogen e os indícios de que Vargas atuou junto ao ministério para favorecer o laboratório.

Padilha afirmou que Vargas o procurou "mais de uma vez" para tratar do projeto e disse que encaminhou a proposta de acordo com o "fluxo normal do Ministério da Saúde", para análise da Secretaria de Ciência, Tecnologia e Insumos Estratégicos. Questionado sobre um possível abalo que o relatório da PF pode trazer à candidatura de Padilha, o presidente do diretório paulista do PT, Emidio de Souza, disse que "não se cogita" qualquer substituição.(Folha de São Paulo)

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