Artigo
no Alerta Total – www.alertatotal.net
Por
Heli Gonçalves Moreira
Já
diziam os mais antigos ‘é melhor prevenir do que remediar’. Entretanto, quando
falamos de crises no mundo corporativo, as origens e causas das mesmas podem
estar fora do controle das empresas, sem chances de prevenção.
Crise
é um fenômeno absolutamente democrático, pois surge na vida de qualquer
empresa. Um exemplo atual é a situação que passa o setor automotivo, com vendas
em baixa e exportações em queda.
Reputações
são conquistadas ou perdidas em uma crise, dependendo da forma como ela é
encarada.
Em
uma empresa há valiosos ativos, como sua imagem e força de trabalho, e uma
crise certamente irá colocá-los em risco. Por isso é preciso encará-la de
frente.
Toda
crise tem um dono e, às vezes, somente ele sabe seu tamanho e porque surgiu.
Mais que isso, ele não deve expandir suas dificuldades, mas sim controlá-la.
A
crise tem um custo, tangível e intangível, que deverá ser pago. A tentativa de
regatear poderá aumentar o prejuízo, atual ou futuro.
Um
líder responsável precisa saber exatamente para onde vai quando a crise estiver
resolvida. Ele precisa representar a imagem da tranquilidade na solução e no
encaminhamento de ações corretivas, ágeis, consistentes e coerentes.
A
análise de suas dimensões, abrangência, profundidade e extensão são fundamentais
para se calibrar as ações corretivas. Exagerar ou subestimar os efeitos de uma
crise pode ser tão ou mais danoso quanto à própria crise. Quando pessoas são
atingidas por uma crise, ampliar seus efeitos poderá anular investimentos,
sejam sociais ou econômicos, difíceis de serem recuperados, e reduzi-los pode
requerer novas ações, com efeitos mais desastrosos.
A
forma como conduzir a aplicação das soluções assume importância igualmente
relevante no processo, especialmente quando parte das soluções de uma crise
impacta diretamente na estabilidade e na segurança das pessoas. Neste caso, a
dignidade e o respeito são fatores prevalecentes a serem observados.
Critérios
justos, informações precisas e confiáveis, comunicação direta aberta e
transparente, respeito às reações e agilidade nos processos de desligamento são
fatores essenciais e formas inequívocas de demonstração de dignidade e respeito
para com as pessoas envolvidas.
Na
prática, a solução para uma crise passa, necessariamente, pela capacitação e
comprometimento das lideranças no processo.
A
preocupação não se esgota com aqueles que deixarão de pertencer à empresa e
inclui também os colaboradores que ficam, pois estes continuarão observando as
atitudes da empresa e o comportamento das lideranças, imaginando a sobrecarga
de trabalho resultante de demissões e a forma como serão tratados em situação
semelhante, se e quando isso ocorrer.
Além
de garantir a boa reputação e preservar os ativos de uma empresa, a gestão de
uma crise é sempre uma excelente oportunidade de aprendizado e crescimento para
as mesmas. Depende apenas da forma como será encarada.
Heli Gonçalves Moreira, fundador e
sócio-diretor da HGM Consultores, é especialista em projetos de consultoria e
treinamento nas áreas de Relações Trabalhistas e Sindicais, Programas de Gestão
Participativa, Negociações Coletivas, entre outros. Além disso, é negociador
patronal e perito em administração e solução de conflitos trabalhistas e
estratégias empresariais para situações e mudanças de alta complexidade e
impacto.
Nenhum comentário:
Postar um comentário